META INFLACIONOU MÉTRICAS DE DESEMPENHO DE ANÚNCIOS DO SHOPS
2025-08-21 21:05:03

A Meta enganou profissionais de marketing em busca de receita, fazendo-os acreditar que os seus anúncios para comércio eletrónico estavam a superar os da concorrência, alega a denúncia do ex-gestor do Shops A Meta terá inflacionado o desempenho dos seus anúncios para comércio eletrónico, de acordo com uma denúncia apresentada num tribunal no Reino Unido, por um ex-funcionário da empresa que detém o Facebook, Instagram, WhatsApp e Threads. A denúncia, divulgada pela Adweek, foi apresentada a 20 de agosto por Samujjal Purkayastha, ex-gestor de produto da equipa de anúncios do Shops da Meta, no Tribunal Central do Trabalho de Londres. O documento acusa a Meta de ter inflacionado artificialmente as métricas de desempenho, para direcionar as marcas a investir no seu formato de anúncios para comércio eletrónico. Um porta-voz da Meta citado na Adweek diz que a empresa está "a defender ativamente esses procedimentos", acrescentando que "as alegações relacionadas com a integridade das nossas práticas publicitárias não têm mérito e temos total confiança nos nossos processos de avaliação de desempenho". O ex-gestor de produto do Shops alega o inverso: a Meta enganou profissionais de marketing em busca de receita, fazendo-os acreditar que os seus produtos de anúncios estavam a superar os da concorrência. Durante análises internas no início de 2024, os cientistas de dados da Meta descobriram que o retorno sobre o investimento dos anúncios do Shops tinha sido inflacionado entre 17% e 19%. Isto era feito contabilizando taxas de shipping e impostos como parte de uma venda. Mas, sem incluir as taxas e os impostos, os anúncios do Shops não tiveram um desempenho melhor do que os anúncios tradicionais da Meta, alega o ex-gestor da Meta na denúncia. Samujjal Purkayastha esteve ao serviço da Meta desde 2020, como gestor de produto na equipa de pesquisa aplicada de inteligência artificial do Facebook, sendo transferido para a equipa de anúncios de lojas, em março de 2022. Permaneceu na empresa até 19 de fevereiro de 2025, quando foi despedido, e em diversas reuniões entre 2022 e 2024 terá partilhado com a administração da Meta as preocupações com essa prática. A denúncia no Tribunal do Trabalho é parte de um pedido de tutela provisória, solicitando a reintegração no antigo cargo, que foi recusado a 20 de agosto. Ao rejeitar, o tribunal considera que a demissão de Samujjal Purkayastha pode estar relacionada com fatores pessoais ou com demissões mais abrangentes. O caso, no entanto, pode prosseguir com base nos seus méritos, com uma audiência completa prevista para o próximo ano, segundo o juiz. Catarina Nunes