pressmedia logo

GNR NÃO APREENDE VINHO TRANQUILO DESDE 2022...

ORegiões Online

2025-08-19 21:05:40

A Unidade de Acção Fiscal da Guarda Nacional Republicana (GNR) não efectuou qualquer apreensão de vinho tranquilo ilegal a granel entre 2022 e 2024, tendo apenas registado operações em produtos intermédios como vinhos do Porto ou licorosos. A ausência de apreensões de vinho tranquilo ilegal em Portugal nos últimos três anos foi confirmada pela Unidade de Acção Fiscal da GNR. Entre 2022 e 2024, as operações de fiscalização incidiram apenas sobre produtos intermédios, como vinhos do Porto e outras bebidas licorosas, resultando em apreensões pontuais. O sector vitivinícola acompanha com preocupação a falta de resultados neste segmento. Em 2024, responsáveis de várias empresas reuniram-se na Universidade Portucalense, no Porto, numa conferência organizada pela Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas (ANCEVE). No encontro, apelaram a um reforço da fiscalização, tanto em estradas como em adegas, sublinhando a necessidade de assegurar uma rastreabilidade mais eficaz do vinho comercializado e rotulado em Portugal. Apelos do sector Para a ANCEVE, a ausência de apreensões não significa inexistência de práticas ilegais. Representantes da associação defenderam que o comércio paralelo de vinho tranquilo continua a ser uma realidade, embora difícil de detectar. É fundamental reforçar os mecanismos de controlo para proteger a autenticidade do vinho português , afirmou um dos participantes. O sector argumenta que a falta de fiscalização consistente fragiliza a competitividade dos produtores nacionais que cumprem a lei. Além disso, prejudica a confiança dos consumidores, que dependem de garantias sólidas sobre a origem e qualidade dos vinhos que consomem. Diferenças entre vinhos tranquilos e fortificados O vinho tranquilo resulta de fermentação natural, sem adição de gás carbónico, e apresenta uma graduação alcoólica variável entre sete e quinze por cento. Por sua vez, os vinhos fortificados, como o Vinho do Porto, incluem aguardente vínica no processo de produção, alcançando cerca de vinte por cento de teor alcoólico e maior concentração de açúcar. Estas diferenças explicam, segundo especialistas, a maior atenção dada pelas autoridades aos vinhos fortificados, alvo frequente de contrafacção e adulteração. Contudo, representantes do sector consideram que os vinhos tranquilos não devem ser descurados, devido à dimensão que ocupam no mercado interno e na exportação. Expectativas futuras Fontes ligadas ao Ministério da Agricultura referiram que estão em estudo medidas para reforçar os mecanismos de rastreabilidade digital no comércio de vinhos. A aposta incide em sistemas electrónicos de controlo que permitam identificar a origem e o percurso de cada lote, desde a produção até à comercialização final. Enquanto isso, os produtores aguardam sinais claros de reforço da fiscalização. Se o Estado não for mais exigente, continuaremos a ter uma discrepância entre o que está rotulado e o que é efectivamente consumido , assinalou um responsável vitivinícola presente no debate da ANCEVE. O futuro próximo ditará se o apelo do sector terá resposta concreta. Até lá, o balanço oficial mantém-se: nenhum litro de vinho tranquilo ilegal foi apreendido em território nacional nos últimos três anos. - Publicidade - [Additional Text]: OREG [ECO VINHO TRANQUILO AGRICULTURA], [17082025] GNR não apreende vinho tranquilo desde 2022... oRegiões