MCLAREN F1 - LOUCURA DOS MILHÕES
2025-08-19 21:04:49

0 McLaren F1 (1993/1997) é um dos mais exclusivas supercarros do mundo. Só foram produzidas 64 unidades de estrada. Foi o automóvel mais rápido do mundo e, agora, o chassis no 62 vai a leilão e pode render 20 milhões de euros... oje, 35 anos depois do seu lançamento, o McLaren F1 ainda é o mais potente automóvel com um motor aspirado, jamais comercializado. Tudo começou na década de 8o do século passado, motivado pelo evidente domínio da McLaren na F1. Em Woking (Reino Unido) a ambição não tinha limites, e Ron Dennis (líder da McLaren) sonhava imitar o caminho traçado por Enzo Ferrari décadas atrás e lutou por isso. AEROPORTO DE MILAO Diz-se que O McLaren F1 teve luz verde numa reunião realizada no aeroporto de Milão, depois do GP de Itália de 1988. Ron Dennis, Mansour Ojjeh (TAG), Creighton Brown e Gordon Murray (engenheiro que somava sucessos na F1 desde a Brabham até à McLaren), decidiram avançar e nasceu o primeiro carro de estrada com efeito de solo, num design onde Gordon Murray trabalhou com Peter Stevens, ex-projetista da Lotus. Gordon Murray fez questão de um chassis monobloco com uma carroçaria construída em fibra de carbono e Kevlar e de um fundo absolutamente plano para potenciar o efeito de solo. Afirmando que queria “ dar ao condutor a sensação de estar ao volante de um monolugar”, definiu um habitáculo de três lugares com o “piloto” colocado em posição central avançada, aos comandos de um supercarro sem qualquer ajuda eletrónica ao condutor. MOTOR BMW Face às relações entre a McLaren e a Honda na Fórmula 1, foi equacionada a utilização do motor 3.0 v6 do NSX. Mas Gordon Murray queria mais e pensou num bloco atmosférico capaz de garantir uma potência de 100 cv/ litro. Diz-se que numa reunião de 45 minutos com a BMW, com quem o britânico tinha boas relações desde os tempos da Brabham, foi decido utilizar o bloco 6.1 V12 atmosférico desenhado por Paul Roche, capaz de debitar 627 cv, acoplado a uma caixa manual de seis velocidades. O McLaren F1 foi apresentado no Monaco Sporting Club, no quadro do GP do Mónaco de 1991, com um preço extravagante (na época) de 1.000.000 de dólares, valor tão incrível como as performances anunciadas há 34 anos: o a 100 km/h em 3,3 s impressionante , e atingir OS 320 km/h em 28 S. O McLaren F1 tinha tudo para atrair as atenções e passou a ser o foco da Comunicação Social que, dificilmente poderia ter acesso a um super-desportivo como este. Mas, houve exceções.. A revista britânica “Autocar” acabou por guiar o McLaren F1 GTR (uma evolução) e escreveu que “ era a melhor máquina que podemos conduzir jamais produzida para ser utilizada em estradas públicas. [o seu lançamento] será recordado como um dos maiores eventos na história do automóvel e poderá ser o carro mais rápido que o mundo já viu...” Foi assim na época e continua a ser assim. Nenhum automóvel com um motor atmosférico bateu as performances do McLaren F1, registadas num teste com Andy Wallace (ex-vencedor de Le Mans), que chegou aos 391 km/h na pista de testes vw em Ehra-Lessien, um recorde que perdurou até ser batido pelo Koenigsegg CCR (v8 turbo) em 2005 e pelo Bugatti Veyron 16.4 (W16 tubo), alguns meses mais tarde. A apresentação do F1 teve lugar em 1993, no GP do Mónaco, mas o início da produção em Woking só começou em 1994 e cada unidade exigiu 30 dias de trabalho. Dos 64 modelos de estrada produzidos, sete foram enviados para OS Estados Unidos, todos pintados em “Magnesium Silver”, à exceção de um, adquirido por Jay Leno (negro). CHASSIS 62 O chassis 62 foi comprado em 1997 por Larry Ellison, então diretor-executivo da Oracle. Desde essa altura e até hoje teve mais dois proprietários, mas nunca saiu dos limites do estado americano da Florida. Conserva a capa de cobertura original, o conjunto de malas específico, as ferramentas, o manual de instruções e até um equipamento especial de limpeza e um computador portátil com o software de diagnóstico TAGtronic, que faziam parte do equipamento de série, além da fatura original. Ao longo de 28 anos, os três proprietários deste McLaren F1 percorreram os 10.500 Km que estão assinalados no seu painel de instrumentos. Considerado como um dos mais originais McLaren F1 conhecidos, foi acompanhado pela McLaren Special Operations e mais recentemente pela McLaren Philadelphia, o único centro certificado pela marca nos EUA. Recebeu um novo depósito de combustível e novos radiadores. A caixa de velocidades foi revista e o trabalho foi aprovado por um técnico certificado pela marca de Woking. é este modelo que vai ser leiloado pela RM Sotheby s em Monterrey, no Estado americano da Califórnia. O valor nunca é fácil de prever, mas terá por base os 20 milhões de dólares (17 milhões de euros) atingidos por um modelo vendido em 2021 e a leiloeira aponta para um valor acima dos 23 milhões de dólares (19,6 milhões de euros). Será que sim?... é este o fascínio dos leilões que fazem correr os afortunados (donos de fortunas) apaixonados pelos automóveis. O ORIGINAL 0 condutor senta-se em posição central num habitáculo de três lugares com os restantes dois mais recuados. A redução de peso ditou um design austero onde tudo foi pensado, desde o tipo de couro ao compacto leitor de CD. 0 motor BMW v12 especial, desenvolvido a partir dos Série 7 e 8 (266 kg), debita 627 CV, num modelo com 1 .140 kg de peso (1,82 kg/cv) PROJETADO POR GORDON MURRAY PARA SER 0 “MELHOR AUTOMoVEL DO MUNDO”, RECORREU â TECNOLOGIA DA F1 E FOI CONSTRUiDO POR 30 ENGENHEIROS RUI FARIA