MAGAZINE - PEUGEOT 3008: E TANTO MUDOU!
2025-08-12 21:07:01

O PEUGEOT 3008 E UM DOS MAIS RELEVANTES C-SUV NO MERCADO EUROPEU. ACABOU AGORA DE RECEBER AS MOTORIZAçóES MAIS POTENTES NA FORMA DO ELÉTRICO DUAL MOTOR 325 CV, PARA O E-3008 (E TAMBÉM E-5008). UMA EXCELENTE PORTUNIDADE AAQUIRECORDAF O PERCURSO DO MODELO QUE INFLUENCIOU O SEGMENTO DESDE QUE FOI LANÇADA A PRIMEIRA GERAçãO, EM 2014 Não que a carreira comercial do 3008/5008 estivesse a precisar de um empurrão, pois as versões existentes até agora têm dado boa conta do recado e vão, certamente, continuar a dar. Mas rematar a gama de um automóvel com versões mais potentes e mais capazes é uma estratégia que continua a funcionar. São as “locomotivas” que puxam as carruagens, aos olhos de muitos compradores. Para outros serão objetos de desejo e outros ainda vão ter nessas versões as características técnicas de que pura e simplesmente necessitam. Aqui as locomotivas são os novos E-3008 e E-5008 Dual Motor 325 CV. Esta nova dupla apresenta-se com um segundo motor elétrico no eixo traseiro, sem nenhuma ligação fisica com o da frente, no esquema típico dos 4x4 elétricos. A potência combinada dos dois motores atinge os 325 cv e o binário máximo chega aos 509 Nm, colocando-se acima das versões de tração à frente Electric 210 e Electric Long Range 230 cv. Assim, a nova versão de topo consegue fazer acelerar O E-3008 dos o aos 100 km/h em 6,0 segundos; 6,5 segundos para o maior e mais pesado E-5008. A recuperação dos 80 aos 120 Km/h, um exercício importante que representa uma ultrapassagem típica, demora 3,8 segundos, no E-3008 e 4,0 segundos, no E-5008. MAIS TRAçãO O interesse desta versão de tração às quatro rodas, para países com clima como o nosso, será sobretudo o de repartir a elevada potência disponível por quatro rodas em vez de duas, aumentando a tração e a estabilidade em situações de condução mais rápida, ou de piso especial-mente escorregadio, como por exemplo asfalto polido e/ ou empoeirado e em dias de chuva. Mas para países com clima mais invernoso, a tração às quatro rodas é ainda mais importante. Em conjunto com o uso de pneus de Inverno, proporciona muito maior controlo do que nas versões de tração à frente e pode mesmo fazer a diferença entre continuar a viagem, ou ficar parado na berma, por falta de tração; por vezes, até mesmo da capacidade de sair do estacionamento e iniciar a viagem. Além disso, com dois motores elétricos e tração elétrica às quatro rodas também é possível fazer uma distribuição ativa do binário, a chamada vectorização de binário por potência e não por travagem seletiva. Para permitir ao condutor explorar da melhor maneira o sistema de tração às quatro rodas à sua disposição, a Peugeot propõe quatro modos de funcionamento: Normal/4WD/Sport/Eco. QUATRO MODOS No modo Normal é usada apenas o motor dianteiro e a tração dianteira, com a potência máxima limitada aos 313 cv e binário aos 450 Nm, até ao primeiro batente do acelerador. Mas se for precisa tração atrás, por exemplo em aceleração a fundo, o motor de trás também é usado, bastando acelerar a fundo. No modo 4WD, os dois motores funcionam sempre com uma atribuição de binário igual entre ambos. O ESP e o controlo de tração assumem um programa específico para pisos escorregadios e a potência máxima está disponível. No modo Sport, claro que os dois motores funcionam sempre, mas com 60% do binário máximo atribuído ao eixo dianteiro e 40% ao traseiro. A potência máxima está disponível, a direção fica com menos assistência e o pedal do acelerador mais sensível. Finalmente, no modo Eco, SO o motor dianteiro e as rodas da frente funcionam e a potência máxima está limitada aos 213 cv, com 343 Nm de binário máximo. A climatização passa a funcionar de um modo menos intenso, para poupar o consumo de energia, e o pedal de acelerador fica menos sensível. No entanto, se for feita uma aceleração a fundo, a potência máxima e a tração às quatro rodas entram em ação. BATERIA DE 73 KWH As versões Dual Motor 325 do E-3008 e do E-5008 utilizam uma bateria de iões de Lítio com química NMC e capacidade de 73 KWh úteis, anunciando uma autonomia de 490 Km, para o E-3008, e de 467 Km, para o E-5008, em ciclo misto WLTP e usando o modo de condução Normal. O tempo de carregamento da bateria em carregadores rápidos DC é de 30 minutos e há um carregador de bordo de 11 KW AC. A Peugeot preparou versões com níveis especiais de equipamento para a fase de lançamento que (de forma bastante original.) designada por “Launch Edition”, enriquecidas com tudo o que tem a versão GT e ainda acrescentam, no E-3008, jantes de 20”, estofos forrados a Alcantara, pacote 360 graus Vision & Drive Assist Plus, tejadilho de vidro e Hi-Fi Focal com 10 altifalantes. A tudo isto, o E-5008 Launch Edition acrescenta o Vision Park 360 com quatro câmaras HD, Drive Assist Plus 2.0 e tejadilho com regulação de sombra entre outros. Os preços para as versões Launch Edition são de 57 700 euros, para o E-3008 Dual Motor 325 cv, e de 59 700 euros, para o E-5008 Dual Motor 325 CV. GAMA FICA COMPLETA Esta nova motorização do 3008/5008 vem juntar-se às versões elétricas de um motor e tração dianteira, disponíveis com baterias de 73 KWh (213 cv e 525 Km de autonomia) ou 96,9 KWh (231 cv e 700 Km de autonomia), além de uma versão PHEV de 195 cv e um MHEV de 136 cv. As grandes diferenças entre o 3008 e o 5008 são o comprimento e a distância entre-eixos, maior em 10 cm no 5008, que tem também sete lugares de série. Esta terceira geração do 3008/5008, com código interno P64, feita com base na plataforma STLA Medium foi lançada em 2024, substituíndo dois modelos com igual nomenclatura feitos com base numa versão anterior da mesma plataforma, então chamada EMP2 V3. SEGUNDA GERAçaO EM 2016 A segunda geração do 3008/5008, com código interno P84, foi lançada em 2016 e veio mexer bastante o segmento dos C-SUV, sobretudo ao nível do estilo e proporções exteriores. O modelo apresentou-se com um visual mais diferenciador que a concorrência, com uma imagem mais premium e menos utilitária que conquistou muitos compradores, sendo durante algum tempo o modelo mais vendido da Peugeot em França. O habitáculo também marcou a diferença, mais uma vez pelo ambiente premium e por algumas soluções que surgiam pela primeira vez no segmento, como o i-Cockpit, no qual o painel de instrumentos se consulta olhando por cima de um volante de pequeno raio. Por baixo do ecrã central tátil surge um conjunto muito ergonómico de teclas inspiradas nas dos pianos, para acesso direto a funções no infotainment. O 5008 continuava a ser a versão de sete lugares do 3008, mas aqui com uma aproximação quase total ao estilo, arquitetura e habitáculo, só as dimensões longitudinais mudavam, com mais 16 cm de distância entre-eixos. Os cinco lugares da segunda e terceira filas eram individuais e podiam-se retirar do 5008, funcionalidade que deixou de ser possível na geração atual, que tem uma fila central deslizante com rebatimento 1/3,2/3 só das costas. A segunda geração apostava nos motores 1.2 Puretech a gasolina, além de várias versões 1.6 PHEV, uma delas com tração às quatro rodas e ainda um 1.6 Diesel Blue HDI. Em 2020, esta versão recebeu um restyling que lhe mudou por completo a grelha, cores exteriores, detalhes interiores e acrescentou um motor 1.2 MHEV de 136 cv. A PRIMEIRA GERAçâO DE 2008 Mas a história do 3008 não começou com O SUV de 2016. O primeiro modelo da Peugeot a ter a sigla 3008 afixada na tampa da mala foi o T84, o número de código do “crossover” lançado em 2008. Inicialmente fabricado nas instalações históricas da Peugeot em Mulhouse e Sochaux, seria também produzido durante três anos na China. Baseado na plataforma PF2 da PSA, o primeiro 3008 partilhava esse componente e muitos outros com O Citroên C4 Picasso, bem como com o c4 e 308, além de, logicamente, do 5008. Já nesta altura o 5008 surgia como a versão de sete lugares compacta do 3008, mas com um desenho muito diferente, sendo na altura mais um monovolume (MPV) que um SUV. O estilo do primeiro 3008 foi criticado por alguns por ter pouca elegância, mas a verdade é que, pelo menos a largura generosa permitia disponibilizar três bons lugares na segunda fila, capazes de acomodar três adultos com conforto. A mala tinha a originalidade de abrir em duas partes, uma inferior e outra superior. A qualidade do interior estava entre os melhores do segmento e tinha alguns equipamentos pouco comuns para a altura, como um “heads up display” que projetava informação numa lâmina de plástico, que se erguia do tablier em frente aos olhos do condutor. Também já estavam disponíveis algumas ajudas à condução, como aviso de distância ao carro da frente e cruise control semi-automático. Entre as várias motorizações disponíveis estava já um híbrido, o HYbrid4, lançado em 2012. Foi o primeiro híbrido do mundo fabricado em grandes volumes a juntar um motor Diesel com um motor/gerador elétrico e com uma caixa automática de seis velocidades. O motor Diesel era o 2.0 DW10, comercialmente conhecido como 2.0 HDI, a potência combinada era de 160 cv e o binário de 340 Nm. Tinha uma bateria NiMH na traseira e quatro modos de utilização. Claro que os motores mais vendidos foram OS HDI 1.6 de 110 cv e HDI 2.0 de 150 CV. Também estavam disponíveis motores a gasolina 1.2 e-THP de 130 CV, 1.6 THP de 156 cv e 1.6 VTi de 120 CV. Em 2013 foi feito um ligeiro “restyling” que distanciou os faróis das entradas de ar, que estavam logo abaixo, e aumentou as dimensões da grelha central, além de ter retirado alguns dos cromados. A versão chinesa tinha alterações estéticas, outra oferta de motores e mais espaço no interior, devido a um ligeiro aumento da distância entre-eixos. CONCLUSaO A linha das três gerações do 3008 mostra como o modelo fez evoluir vários aspetos da oferta da marca. Em primeiro lugar, fez a transição entre as carroçarias ao estilo monovolume, para os “crossover” e depois para OS C-SUV. E fez esta transformação sem perder valores importantes, como a habitabilidade e o conforto, melhorando muito a dinâmica e o ambiente do habitáculo, tornando-se assim num produto quase Premium, ou pelo menos ganhou essa perceção junto dos clientes. Em termos técnicos, o Peugeot 3008 também é um exemplo da evolução, por exemplo, em termos de plataformas, utilizando duas plataformas totalmente diferentes e três variantes com grandes evoluções entre elas. Ao nível das motorizações, o 3008 refletiu a posição da Peugeot como marca líder na eletrificação. Experimentou os híbridos Plug-in com um motor Diesel, coisa que poucos fizeram, passando depois para uma base de motor a gasolina. Ofereceu versões PHEV com tração às quatro rodas, sendo a tração às rodas traseiras feita com um motor elétrico sem ligação física com o grupo híbrido da frente. Finalmente, na terceira geração, a atual, entrou a fundo nas motorizações 100% elétricas, desde logo com baterias de grande capacidade capazes de longas autonomias. Depois acrescentou uma versão AWD com dois motores elétricos, para dar resposta às solicitações de alguns mercados específicos e aproveitando para proporcionar uma versão mais potente, que não seria possível só com tração às rodas da frente. A oferta da gama tem acompanhado a procura do mercado, com as sucessivas gerações do Peugeot 3008/5008 a ultrapassarem já o primeiro milhão de unidades vendidas. // Os NOVOS E-3008 E E-5008 DUAL MOTOR COM 325 CV APRESENTAM-SE COM UM SEGUNDO MOTOR ELÉTRICO NO EIXO TRASEIRO, SEM NENHUMA LIGAçãO FíSICA COM 0 DA FRENTE. E Jã ESTãO DISPONÍVEIS PARA VENDA NO NOSSO MERCADO A SEGUNDA GERAçaO DO 3008/5008, COM CóDIGO INTERNO P84, FOl LANçADA EM 2016 E VEIO MEXER COM 0 SEBMENTO DOS C-SUV, SOBRETUDO AO DO ESTILO E PROPORçóES EXTERIORES MAS A HISToRIA D0 3008 NâO COMEçOU COM O SUV DE 201 0 PRIMEIRO MODELO DA PEUGEOT A TER A SIGLA 3008 AFIXADA NA TAMPA DA MALA EM 2008 FOI UM ENORME SUCESSO A RECUPERAçaO DOS B0 A0S 120 KM/H, UM EYERCíCIO QUE REPRESENTA UMA ULTRAPASSAGEM TíPICA EM AUTOESTRADA, DEMORA 3,8 SEGUNDOS, NO E-3008, E4,0 SEGUNDOS, NO E-5008 Francisco Mota