INCÊNDIOS? "DIZER-SE QUE HÁ FALHAS DE MEIOS HUMANOS NÃO É CORRETO"
2025-08-08 21:04:07

No dia em que a situação de alerta foi prolongada até 13 de agosto, Montenegro realçou que o Governo continuará "a tomar medidas que possam reforçar" o combate aos incêndios. Deixou novamente um apelo ao país para que haja "sentido de responsabilidade e unidade". O primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou, esta quinta-feira, que o Governo continuará "a tomar todas as medidas que possam reforçar do ponto de vista humano e do ponto de vista operacional" o combate aos incêndios que vêm a assolar o país e voltou a apelar ao "sentido de responsabilidade e unidade", notando ainda que "não é correto" dizer-se que há "falhas de meios humanos". "Este ano, temos o maior dispositivo de sempre em prontidão para poder acorrer a todas as ocorrências. O nosso desejo é que sejam em menor número possível, bem como em impacto e dimensão", começou por dizer, em declarações aos jornalistas à margem da sua visita à Feira de São Mateus, em Viseu. Montenegro referiu ainda que o que "compete ao Governo e aos poderes públicos é" poder "dar a resposta necessária nos momentos de maior aflição e maior crise", dando conta de dois fatores: "a prevenção e o combate". "Há também comportamentos de risco que devemos diminuir quando sabemos que as condições climatéricas são adversas. Este estado de alerta traz-nos um conjunto de obrigações e restrições que vão diminuir o risco de poder haver ignições". O chefe de Governo voltou também a apelar "ao sentido de responsabilidade e unidade do país, em torno de um combate que é de todos" e que "hoje pode atingir uns e amanhã outros". Montenegro reiterou que é necessário"colaborar para não agravar uma situação que transporta muito sofrimento para todos". E sublinhou: "Dizer-se que há falhas de meios humanos não é correto". "Nós temos meios que não são ilimitados, quer do ponto de vista humano, quer do ponto de vista operacional e dos equipamentos. Também sabemos que muitos deles estão neste momento já com um desgaste muito assinalável", salientou, deixando uma palavra de apreço a todos os operacionais que combatem as chamas. O líder do Executivo deu ainda conta de que o Governo tem "a obrigação de todos os dias aprimorar respostas e poder ir mais longe com as respostas": "Foi isso que fizemos com a decisão que hoje tomamos de adquirir dois kits que vão dotar as aeronaves C-130 com a possibilidade de também colaborarem no combate aos incêndios". "Estamos a falar de aeronaves que ainda estão com toda a plenitude da sua utilização, algumas delas saíram das oficinas gerais de material aeronáutico com redobrada capacidade por terem precisamente tido operações de manutenção e revitalização que lhes deram melhores condições de operacionalidade". E acrescentou: "Continuaremos a fazer e a tomar todas as medidas que possam reforçar o dispositivo quer do ponto de vista humano, quer do ponto de vista técnico e operacional". Recorde-se que, na quarta-feira, o ministro da Defesa, Nuno Melo, já havia anunciado que o Governo iria aprovar em Conselho de Ministros (que decorreu esta quinta-feira) a aquisição de dois dos "mais modernos kits de combates a fogos florestais" para equipar as aeronaves C-130 da Força Aérea. "Os kits de incêndio, de novo, colocados nos C-130, transportam muito maior quantidade de água, suponho que até 12 toneladas, com descargas muito maiores de uma só vez ou parcelares, comparativamente com helicópteros e serão, em complemento, um equipamento importante", explicou. Situação de alerta mantém-se até dia 13 de agosto De salientar ainda que, esta quinta-feira, a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, disse que a situação de alerta se prolonga até 13 de agosto. Face à situação, "continuam-se a vigorar mesmas proibições e impedimentos já existentes quanto a atividades agrícolas e recreativas em meios rurais." Quantos hectares arderam desde o início do ano? Os incêndios florestais já consumiram este ano quase 42 mil hectares, oito vezes mais que no mesmo período de 2024 e o valor mais elevado desde 2022, segundo o Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR). As estatísticas do SGIFR, da responsabilidade da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), dão conta que desde 01 de janeiro registaram-se 5.211 incêndios que provocaram 41.644 hectares de área ardida. [Additional Text]: Luís Montenegro Maria Gouveia