NOVAS TARIFAS DE TRUMP JÁ ESTÃO EM VIGOR E ABALAM TECNOLOGIA NA EUROPA
2025-08-07 21:08:03

As novas e polémicas tarifas de importação impostas pela administração de Donald Trump entraram oficialmente em vigor esta quinta-feira, 7 de agosto. A medida, formalizada através de uma ordem executiva, promete agitar as relações comerciais a nível global, com um impacto direto e significativo no setor tecnológico e automóvel da União Europeia. Semicondutores e tecnologia no centro do furacão O setor tecnológico é um dos alvos principais. A nova pauta fiscal impõe uma tarifa de 100% sobre semicondutores fabricados fora dos EUA, uma medida que poderia paralisar parte da indústria. No entanto, a ordem executiva prevê isenções estratégicas para gigantes como a TSMC, Samsung e SK Hynix, que possuem unidades de produção em solo americano, numa clara manobra para incentivar a produção local. Setor automóvel europeu sofre forte impacto A União Europeia não escapou à mira de Washington. Após negociações, foi estabelecida uma tarifa de 15% sobre a maioria dos produtos europeus, nde se incluem os automóveis. Segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, este acordo evitou um cenário ainda mais gravoso. Ainda assim, a nova taxa é um golpe duro para a indústria, sendo seis vezes superior aos 2,5% anteriores. Os construtores alemães como a Audi, BMW e Mercedes-Benz, com forte presença no mercado norte-americano, serão dos mais penalizados. A Jaguar Land Rover também sente o efeito, com o seu modelo Defender, produzido na Eslováquia, a ser abrangido. Já os modelos exportados do Reino Unido (país fora da UE) enfrentam uma taxa de 10%, limitada às primeiras 100 mil unidades. Uma arma política com alvos bem definidos Fica claro que estas tarifas são mais do que uma simples medida económica, funcionando como um instrumento de pressão política. A Casa Branca está a penalizar seletivamente os países que considera desalinhados com os seus interesses. A Índia, por exemplo, enfrenta uma taxa de 50% como forma de pressão para cortar as importações de petróleo russo. O Brasil foi sancionado com a mesma taxa após declarações do seu presidente, Lula da Silva, consideradas hostis a empresas tecnológicas americanas. Já o Canadá viu as suas tarifas aumentarem de 25% para 35%, sob a justificação de uma alegada cooperação insuficiente no combate ao tráfico de fentanil. A balança comercial transforma-se, assim, numa extensão da política externa da administração Trump. China na mira: tensão pode aumentar nos próximos dias O cenário de instabilidade comercial pode agravar-se em breve. A trégua tarifária entre os EUA e a China termina no próximo dia 12 de agosto, e tudo aponta para que Donald Trump esteja a postos para intensificar a pressão sobre Pequim. A forma como a Casa Branca irá lidar com o gigante asiático nos próximos dias será crucial para o futuro da economia global. [Additional Text]: Donald Trump e Putin