#OS MAIS PODEROSOS 2024
2025-08-04 21:06:31

#48 Isabel Furtado Chegou à liderança da TMG Automotive em 2008. ê CEO de um grupo que tem crescido cá dentro, mas com um foco cada vez maior lá fora. Neta do fundador, está a projetar o futuro da empresa nos principais palcos da indústria automóvel a nível mundial. BILHETE DE IDENTIDADE . Cargo: CEO da TMG Automotive desde outubro de 2008. Naturalidade: Nasceu em 1961, em Famalicão, onde reside. Formação: Estudou no Canadá e no Reino Unido. é licenciada em Economia pela University of Manchester. Família: Filha de um dos três descendentes de Manuel Gonçalves, é casada e tem três filhos. PORQUE ENTRA Suportada numa forte aposta em tecnologia e inovação, sem esquecer a sustentabilidade, Isabel Furtado tem catapultado a empresa familiar portuguesa para novas geografias, procurando crescer com os gigantes da indústria automóvel mundial. Depois da China vai para os EUA, num investimento expressivo que lhe permite, ao mesmo tempo, saltar a barreira das tarifas de Trump. ê um salto de gigante que coloca a gestora sob os holofotes, garantindo-lhe a estreia no “ranking” dos 50 Mais Poderosos. Começou por chamar-se Fábrica de Fiação Tecidos do Vale de Manuel Gonçalves, em 1937, quando foi criada por Manuel Gonçalves. Sob a liderança do fundador, viveu uma década dourada nos anos 60. Mudou de nome para Têxtil Manuel Gonçalves (TMG), comprou concorrentes e diversificou áreas de negócio. Entrou na indústria automóvel, sentou-se no banco do condutor de algumas das maiores fabricantes mundiais com a TMG Automotive.com muita tecnologia, inovação e sustentabilidade, Isabel Furtado acelera o crescimento de uma empresa familiar nascida em Portugal, mas que já chega à China e aos EUA. Filha de Maria Helena Gonçalves, que juntamente com o irmão, António Manuel Gonçalves, controlam o grupo de Famalicão, Isabel Furtado é: a segunda dos cinco filhos do casamento de Maria Helena (a mais velha dos três filhos de Manuel Gonçalves, fundador da TMG) com Luiz Folhadela de Oliveira. Entrou para a TMG em 1985, há 40 anos, tendo trabalhado ainda 14 come o seu avô, que na década de 70 deu os primeiros passos na indústria automóvel, atualmente o mercado “core” da empresa. Foi em 1971 que surgiu a oportunidade para a TMG fabricar assentos para automóveis, inicialmente para a Saab. Dois anos mais tarde começou a trabalhar também com a sueca Volvo, atualmente controlada pela Geely. Isabel Furtado chegou à administração em 2005 para passar a CEO três anos mais tarde, completando este ano 17 anos de liderança de uma empresa familiar, mas com uma gestão totalmente focada no desenvolvimento do negócio para as futuras gerações. “A nossa estratégia é a geração seguinte. A empresa não é minha; está nas minhas mãos, e devo entregá-la à próxima geração, de preferência, em melhores condições do que quando a recebi”, afirmou no ano passado num evento organizado pelo Negócios e Santander. E a gestora tem trabalhado no desenvolvimento desta estratégia, liderando uma empresa que fabrica para marcas como Mercedes, BMW, Toyota, Porsche, entre um total de 23 fabricantes de automóveis, A marca da TMG Automotive está impressa em componentes que vão desde os assentos, ao tabliê, aos painéis das portas, à consola central ou o apoio de braços de muitos carros que circulam pelas estradas de todo o mundo. Vantagem competitiva O crescimento da TMG Automotive tem estado assente na tecnologia. Isabel Furtado licenciou-se em Economia pela Universidade de Manchester, sendo que fez a sua especialização em Tecnologia Têxtil, preparando-a na teoria para implementar na prática uma valência que a gestora defende com “unhas e dentes” já que, diz, a tecnologia traz qualidade e competitividade. Essa aposta está refletida nas 86 patentes registadas pela empresa que continua a aposta em inovação através, entre outros, de uma colaboração estreita com as Universidades do Minho, Aveiro e Coimbra. E tem sido essencial para que uma pequena empresa com produção em Vale de são Cosme possa enfrentar os gigantes e crescer. Os números provam isso mesmo. Ao longo dos anos, o negócio da TMG tem demonstrado o sucesso da estratégia definida ao apresentar, anualmente, um volume de negócios sempre acima da fasquia dos 100 milhões de euros. Em 2024, a empresa alcançou receitas de 134 milhões de euros, isto depois do pico de 141 milhões no ano anterior, com praticamente toda a faturação a ser obtida nos mercados externos. A produção da TMG Automotive é toda exportada, sobretudo para a Europa, incluindo para a Turquia, onde está localizada uma grande unidade de produção automóvel da Toyota. OS EUA são o segundo maior mercado, com 11 1,2%, seguido de África (8,2%) e só depois surge a Ásia (incluindo a China), com 6,3%. A aposta na exportação vem de há décadas, mas nos últimos anos a grande aposta tem sido a da internacionalização da empresa. é uma autoestrada para o crescimento. Depois da China, os EUA “A TMG )sempre apostou em tecnologia, pois esta traz qualidade ecompetitividade.com isso, surgiu a exportação, desde os anos 1950, e hoje continuamos coma a internacionalização”, estratégia essa que tem sido seguida ao ritmo daquelas que sãos: as necessidades da indústria automóvel. Chegou à China em 2015 para fornecer a Daimler e BMW, mas em 2020 avançou para a aquisição de uma participação social significativa na HaartzMinth (Ningbo) Automotive, cuja denominação social foi entretanto alterada para HaMinGi. A “joint venture”, explicou à data a empresa, “decorre das perspetivas positivas existentes para o mercado automóvel no continente asiático e por forçado crescimento da procura por materiais de interiores para automóveis de elevada qualidade e inovação tecnológica”. E, de facto, desde o o início desta década apesar do forte impacto da pandemia que a indústria chinesa tem assistido a um "boom”, potenciado pela eletrificação do setor. Isabel Furtado, administradora da HaMinGi, voltou, este ano, a dar a abraçar uma nova oportunidade de internacionalização com a Haartz, mas desta vez nos EUA. “Esta nova fase da nossa história é guiada pelos mesmos valores de inovação e excelência que têm acompanhado gerações da família Gonçalves”, afirmou a CEO na altura do anúncio de investimento conjunto de 51 milhões de dólares para a instalação de uma fábrica da TMG Haartz Solutions LLC em Bostic, na Carolina do Norte. A aposta nos EUA acontece num momento particularmente complexo ao nível do comércio global. Desde que Donald Trump se sentou na cadeira do poder tem adotado uma estratégia protecionista, ameaçando vários dos seus parceiros comerciais com tarifas, a menos que invistam para passarem a produzir nos EUA. A unidade que está a ser desenvolvida nas antigas instalações da fábrica Milliken Golden Valley procura aproximar a produção dos seus clientes, neste caso da BMW, mas também a protegerá das tarifas. Isto numa fase posterior, porque os equipamentos necessários para a fábrica ficarão mais caros do que o inicialmente previsto. Garantir o futuro Estes passos na internacionalização da empresa, que ao mesmo tempo cimentam o futuro de um negócio que está prestes a chegar às nove décadas de existência, têm sido dados à boleia da tecnologia. Mas todo este desenvolvimento, crescimento, num grupo que emprega cerca de 1.300 a 1.400 pessoas, das quais 750 na TMG Automotive, não fecha aos olhos à sustentabilidade. Pelo contrário, esta faz parte da estratégia, sendo cada vez mais relevante na tomada de decisão da gestão. Isabel Furtado assume que os seus “pilares de gestão são a inovação e a sustentabilidade”. Coloca-os a par, reflexo da crescente importância que têm assumido no seio de um grupo que atua naquela que é a “indústria [a automóvel] que mais progrediu em termos ambientais nos últimos anos”. Um esforço muitas vezes imposto, mas que terá retorno, a prazo. “A indústria não é uma fotografia é um filme! As atitudes que eu tomo hoje podem não ter um retorno tão rápido quanto queria. Podem criar notoriedade, mas só vou lucrar dentro de dois, três anos mais tarde, ou até nunca”, afirmou Isabel Furtado, ao colocar em perspetiva os investimentos que tem feito na área da sustentabilidade que, de resto, lhe valeram o Kaizen Award de 2024 pelo “forte foco na inovação e o compromisso com a transformação sustentável da indústria”. Para a CEO da TMG Automotive, que foi também Presidente da COTEC Portugal até 2022 (função pela qual recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique), além de cargos como o de presidente do Conselho da Administração do CEIIA e também da Casa da Música, a “melhor definição de sustentabilidade é não comprometer o futuro”. E esse parece estar garantido. 48 ISABEL FURTADO A CEO da TMG Automotive defende a aposta em tecnologia, pois “esta traz qualidade e competitividade” à empresa que comanda. TElA DE INFLUENCIA Mário Passos E a presidente da Câmara Municipal de Famalicão, cidade onde nasceu a TMG. Filiado do PSD é José Germano candidato a um novo de Sousa mandato à frente deste CEO do Grupo Germano Rui vieira de Castro concelho do distrito de Sousa é o presidente éo reitor da Universidade de Braga. da Associação das do Minho, instituição Empresas Familiares. de ensino que conta Isabel Furtador é com a presidente presidente da mesa executiva da TMG da assembleia geral. Automotive enquanto Membro do Conselho Eric Haartz de Curadores. O JCEO da Haartz é mais do que um parceiro de Isabel Furtado. Há uma relação próxima entre as famílias Gonçalves e José António Teixeira Haartz, de respeito mútuo Isabel Furtado partilha a e de visão partilhada liderança executiva da TMG sobre a mobilidade. Automotive com José António Teixeira. E o rosto da aposta do grupo na internacionalização nomeadamente a entrada nos EUA. António Manuel Gonçalves Miguel Pinto Irmão de Maria Helena o diretor-geral da Gonçalves, é o tio de Continental Advanced Isabel Furtado, ocupando Antenna, é o presidente o cargo de presidente do da Mobinov Associação-grupo. A par da irmã, é do Cluster Automóvel e uma das pessoas mais da Mobilidade. Isabel ricas do país. Furtado é a presidente da assembleia geral. José Couto A TMG Automotive é um dos nomes Maria de Lurdes proeminentes entre os Rodrigues muitos associados da A ex-ministra da Educação AFIA, a Associação de de Sócrates é reitora do Fabricantes para a do ISCTE-IUL. Maria de Luís Miguel Ribeiro Indústria Automóvel, Lurdes Rodrigues lidera A ATMG Automotive é uma liderada por José Couto. a instituição de ensino das empresas Marcelo Rebelo onde Isabel Furtado é portuguesas com maior ‘de Sousa também docente. destaque entre as o Presidente da República associadas da AEP reconheceu o trabalho da Associação Empresarial gestora à frente da COTEC. de Portugal, liderada por Marcelo Rebelo de Sousa Luís Miguel Ribeiro. atribui-Ihe a Grà-Cruz da Francisco Lacerda Ordem do Infante D. José Rui Felizardo Oex-CEO dos CTT passou Henrique em 2022. éo fundador e presidente a liderança da COTEC a executivo do CEiiA. Isabel Furtado em 2018, José Rui Felizardo passando a ser a primeira conta com Isabel Mário Jorge mulher a liderá-la. O Furtado como Machado convite para este cargo presidente deste Centro Isabel Furtado é vice-/partiu de Francisco de Excelência da Indústria-presidente da Associação Lacerda. Automóvel. Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), liderada por Mário Jorge Machado, Lufs Campos presidente da Adalberto Ferreira Textile Solutions. E o presidente do Conselho de Fundadores da Casa da Música, entidade da qual Isabel Furtado assumiu a presidência no verão de 2024. ENTRADA NO “RANKING” DOS PODEROSOS Evolução no “ranking” de Os Mais Poderosos Nunca tinha marcado presença no “ranking” realizado pelo Negócios. Isabel Furtado, CEO da TMG Automotive, passa a integrá-lo este ano, ocupando a 48.ª posição. Fonte: Negócios “A empresa não é minha; está nas minhas mãos, e devo entregá-la à próxima geração, de preferência, em melhores condições do que quando a recebi. ISABEL FURTADO CEO da TMG Automotive #47 Ricardo Mendes É um dos fundadores da empresa que começou, ainda em 2001, a desenvolver “software”. Chegou a CEO da Tekever em 2018, liderando o mais recente unicórnio nacional que utiliza a inteligência artificial para comandar uma frota crescente de drones. BILHETE DE IDENTIDADE Naturalidade: Nasceu no Porto em janeiro de 1978. Tem 47 anos. Formação: Pós-graduação, mestrado e doutoramento em Engenharia de Software e Informática no Instituto Superior Técnico, especializado em Inteligência Artificial e Sistemas de Informação. Cargo: Cofundador da Tekever. Assumiu o cargo de CEO em 2018. PORQUE ENTRA Ricardo Mendes é o líder de uma empresa com mais de duas décadas de existência, mas que soube juntar a tecnologia, especialmente a inteligência artificial, a pequenos aparelhos voadores. Defensor da visão de que os drones vieram para ficar, o CEO tem junto de si um batalhão talentoso para atacar a liderança global num setor para o qual todos estão, só agora, a despertar. A aposta na defesa é uma realidade urgente na Europa, sendo que a Tekever assume estar preparada para assumir essa missão. “Quando nos juntámos foi para trabalhar na confluência de várias áreas tecnológicas, porque achávamos que o mundo ia nesse sentido. A área das comunicações móveis, dos sistemas embebidos e da inteligência artificial”. Foram estes os primeiros passos da Tekever, nas palavras de Ricardo Mendes, um dos fundadores da empresa portuguesa que hoje é o expoente máximo nacional no mundo da segurança e da defesa. Cresceu de forma expressiva nos últimos anos com o CEO a pilotar os “computadores com asas” para o estatuto de unicórnio. A aposta começou pelo software, com a Tekever, criada por Ricardo Mendes, Vítor Cristina, Pedro Sinogas, ex-colegas do curso de engenharia informática do Instituto Superior Técnico, em 2001, a fornecerem soluções de software para as mais variadas empresas, coma as] mais variadas aplicações. Desde o “mobile banking” a sistemas de gestão de análises clínicas ou mesmo de recursos humanos. Até a base do sistema inovadora para pagar o estacionamento na cidade de Lisboa. E da gestão das bicicletas Gira. A inovação, contudo, não parou. A base do negócio é mesmo essa: o constante desenvolvimento de novas soluções, uma lógica que levou a empresa portuguesa a levantar voo com Agência Espacial Europeia. O espaço aéreo começou, no final da primeira década deste novo milénio, a ser explorado pela Tekever, uma ambição que só se tornou relevante uma década depois, já com Ricardo Mendes, até então coo, a assumir o cargo de CEO Pedro Sinogas, que até aí era o presidente executivo, saiu da empresa por essa altura. Vieram para ficar Todo o desenvolvimento de software e de sistemas de inteligência artificial realizado desde o nascimento da Tekever ganhou a forma de drone, sendo que foi com Ricardo Mendes que a Tekever levou os primeiros serviços para o ›mercado do ponto de vista comercial, com volume. O ano de 2018 marcou o início de um crescimento que viria a acelerar de forma expressiva nos anos seguintes. Tal como os drones que produz, também o crescimento passou despercebido, mas foi exponencial. Só fez “barulho” quando em 2022 a Rússia decide atacar a Ucrânia, numa guerra que continua sem fim à vista. A empresa portuguesa colocou no ar a sua tecnologia para ajudar os ucranianos, chegando pela primeira vez a um palco de guerra. A Tekever assumiu um lado, mas para Ricardo Mendes "é claríssimo para nós que a Ucrânia foi agredida, que existe uma guerra e que nós estamos do lado dos ucranianos”, afirmou recentemente. Desengane-se, no entanto, quem pensa que os drones portugueses são utilizados, como a Rússia os tem utilizado: para realizar ataques. Os da Tekever não levam explosivos, não são os famosos drones suicida produzidos pelo Irão, mas sim sistemas aéreos não tripulados altamente sofisticados, com o poder a inteligência artificial, que são essenciais na recolha de informação muitas vezes decisiva naquela que hoje em dia é uma guerra cada vez mais tecnológica. Essa recolha de informação é de extrema importância no campo de batalha, mas também em continua na pág. 11 continuação da pág. 9 muitas outras aplicações. Seja na monitorização das florestas, procurando focos potenciais de incêndio, seja na vigilância das costas, travando o contrabando de bens e pessoas. As aplicações são muitas. “os drones vieram para ficar. Assim como carros, aviões, computadores ou¿ a internet, eles serão incorporados à estrutura da nossa sociedade”, afirmou Ricardo Mendes semana contraterrorismo realizada pela ONU em 2023. De Ponte de Sor para a Europa Ricardo Mendes é O CEO de uma equipa que conta, atualmente, com mais de 800 pessoas distribuídas entre as instalações de Lisboa e Porto, mas também nos centros de produção das Caldas da Rainha e em Ponte Sor, que se assume como a maior “fábrica” de drones da empresa. são 800, mas no final do ano o número deverá ser bem superior aos 1.000, com o reforço de talento a procurar acompanhar a crescente procura pelos vários modelos de drone que produz. A força aérea da Tekever conta comos AR3, AR4 e AR5, mas está prestes a levantar voo aquele que é considerado o “game changer”. Chama-se ARX e é em tudo um patamar acima do AR5, seja em velocidade, em alcance e também em termos de autonomia, com a particularidade de ser capaz de controlar uma série de outros drones mais pequenos na execução das missões que lhes forem atribuídas. Ainda que a Tekever tenha uma base internacional no Reino Unido, outra no País de Gales, além de uma plataforma europeia em Toulouse, em França, Portugal é o centro das operações. O ARX vai ser totalmente desenvolvido e fabricado em território nacional, sendo que Ponte de Sor poderá, em breve, passar a ser um importante aliado da Europa neste desígnio do Velho Continente de reforçar os seus sistemas de defesa após a quebra da histórica aliança com os EUA. Ricardo Mendes lidera uma empresa que fornece sistemas que se encaixam no “dual use”, ou seja, tanto podem servir necessidades civis como militares. E, como tem salientado, pretende ajudar os países europeus a criarem capacidades na área de segurança e defesa. “Temos um papel muito importante a cumprir”, afirmou numa entrevista recente, sendo esse também o motor daquele que será o crescimento da empresa nos próximos anos. Investimento e compras A inovação está embebida na cultura da empresa liderada por Ricardo Mendes que, assume, tem dúvidas sobre como conseguirá “manter o ritmo”. “Na comissão executiva temos muitos MBA eu não sou um deles, mas nenhum de nós está preparado para resolver esse problema”, atirou ao receber o Prémio Personalidade do Prémio Nacional de Inovação. Essa capacidade de inovar tem sido a base da expansão de um negócio que, nesta fase, apresenta enormes oportunidades. Para agarrá-las a Tekever está a investir, realizando inclusive algumas aquisições. Recentemente comprou um aeroporto, o West Wales Airport, na zona costeira de Aberporth, no País de Gales, para testar drones no âmbito do programa de modernização da Royal Air Force. Há investimentos já realizados, todos na casa das centenas de milhões de euros, um pouco por toda a Europa, mas sem esquecer Portugal. Comprou a cocoon Experience, uma empresa de design e “user experience” com que já colaborava no negócio dos drones, sendo que a meta é: de investir nos próximos três anos, incluindo 2025, cerca de 100 milhões de euros em compras à indústria. E financiamento não lhe falta. A Ventura Capital, Baillie Gifford, Iberis Capital, Crescent Cove e O Nato Innovation Fund foram os mais recentes investidores a injetar capital na empresa numa operação que colocou a avaliação da Tekever acimados mil milhões de libras (1,2 mil milhões de euros), passando a ostentar o estatuto de unicórnio, algo que apenas outras seis startup nacionais conseguiram. “O apoio contínuo dos nossos investidores reflete a sua confiança na nossa visão, tecnologia e sucesso a longo prazo”, afirmou Ricardo Mendes na celebração deste marco por parte de uma empresa que pouco ou nada revela em termos de indicadores financeiros. Quanto fatura? O CEO faz segredo, apenas revelando que tem vindo a duplicar praticamente todos os anos, com muito do ganho a ser reinvestido, seja no desenvolvimento das operações, seja nos recursos humanos, no talento, que faz a Tekever almejar a “liderança global em defesa e segurança autónoma com base em IA”. #48 É CEO de um grupo que tem crescido ca dentro, mas com um foco cada vez maior lá fora. #47 Lidera o mais recente unicórnio nacional que utiliza a IA para comandar uma frota de drones. RICAS CITAÇÕES FORTUNATO FREDERICO Fundador da Kyaya, março de 2009 Quer faça panquecas, sapatos ou aviões a empresa não funciona se ninguém sabe quem é o chefe. Todas as frases publicadas neste espaço foram extraídas do livro “Rícas Citações.. dos fazedores de dinheiro portugueses”, da autoria de Filipe S. Fernandes e editado pela Pergaminho. CRITÉRIOS O “ranking” dos Mais Poderosos da economia portuguesa foi estabelecido com base em cinco grandes critérios – poder da fortuna, poder financeiro, influência política, influência mediática e perenidade, sendo que cada individualidade foi pontuada de 1 a 5 em cada um deles. A partir da soma ponderada das pontuações o Negócios fixa a tabela final dos 50 Mais Poderosos. O PODER DA FORTUNA o “poder da fortuna” avalia a riqueza levando em conta também as dívidas, ou seja, releva a situação líquida (ativos e passivos). O PODER FINANCEIRO No poder financeiro olha-se para o poder através das empresas em que, direta ou indiretamente, se tem influência como acionista ou como gestor. As empresas são mais ou menos relevantes em função da sua dimensão, do seu setor e das redes que estabelecem e o impacto que têm noutras. A Influência Politica e medido, neste critério, o poder de influenciar ou de participar em decisões políticas seja do poder executivo, legislativo ou partidário com impacto decisivo na economia, nas empresas, nos negócios e na Administração Pública. A Influência Mediática Olha para o poder de condicionar a agenda mediática, através da audiência, capacidade de influenciar a comunicação social ou de mobilização de meios. PERENIDADE Neste ponto evidencia-se a temporalidade do poder que pode ser mais perene e independente de ciclos, sejam eles políticos, económicos ou da vida empresarial. TABELA DE Critérios Poder da fortuna Rede empresarial Influência política Influência mediática Perenidade RICARDO MENDES Ricardo Mendes diz que a Tekever tem “um papel muito importante a cumprir” na ajuda aos países europeus. TElA DE INFLUENCIA Josef Aschbacher A Tekever é a principal fornecedora de sistemas de comunicação entre satélites da Agência Espacial Europeia que é liderada por Josef Aschbache. Já participou em várias missões. Jošé Neves E. O presidente do conselho de Mo El Husseiny E o fundador da Ventura administração da AED Cluster de Portugal que Capital, uma capital de tem na Tekever um dos risco que investe em startups focadas no setor seus principais exemplos do que melhor se faz John Healey da segurança. Entrou na ronda de financiamento no país. o Reino Unido foi a primeira que deu o estatuto de aposta da Tekever no exterior. unicórnio à Tekever. A empresa portuguesa está a trabalhar com o Ministério da Defesa britânico num programa de modernização da Royal Air Force. Volodymyr Zelensky A Tekever tem trabalhado Klaus Hommels desde 2022 com a éo presidente do NATO Ucrânia, fornecendo os Innovation Fund, um seus drones para ajudar fundo que tem mais de as forças de Zelensky. mil milhões de dólares “Existe uma guerra e que para investir. nós estamos do lado dos Recentemente, parte ucranianos", diz. desse capital entrou na Tekever. Nuno Melo Ricardo Conde Tal como 0 resto da é o presidente da Agência Europa, Portugal está Vítor cristina Espacial Portuguesa que comprometido com o Juntamente com Pedro recentemente reconheceu reforço do investimento ‘Sinogas, Vítor Cristina e a Tekever pelo trabalho em defesa. Nuno Melo, Ricardo Mendes foram os no desenvolvimento de ministro da Defesa, fundadores da empresa tecnologias inovadoras conta com a Tekever tecnológica portuguesa para o mercado nesta missão. que recentemente aeroespacial. Rogério Colaço alcançou o estatuto James Taiclet E o presidente do Instituto de unicórnio. E O CEO de um gigante da Superior Técnico, aeronautica, a Lockheed instituição onde Ricardo Martin. Ainda assim, Mendes se formou em James Taiclet tem visto a Engenharia de Software sua empresa ficar para e Informática. O CEO da trás em alguns concursos Tekever também lecionou internacionais, perdendo vários cursos aqui. para os drones da Tekever. Maja Kostelac A Tekever venceu em 2021 um concurso da lAgência Europeia de Segurança Marítima (EMSA), ajudando com os seus drones em missões de vigilância e também de salvamento. “Os drones vieram para ficar. Assim como os carros, os aviões, os computadores ou a internet, eles serão incorporados à estrutura da nossa sociedade. RICARDO MENDES CEO da Tekever Voo DE DRONE PARA O TOP DOS PODEROSOS Evolução no “ranking” de Os Mais Poderosos é mais uma estreia no “ranking” realizado anualmente pelo Negócios, entrando para a 47.a posição. O crescimento exponencial da Tekever faz do CEO, Ricardo Mendes, uma figura incontornável no contexto atual. Ricardo Mendes Fonte: Negócios RICAS CITAÇÕES MIGUEL BELEZA Antigo governador do Banco de Portugal, agosto de 2009 Pode levar-se um burro até à água, mas não se pode obrigá-lo a beber. Todas as frases publicadas neste espaço foram extraídas do livro “Rícas Citações... dos fazedores de dinheiro portugueses”, da autoria de Filipe S. Fernandes e editado pela Pergaminho. CLASSIFICAçAO 2025 1.0 2.0 3.0 4.0 5.0 6.0 70 8.0 9.0 10.0 11.0 12.0 13.0 14.0 15.0 16.0 17.0 18.0 19.0 20.0 21.0 22.0 23.0 24.0 25.0 26.0 270 28.0 29,0 30.0 31.0 32.0 33.0 34.0 35.0 36.0 37.0 38.0 39,0 40.0 41.0 42.0 43.0 44.0 45.0 46.0 47.0 Ricardo Mendes S 48.0 Isabel Furtado * 49.0 Vladimir Putin 0 50.0 Gouveia e Melo *