Veículos SUV dominam procura e os de gasóleo são só 9% dos rent-a-car Após três anos de forte crescimento, atividade registou este ano um ligeiro abrandamento. Associação do setor pede apoios para eletrificar a frota tcosta@jn.pt TURISMO Se está a pensar alugar um carro para as férias, saiba quea grande moda são OS SUV e os crossovers, a gasolina ou híbridos, preferencialmente, em contratos com a duração de uma semana. é este o quadro feito pela Associação Nacional dos Locadores de Veículos (ARAC), num momento em que o setor deixou para trás três anos de expansão nunca vista e enfrenta agora as dores do crescimento. “o SUV compacto tornou-se a categoria transversalmente mais procurada, superando os segmentos tradicionais utilitários e compactos”, descreve Joaquim Robalo de Almeida, secretário-geral da ARAC, para ilustrar como “a composição da frota do setor e os padrões de procura têm evoluído com o tempo”. Mas porquê um SUV? "Conforto, espaço para bagagem, maior altura ao solo e maior sensação de segurança” ajudam a explicar a preferência, relegando para segundo plano o segmento dos utilitários compactos, até aqui “o pilar da frota de rent-a-car”. A tendência inverteu-se desde 2022 e OS SUV tornaram-se a"categoria dominante nas reservas”. MOTORIZAçàO CONTA Outra evolução ocorreu óno tipo de motorização. Na atual frota de rent-a-car em circulação dominam os veículos a gasolina (59,4%), tendo os de gasóleo passado para terceiro lugar, com apenas 9%, “quase extintos”. Os híbridos ganharam espaço (29% do total), mas os elétricosa 100% são uma ínfima fatia de 1,6%. “os híbridos representam atualmente a maioria da frota eletrificada ónos rent-a-car”, uma opçãojustificada pOr Joaquim Robalo de Almeida pOr terem uma autonomia semelhante à dos modelos de combustão, não estarem dependente dos postos de carregamento elétricos e terem boa aceitação por parte do cliente. Os elétricos, pelo contrário, têm uma baixa procura porque “os valores de autonomia anunciados pelos fabricantes referem-se a condições laboratoriais ideais”, que “não corres-pondem à realidade de utilização turística e urbana”, além dos “tempos de carregamento serem um fator dissuasor importante”. PREçO VARIàVEL O dirigente da ARAC lamenta que o setor continue “sem qualquer incentivo à instalação de postos de carregamento próprios nas estações de aluguer das empresas, nem existe apoio para a renovação da frota através da substituição de viaturas térmicas POr modelos elétricos ou híbridos”. Embora predominem os contratos semanais de aluguer na atividade turística, Robalo de Almeida refere a dificuldade em dar uma referência para um preço médio, porque depende de um “elevado número variáveis”, como: tipo de viatura escolhida, época do ano, antecedência na reserva, campanhas promocionais em vigor, coberturas do seguro, condutor adicional ou condutor jovem e equipamentos extra. Mais recentemente, os algoritmos introduziram os preços a variar minuto a minuto, sobretudo nas reservas online, em função da procura. Com maior ou menor tecnologia, o setor não tem parado de crescer desde 2021, com a retoma pós-covid, e depois, com os “níveis excecionalmente altos de procura turística”. Mas, este ano, “o ritmo de crescimento dá indícios claros de abrandamento”, que se está a refletir na “crescente pressão ónos preços” dos operadores, reduzindo as suas margens e tornando-se um motivo de “preocupação”. O arrefecimento ocorre devido, sobretudo, “à entrada de novas empresas com estratégias de preços agressivas, obrigando os operadores a baixarem o preço em relação a 2024”. Situação que ajuda a explicar a “ligeira redução óno número de veículos adquiridos até junho”, conclui o dirigente.o Joaquim Robalo de Almeida Secretário-geral da ARAC “Este abrandamento [no I.0 semestre] não deve ser interpretado como um sinal de retração estrutural, mas antes como uma fase de estabilização necessária após um ciclo expansionista acentuado” Os híbridos representam quase 30% da frota de rent-a-car Negócio de rent-a-car em Portugal Frota média 2021 61 484 2022 75535 2023 90 596 2024 95 937 Total de faturação (em milhões de euros) 1000 979,4 937,3 832 800 600 400 426,1 RI 2021 2022 2023 2024 FONTE: ARAO INF NFOGRAFIA JN Teresa Costa