DIA DAS TARIFAS DE TRUMP CHEGA COM ACORDOS E ADIAMENTOS
2025-08-01 06:00:11

Prazo de 1 de agosto da Casa Branca prevê início de regime de tributação nos Estados Unidos gabriel.hansen@jn.pt COMERCIO O prazo imposto por Donald Trump na guerra comercial dos Estados Unidos chegou hoje com distintos cenários para os países que fazem comércio com os norte-americanos. Acordos e adiamentos de última hora marcaram a intensa semana de negociações. UNIÃO EUROPEIA Polémicos 15% e compromissos O acordo entre União Europeia (UE) e EUA, anunciado por Trump e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, não foi unanimidade entre líderes do Velho Continente. Sem compromissos assumidos pOr Washington, Bruxelas prometeu comprar mais de 650 mil milhões de euros em petróleo e gás norte-americano, além de investir 525 mil milhões nos EUA medida que analistas veem com ceticismo. Apesar de o líder da Casa Branca se gabar de que os europeus vão comprar “quantidades vastas” de armamento militar norte-americano, não há nada definido no papel. No geral, produtos da UE serão tributados em 15%, com exceção a alguns setores, como o aço = que se mantém ônos 50%, com possibilidade de quotas que sofrerão com menos tributação, apesar de ser algo incerto ainda. Enquanto Washington vai impor 15% para os automóveis e peças europeus, Bruxelas retirou a taxa de 10% para os veículos americanos e poderá alinhar-se, posteriormente, com as regulações dos EUA. Aeronaves e peças fícam isentas de ambos os lados, beneficiando tanto a Boeing como a Airbus, bem como certos produtos agrícolas, ainda não especificados. BRASIL Fator Bolsonaro nas negociações Com uma balança comercial positiva, Trump teve de decretar uma emergência para justificar os 50% sobre os produtos brasileirOS. A lista de 694 isenções trouxe, no entanto, alívio ao país sul-americano, uma vez que muitos bens importantes não terão esta tarifa aduaneira, incluindo o petróleo, minérios, o su-mo de laranja e aeronaves-as empresas norte-americanas são uma das principais clientes da Embraer. O café não está nesta lista. Brasília acusa Washington de não estar disposto a negociar e diz que não vai pôr a soberania em causa, perante ataques ao seu sistema judicial, que investiga Jair Bolsonaro pela tentativa de golpe de Estado. A diplomacia dos EUA pôs o nome do relator do caso ôno Supremo Tribunal Federal do Brasil, Alexandre de Moraes, na lista de sancionados por bancos que atuem nos EUA. O juiz não tem bens e contas no país. Especialistas creem que, além da questão do ex-presidente, Trump quer impedir a desdolarização do comércio através dos BRIcs, grupo de economias emergentes ao qual o Brasil faz parte. Por fim, as tentativas de regulamen-tar as redes pelas autoridades brasileiras entra em conflito com uma Administração apoiada pelas tecnológicas. iNDIA, COREIA, JAPáO Taxas mesmo com diálogo Outros países continuaram com tarifas altas, apesar de fecharem acordos. As importações indianas ônos EUA serão tributadas em 25% acrescidas ainda de um valor, não especificado, devido ao comércio de Nova Deli com Moscovo. Apesar da boa relação entre Trump e o primeiro,ministro Narendra Modi, o líder da Casa Branca acusou o país mais populoso do Mundo de praticar taxas muito elevadas sobre os produtos americanos e que, como a Rússia, a india é uma “economia morta”. A Coreia do Sul fechou um acordo ontem e, em vez de 25%, ficará com uma taxa de 15% e, segundo Trump, Seul comprometeu-se com mais de 300 mil milhões de euros em investimentos nos EUA. A percentagem é a mesma do Japão, que assumiu o compromisso de comprar arroz e de permitira entrada de veículos americanos. CHINA E MEXICO Protelação para negociar Assim como EUA e China devem manter a pausa na implementação das tarifas pOr 90 dias, o líder da Casa Branca adiou ontem, POr três meses, novas taxas ao México, cujos produtos não incluídos no pacto comercial norte-americano são tributados em 25%. Claudia Sheinbaum, presidente mexicana, saudou a decisão. . Trump usou tarifas como bandeira de campanha Gabriel Hansen