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PAVILHÃO 25 DE ABRIL EM ALMANCIL RECEBU ´SUMIIT´ PARA DEBATER ENERGIA E CLIMA

Algarve Vivo Online

2025-07-31 21:07:03

Especialistas nacionais e internacionais da área do ambiente e alterações climáticas participaram, nos dias 28 e 29 de julho, no Pavilhão Multiusos 25 de Abril, em Almancil, na VIII Energy & Climate Summit, este ano dedicado ao tema Natureza e Clima: A Urgência de Agir. Depois de um primeiro dia mais técnico para convidados, a sessão de abertura deste evento internacional, que decorreu na terça-feira, contou com a participação de Maria da Graça Carvalho, ministra do Ambiente e Energia. Numa organização conjunta do município de Loulé e do Fórum da Energia e Clima, esta edição colocou em cima da mesa questões centrais como a implementação de políticas de ação climática para a conservação da natureza, ecossistemas em risco e as soluções inovadoras para a sua proteção, bem como estratégias eficazes de comunicação, sensibilização e participação cívica para conservar, através de painéis temáticos. Em matéria de proteção ambiental e na luta contra as alterações climáticas e transição energética os problemas estão identificados e as metas definidas, e a prioridade absoluta tem que ser dada à concretização das medidas, frisou a responsável governamental no discurso de abertura. "Executar, executar, executar" são, de acordo Maria da Graça Carvalho as grandes prioridades do governo. A ministra elencou algumas das ações realizadas nos 14 meses legislativos como o lançamento e entrada em funcionamento da Agência para o Clima, a estratégia nacional para questão da Água, a revisão da Estratégia Nacional da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, uma nova abordagem na gestão de resíduos ou a revisão do Plano Nacional de Energia e Clima 2030, entre outros. Quanto ao Algarve, falou da importância das áreas protegidas marinhas, que em breve irão ocupar 30 por cento, com uma nova área classificada a 200 quilómetros a sudoeste da costa algarvia, mas também da necessidade de proteção dos valores naturais e da defesa das praias. "Para defender a economia do Algarve temos que proteger o nosso litoral, temos que proteger os nossos valores naturais, e as praias são os maiores valores que o Algarve tem", notou. A pouco tempo do arranque da obra da dessalinizadora em Albufeira, a governante falou da importância estratégica da questão da água, sobretudo para uma região que tem tido, nas questões ligadas à escassez hídrica, um dos principais problemas. Já ao nível da transição energética, outra questão prioritária, salientou a necessidade de apostar mais no setor dos transportes, nomeadamente ao nível da rede ferroviária na região e em mais transportes públicos para as cidades. Maria da Graça Carvalho não quis terminar a sua intervenção sem uma palavra especial de apreço pelo trabalho levado a cabo em Loulé, o concelho que mais vezes visitou enquanto governante, e a "excelente colaboração que a autarquia tem tido com o Ministério". E foi precisamente sobre as iniciativas realizadas neste território, no âmbito de uma das primeiras políticas locais de ação climática do país e que é hoje "uma imagem de marca do município de Loulé", que o presidente da Câmara Municipal falou. Com um forte investimento em estudos, planos e projetos, em estreita colaboração com a Academia, Loulé foi a primeira autarquia do país a aprovar o seu Plano Municipal de Ação Climática, em fevereiro de 2022. Nesta retrospetiva da "dedicação de 10 anos à ação climática local", Vítor Aleixo lembrou que Loulé foi um dos fundadores da Rede AdaptLocal e a partir daí um longo caminho foi percorrido. A elaboração de um estudo para os próximos 100 anos ao nível do aumento do nível médio da água do mar, a cartografia de risco para os 13 quilómetros do litoral, o Plano de Contingência para os Períodos de Seca, a construção de mais de 50 quilómetros de ciclovias, a Agenda para a Biodiversidade e o Mundo Rural, uma aposta na área da energia com a instalação de 3,1 MegaWats e 80 centrais fotovoltaicas de iniciativa pública, a criação da Reserva Natural Local da Foz do Almargem e Trafal e o processo final para a criação de uma outra Reserva na Nave do Barão, o processo que poderá levar à atribuição do estatuto de proteção da UNESCO ao Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira foram algumas das medidas implementadas. O autarca sublinhou o facto de, além da ação política, em matéria das alterações climática ser necessário também "ativismo o cívico" e recordou que foi graças também ao papel da sociedade civil que foi ganha a "batalha" contra a prospeção de petróleo e gás no Algarve. Estas são algumas das razões que fazem de Loulé um "município inspirador, onde as mudanças que precisamos fazer já acontecem à escala local, algo que precisamos celebrar e transmitir daqui para outros concelhos", como relevou Ricardo Campos, presidente do Fórum da Energia e Clima. E adiantou: "São projetos de ação climática local que têm potencial enorme de serem escalados para outros concelhos do país". Ao longo deste Summit foram apresentados painéis temáticos sobre políticas de ação climática para a conservação da natureza, sensibilização e participação cívica e ecossistemas em risco e soluções inovadoras para a sua proteção. Por outro lado, foram apresentados projetos locais como o emblemático As árvores na Nossa Cidade, promovido pelo município de Loulé e pelo CEiiA, no âmbito do Digital Innovation Hub. Foi ainda assinada a declaração Rede de Guardiãs da Natureza e Mundo Rural e do Manifesto Movimento das Mulheres pelo Clima. Outro dos momentos altos foi distribuição, pelos presentes, do livro Desertificação em Portugal, de Maria José Roxo. Algarve Vivo