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PROCURA POR CARROS A COMBUSTÃO "É SUPERIOR". "QUEREMOS CRESCER NOS VERDES", DIZ BANCO PRIMUS

Negócios Online

2025-07-30 21:06:37

O Banco Primus continua a ver uma maior procura por carros a gasóleo e a gasolina do que por veículos híbridos e elétricos. As vendas de híbridos e elétricos estão a crescer entre os carros novos, mas são ainda reduzidas nos usados. Os carros a combustão dominam o financiamento concedido pelo Banco Primus que diz que a sua oferta "não deve ser limitadora daquilo que são as superiores necessidades dos consumidores", afirma o CEO da instituição financeira, Hugo Carvalho da Silva. Que tipo de carros estão a financiar? Pese embora ter existido um enfoque muito grande das entidades governamentais, incluindo a União Europeia, no sentido de incrementar as vendas de viaturas chamadas "verdes", sejam 100% elétricas ou híbridas, percebemos que essas viaturas, por um conjunto de fatores, não vão ainda ao encontro das necessidades dos clientes. Olhando para a procura que temos, a de viaturas de combustão ainda é superior. Seja um diesel ou um automóvel a gasolina, a procura ainda supera a de viaturas elétricas ou híbridas. O mercado dos usados está ao contrário dos novos? É um mercado cujo consumidor tem necessidades diferentes. No financiamento automóvel, temos um financiamento médio na casa de 17, 18 mil euros. Este valor não é compatível com a aquisição de uma viatura nova elétrica em que dificilmente se consegue um veículo abaixo dos 40 mil euros. Nós incentivamos, nomeadamente, através de apoios (cartões pré-carregados para abastecimento elétrico), mas achamos que a nossa oferta não deve ser limitadora daquilo que são as superiores necessidades dos consumidores. No financiamento automóvel, temos um financiamento médio na casa de 17, 18 mil euros. Hugo Carvalho da Silva CEO do Banco Primus Mas qual é o peso das viaturas "verdes"? Se olharmos para o universo total de viaturas novas e usadas, estamos a falar num "mix" que está na casa dos 20%. Mas este é um mercado com maior potencial? A nossa ambição é aumentar a quota das chamadas viaturas "verdes". Achamos é que o devemos fazer de uma forma gradual e não fazer imposições. É mais arriscado financiar um elétrico? Do ponto de vista de incumprimento. É igual. A probabilidade de haver uma situação de incumprimento, tendencialmente, está mais conectada com o devedor, provavelmente, com a garantia do que com o colateral. Agora, há um aspeto que é extremamente curioso: se olharmos para a desvalorização no mercado de usados da viatura elétrica, ela é muito mais acelerada do que uma viatura a combustão interna. O compromisso do cliente para com o bem é diferente? No caso de haver uma situação de recuperação da viatura, do ponto de vista de custo-risco, há um custo-risco superior. A desvalorização nos usados elétricos é muito mais acelerada do que nos de combustão interna. Hugo Carvalho da Silva CEO do Banco Primus Esse risco traduz-se no preço do crédito dos elétricos ou não? Apesar de haver este fenómeno muito específico de uma maior depreciação do valor do bem, as chamadas viaturas verdes até beneficiam de financiamento mais atrativo do ponto de vista de taxa de juro. Ao nível do preço do financiamento, quão competitivo é o Banco Primus? Somos competitivos, especialmente ao nível da costumização da nossa oferta. Mas o fator preço é determinante. Provavelmente será o principal ou um dos principais fatores de escolha do próprio consumidor e, portanto, aqui a nossa oferta está obviamente balizada por aquilo que são os limites de taxas de juro definidas trimestralmente pelo Banco de Portugal. Nós estamos longe desses limites, mas a nossa taxa de juro varia em função de se tratar de uma viatura nova, uma viatura usada, se estamos a falar de uma mais usada ou menos usada, um prazo mais curto, um prazo mais longo. Mas diria que as nossas taxas de juros são competitivas, até pelo "benchmark" que fazemos face à concorrência. Paulo Moutinho paulomoutinho@negocios.pt Paulo Moutinho paulomoutinho@negocios.pt