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REPORTAGEM - ERA DIVISÃO, É MARCA!

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2025-07-30 21:06:26

Reportagem. A Cupra, sete anos depois de apresentar-se, formalmente, como marca autónoma da SEAT, tem gama com sete carros, encontra-se comprometida com o processo de eletrificação do automóvel e tem, também, programa bem-sucedido no desporto, como parceira estratégica da KIRO no Mundial de Fórmula E , no ePrix de Jacarta, a primeira vitória. Uma história de sucessos que “arrancou” há 40 anos, com a SEAT Sport! ACupra, surpreendentemente, considerando que tem identidade própria, apenas 2018, foi a marca que mais progrediu nos registos de automóveis novos na Europa em 2024, na comparação com 2023, devido ao êxito que teve em mercados-chave na Europa, como o alemão. O fabricante na “órbita” da SEAT e, também, do Grupo Volkswagen, nos primeiros sete anos de atividades, soma mais de 800.000 vendas e, sobretudo, foi capaz de construir gama com sete automóveis. Esta tendência de crescimento continuou a aumentar de ritmo em 2025, com progresso de 38,1% só no primeiro trimestre no ano (não existem números mais atuais...). O automóvel, principalmente no mercado europeu, encontra-se confrontado com combinação negativa de fatores que pressiona tanto a indústria como o mercado, facto que adiciona crédito(s) ao percurso da Cupra. A transição para a mobilidade elétrica é muito exigente, devido aos custos de investimento e produção elevados, sobretudo no domínio das baterias, e origina mais dúvidas do que certezas, com o atraso na instalação da infraestrutura de carregamento, desigual de país para país e muito mais lenta do que o imposto pela própria União Europeia (UE), a incerteza regulatória, nomeadamente no que respeita ao fim do comércio do motor térmico nos carros novos em 2035, o abrandamento na procura da tecnologia do futuro e o fim, em muitos estados-membros, dos incentivos à mudança de paradigma, facto na origem de abrandamento significativo na procura. E à lista de contratempos somam-se, ainda, a concorrência crescente das marcas chineses, que a adoção pela UE de tarifas às importações de automóveis elétricos importados da China não travou, tanto devido à competitividade dos preços como à qualidade dos produtos, a dimensão do investimento na adaptação dos parques industriais, para adaptá-los à mudança, o que exige redimensionado com impacto negativo até no emprego, e a instabilidade económica e geopolítica, sobretudo na Ucrânia e no Médio Oriente, fator importante de perturbação tanto das cadeias de abastecimento como dos custos energéticos e de transporte. O contexto é muito disruptivo (e depressivo...), com o cumprimento de regras mais rígidas nas áreas da proteção ambiental e da segurança, assim como nos campos da conetividade e da digitalização, a refletir-se nos resultados financeiros de todos os fabricantes , margens de lucros menores, consequências negativas maiores. A Cupra, no entanto, mesmo movimentando-se neste ambiente tão nebuloso, soma e segue, como demonstram os resultados mais recentes, que ainda são referentes ao primeiro trimestre do ano: 78.300 automóveis entregues a clientes, mais 38,3% do que no período homólogo de 2024 ,m março foi mesmo o melhor mês na história da empresa, com 39.400 unidades. Por modelos, Formentor número um (26.500), à frente do Terramar (17.800). Os carros eletrificados representaram uma quota de 23,7%. A Cupra, depois de 2024 entusiasmante, com recorde histórico de 248.000 carros vendidos, o que correspondeu a mais de 44% das entregas da SEAT, e de arranque de 2025 não menos excitante, aproxima-se depressa do milhão de automóveis. No ano passado, o Formentor foi o modelo mais bem-sucedido (111.300), à frente do Born (41.800). Entretanto, a marca atualizou o primeiro, apresentou edições novas de Leon e Leon Sportstourer, introduziu Tavascan e Terramar, e confirmou o acordo com a Penske para a distribuição da marca no mercado norte-americano antes do fim da década, programa que expõe, claramente, a ambição de mais crescimento. Planos são de mais crescimento e expansão da gama A Cupra, para certeza de diferenciação da casa-mãe, posiciona-se acima da SEAT, o que também proporciona margens de lucro maiores, facto possível só devido ao êxito comercial da empreitada iniciada, formalmente, em fevereiro de 2018, com o anúncio da autonomia da marca, o que não representa independência industrial e tecnológica, tanto mais que estas sinergias beneficiam todos, por baixarem muito os custos associados aos tempos de desenvolvimento de automóveis novos e aos processos de compra de componentes e distribuição e produção de carros. A ideia por detrás da conceção da Cupra é a de marca com imagem diferenciada e diferenciadora, condição para a criação da identidade “premium” capaz de apoiar o reposicionamento perseguido pela SEAT e apoiado pelo Grupo Volkswagen, com desempenho desportivo capaz de conquistar os adeptos da condução, orientação que não compromete o objetivo de diminuir, significativamente, os consumos e os gases de escape. E o programa arrancou com Sport Utility Vehicle (SUV) compacto baseado num SEAT, o Ateca, e equipado com motor 2.0 TSI de 300 cv. Seguiram-se as versões de topo do Leon, que também contavam com motorizações híbridas do tipo Plug-In (recarregamento externo das baterias). Em 2020, introdução do primeiro automóvel exclusivo da Cupra, o Formentor. Este SUV, recentemente, beneficiou da primeira modernização. A gama tem mecânicas térmicas e motorizações híbridas (MHEV, HEV e PHEV), com potências de 150 cv a 333 CV. Na versão mais desportiva (VZ), 2.0 TSI apoiado por caixa de 7 veloci-dades, de embraiagem dupla (DSG), e sistema de quatro rodas motrizes (4Drive). A marca reivindica 4,8 s no arranque 0-100 km/h e 250 km/h de velocidade máxima. Em 2021, outro automóvel novo exclusivo, no caso o primeiro elétrico. O Born tem a mesma arquitetura técnica do VW ID.3 (a plataforma MEB) e apresenta-se como embaixador das ambições da Cupra, que mantém o programa para propor apenas motorizações elétricas a partir de 2030, independentemente do abrandamento na procura da tecnologia no mercado europeu. O Tavascan apresentado em 2024 eo o Raval sobre a rampa de lançamento consolidam o plano de abandono progressivo das mecânicas de combustão interna na gama à venda no Velho Continente, uma vez que a marca mais irreverente e jovem do portefólio do Grupo Volkswagen tem, também, estratégia de internacionalização muito ambiciosa, que inclui a América Latina e a Austrália, na primeira fase do programa de globalização, e a América do Norte, no segundo. ? o sucesso da operação no México, o país que teve a primeira City Garage da Cupra (Cidade do México), demonstra o potencial de cumprimento bem-sucedido da missão! e de espaço que é muito mais do que ponto de venda de automóveis. A marca anuncia-o como ponto de encontro para a promoção do estilo de vida jovem e urbano, e partilha de experiências culturais e so-ciais. E o objetivo é, obviamente, a tentativa de sedução de geração nova de clientes, necessariamente mais aberta a compra de carro que rompa com o “status quo” numa indústria e num mercado quase sempre bastante conservadoras. Também neste campo, a eletrificação representa oportunidade de ouro para o aparecimento de protagonistas novos. Raízes encontram-se na SEAT Sport criada em 1985 O início da história do nome Cupra na SEAT é muito, muito anterior a 2018, ano da criação da marca nova. A designação deriva da expressão inglesa “Cup Racing” e, por isso, remete-nos, diretamente, para a competição automóvel e os modelos de orientação desportiva com desempenhos e "performances” excecionais. A estreia aconteceu em 1996, numa versão do Ibiza comemorativa dos títulos mundiais nos ralis (tricampeã de construtores na categoria 2 Litros em 1996, 1997 e 1998, com o Ibiza Kit Car). O Ibiza GTI Cupra Sport desenvolvida com o apoio da equipa da SEAT Sport, divisão desportiva criada em 1985, tinha motor 2.0 com 150 cv. Nesta espécie de linha do tempo, seguiram-se o Ibiza 1.8 20V Cupra, em 1999, eo Ibiza Cupra R, em 2000 , no segundo, motor com 180 cv e produção limitada a 200 unidades. Antes, em 1999, surgiu o Leon Cupra e, depois, em 2002, o Cupra R, que teve versões com 225 CV. Em 2003, devido à notoriedade das edições desportivas, a SEAT criou até “coupé” com mecânica v6 3.0 biturbo posicionada centralmente. A ideia era contar com máquina para corridas de GT. Chamava-se Cupra GT. Mais recentemente, e depois das vitórias e dos títulos de 2008 e 2009 no WTCC, O Mundial de Turismos, concentração em disciplinas novas do desporto automóvel, com o objetivo de promover a inovação e a sustentabilidade, e conseguir o acesso a desenvolvimentos que admitissem transferência tecnológica para os carros que conduzimos todos os dias. E este movimento coincidiu com a entrada em cena da Cupra, o que também deu origem à substituição da SEAT Sport pela Cupra Racing. A estreia aconteceu em 2018, no ETCR, com e-Racer. Seguiu-se a participação no Extreme ? e, por fim, em 2023, a entrada na Fórmula E, primeiro com a alemã ABT, que dispunha de monolugar elétrico da Mahindra, depois como parceria da norte-americana KIRO, que compete com versão muito modernizada e otimizada do 9XX Electric utilizado pela Porsche na êpoca 10. Na êpoca 11 da Fórmula (2024-25), com a introdução de monolugar elétrico novo, O Gen3 Evo, Mundial ainda mais atrativo = também para as marcas de automóveis =, devido tanto à introdução do Pit Boost (paragens nas boxes para recarga rápida da bateria a 600 kW) como à disponibilidade temporária de quatro rodas motrizes durante a segunda fase das qualificações, nos arranques das corridas e, também, nas ativações do Attack Mode (dois por ePrix), por ação de motor dianteiro. Nestes períodos, a potência máxima aumenta de 300 kW para 350 kW. Esta temporada, por fim, os primeiros pódios e a primeira vitória num campeonato que a Federação Internacional do Automóvel (FIA) reconhece como Mundial e tem a missão de promover a eletromobilidade. E, por isso, esta parceria da Cupra com a Kiro também é tecnológica, e não Só comercial. A marca, na Fórmula E, encontra plataforma ótima para o desenvolvimento de “hardware” e “software” importantes para os automóveis de produção em série. A importância da competição percebe-se assim: 40% da energia consumida pelos monolugares é recuperada durante as corridas, nas desacelerações e travagens. A Cupra Racing também compete no campeonato TCR World Tour (Leon VZ TCR) e, recentemente, participou nas 24 Horas de Núrburgring (dois Leon). Diretor da marca analisa presente e antecipa futuro Ignasi Prieto comanda a Cupra desde abril de 2024 e tem a missão de consolidar o processo de crescimento de fabricante que adotou a cor do cobre como “imagem de marca” = encontramo-la nos logotipos da marca e na decoração do monolugar. “Transmite emoção e paixão, e representa material bom condutor de eletricidade”, disse-nos, recentemente, o responsável da marca, durante ePrix do Mundial. Prieto explicou-nos, também, a razão por detrás do investimento na Fórmula E e a mudança da ABT para a Kiro. “Mantemos a relação com a companhia alemã para a produção de carros especiais, mas a equipa mudou de parceiros novos e, quando decidimos continuar na Fórmula E, assinámos acordo com a KIRO, que está muito alinhada com tudo o que ambicionamos como marca. Não somos convencionais, privilegiamos, principalmente, o desenho e as performances elétricas. Esta série, com O Gen3 e o Gen3 Evo, tornou-se mais atra-tiva, com o Attack Mode, o Pit Boost e as quatro rodas motrizes”, explicou O diretor da Cupra destacou, ainda, todas as mais-valias associadas ao facto de a equipa trabalhar com parceira de consórcio. “A KIRO tem a vantagem adicional de contar com unidades de potência da Porsche, marca que integra o nosso grupo. Já existem muitas colaborações entre as empresas, a ideia é otimizá-las ainda mais”. Ignasi Prieto, durante esta conversa, também comentou o passado, o presente e o futuro. “Mais do que os recordes de produção ou vendas, 2024 foi importante pela introdução no mercado de quatro carros novos, incluindo elétricos e híbridos Plug-In. As expetativas para este ano são de mais crescimento, mas o automóvel-chave para a Cupra é o Raval programado para 2026”, reconheceu. Prieto enumerou, por fim, as duas condições mais importantes para o sucesso da “empreitada” da eletrificação. “o problema da autonomia foi resolvido. Parece-me que 400 km são mais do que suficientes para a maioria das necessidades diárias... Mas, para o sucesso dos carros elétricos, existem mais dois pontos importantes: a infraestrutura, para não termos de fazer a nossa vida em redor de pontos de carga, e o preço, que tem de tornar-se muito mais acessível. O objetivo é a paridade com os motores de combustão interna”, concluiu. Eletromaratona Lisboa-Madrid O Tavascan, segundo elétrico da Cupra, tem o formato automóvel da moda (SUV) e uma versão Endurance com 286 cv e tração traseira. A promessa é de até 568 km entre recargas da bateria com 77 kWh de capacidade. Experimentá-lo entre as City Garage da marca nas capitais dos países da Península Ibérica, mas Lisboa-Madrid no horário proposto obrigou a "contrarrelógio". Assim, 641 km em 6h15 m e média 21,9 kWh/100 km (anuncia-se 15,2 kWh/100 km). Se a Cupra tinha como objetivo demonstrar a eficiência energética do Tavascan, a missão foi muito mal cumprida, mas a verdade é que a marca pensou esta viagem com propósito diferente. A ideia era apenas a de demonstrar que este automóvel é capaz de proporcionar-nos experiência de condução muito gratificante na ligação entre as capitais dos dois países ibéricos. E, valorizando-se mais esta abordagem, automóvel muito competente. Em matéria de pontualidade, espanhóis e portugueses não são muito diferentes e o arranque tardio de Lisboa obrigou à introdução de mudanças num percurso que tinha, originalmente, 736 km e passava pelo Parque Nacional de Monfragúe antes da segunda paragem para recarregamento da bateria do Tavascan, que aconteceu em Almaraz, próximo da central nuclear com o mesmo nome vizinha das águas do Rio Tejo, infraestrutura contestada dos dois lados fronteiras, mesmo conhecendo-se o plano espanhol para o encerramento da Unidade | em novembro de 2027 e da Il em outubro de 2028. No entanto, o almoço realizado durante a primeira paragem, em Mérida, demorou mais do que o planeado, o que exigiu mudança de plano, para não comprometer o programa, nomeadamente o horário da chegada a Madrid. Obrigados a improvisar, e arrepiar caminho, não desfrutamos das paisagens das províncias espanholas da Extremadura nem de Castela-La Mancha, mas aproveitámos (bem) a competência dinâmica do Tavascan. Este automóvel com 286 cv e tração traseira movimenta-se sempre silenciosa e suavemente, devido ao funcionamento correto de suspensão que filtra quase todas as irregularida-des dos pisos e à qualidade da insonorização do habitáculo. Esta combinação também beneficia o conforto a bordo, por isso surpreendendo o facto de termos chegado a Madrid sem sinais de fadiga a mais. O Tasvascan conta com versão mais potente (o vz com 340 cv e tração 4Drive tem preços em Portugal a partir de 66.581 EUR) e maiores capacidades dinâmicas, mas o Endurance mais do que satisfaz! Anunciam-se 180 km/h de velocidade máxima (encontra-se limitada, para proteção da autonomia) e 6,8 s no 0-100 km/h, registos que combinam com a imagem desportiva deste SUV que a Cupra produz na China. o Tavascan, na agilidade e nas "performances", não rivaliza com os modelos mais desportivos da categoria em que compete, o que surpreende pouco, considerando que tem quase 2,2 toneladas. Ainda assim, em curva, o centro de gravidade baixo e a repartição quase equitativa do peso pelos eixos beneficiam-no, por garantirem condução mais equilibrada, precisa e segura. Todas as reações ao acelerador são despachadas e o Cupra tem sistema de modos de condução que permite adaptar o desempenho do automóvel (Range, Comfort, Performance, Cupra e Individual) e da suspensão, aumentando ou diminuindo a firmeza amortecimento. E as patilhas no volante, neste automóvel elétrico, regulam o funcionamento da regeneração de energia nas desacelerações e travagens (nota: o nível mais intenso não é capaz de parar a marcha do carro e, no volante, dispõe-se de comando exclusivo para ativar o programa mais desportivo). Finalmente, este Tavascan com painel de bordo digitalizado (instrumentação num monitor de 5,3" e sistema multimédia num de 15", sendo que o segundo beneficia de comandos de acesso e retroiluminados para controlo mais simples de diversas funções do carro) também cumpre a missão de automóvel para as famílias, devido à abundância de espaço no interior e à capacidade da bagageira (540 a 1267 litros, dependendo da posição dos encostos dos bancos traseiros). E na apresentação e na qualidade (materiais ou montagem), a Cupra cumpre a promessa de automóvel com apresentação desportiva e "premium". SEAT Sport, o “berço” da Cupra FICHA TêCNICA MOTOR Tipo Elétrico, síncrono, traseiro Potência 286 cv/210 kW Binário 545 Nm BATERIA Tipo/Tensão lões de lítio/400 v Capacidade (bruta/útil) 77/82 kWh Carregamento de 0% a 100% 8h00 a 11 kW Carregamento de 10% a 80% 0h28 a 135 kW TRANSMISSáO Tração Traseira Caixa de velocidades Automática de 1 vel. CHASSIS Suspensão F Ind. MacPherson Suspensão T Ind. multibraços Travões F/T Discos ventilados/Tambores Direção/Diâmetro de viragem Elétrica/10,2 m DIMENSOES E CAPACIDADES Comprimento/Largura/Altura 4,644/1,861/1,597 m Largura das vias F/T 1,590/1,567 m Distância entre eixos 2,766 m Mala 540-1267 litros Pneus F 235/55 R19 Pneus T 235/55 R19 Peso 2178 kg Relação peso/potência 7,61 kg/cv prestações E CONSUMOS Velocidade máxima 180 km/h (limitada) Aceleração 0-100 km/h 6,8s Consumo médio (WLTP) 15,2 kWh /100 km Autonomia (WLTP) 568 km PREçO (CLIENTE PARTICULAR) 50.366 EUR* *Pacote Adrenaline: 56.181 EUR JOSÉ CAETANO