EMPRESAS DOS EUA REJEITAM TARIFAÇO DE 50% IMPOSTO POR TRUMP. EMBRAER FAZ PRESSÃO
2025-07-30 21:06:01

Companhias aéreas norte-americanas veem impacto negativo do tarifaço imposto ao Brasil, previsto para vigorar a partir desta sexta-feira (01/08). American Airlines e SkyWest lideram protesto. Os artigos da equipa do PÚBLICO Brasil são escritos na variante da língua portuguesa usada no Brasil. Acesso gratuito: descarregue a aplicação PÚBLICO Brasil em Android ou iOS. Empresas de aviação norte-americanas resistem ao tarifaço de 50% imposto aos produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A taxa está prevista para entrar em vigor a partir desta sexta-feira (01/08). As companhias aéreas American Airlines e SkyWest, que detêm o maior número de aeronaves brasileiras em operação regional no país, alegam que a punição ao Brasil prejudicará - e muito - suas atividades no dia a dia. Para se ter uma ideia do impacto da decisão de Trump sobre a companhias aéreas, somente a American Airlines tem 314 aeronaves fabricadas pela Embraer em sua frota. Estão incorporadas à empresa modelos de aviões de passageiros como o E170 e o E175, de fuselagem menor e com menos assentos (até 88), e o E190 e o E195, com maior fuselagem e capacidade para até 144 passageiros. O presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, que está nos EUA, teve encontros nos últimos dias com o CEO da American, Robert Isom, de quem ouviu apoio às articulações junto a secretários de Estado norte-americanos. O líder da empresa norte-americana, inclusive, "fez um apelo público para que o governo suspendesse a aplicação da taxa de 50%", revelou o empresário brasileiro. Quer receber notícias do PÚBLICO Brasil pelo WhatsApp? Clique aqui. O Governo do Brasil, apesar da má vontade de Trump com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está insistindo em negociações, que prevê a isenção do tarifaço sobre a Embraer e o agronegócio. Trump condiciona a não taxação aos produtos brasileiros à anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que responde a processos no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. O mercado norte-americano representa, atualmente, 45% das encomendas de jatos comerciais da Embraer e 70% das vendas de jatos executivos. A empresa mantém uma fábrica na Flórida, onde emprega cerca de 3 mil funcionários, e estaria expandindo a capacidade instalada diante da possibilidade de aumentar a produção. A brasileira paga impostos em 30 estados dos EUA. O economista Eduardo Velho, da Equador Investimentos, acrescenta que a Embraer possui mais de 3 bilhões de dólares em ativos em território norte-americano e constata que cerca de um terço dos voos regionais nos maiores aeroportos do país é realizado com aeronaves da fabricante brasileira, se constituindo na única fornecedora dos aviões E175 (de corredor único) para os EUA, sem concorrentes diretos neste modelo. SkyWest, líder mundial A companhia SkyWest é outro símbolo da importância da Embraer nos EUA. A aérea norte-americana, que faz aviação regional, é uma das líderes mundiais em aeronaves da empresa brasileira, e reforçou sua aposta nos jatos E175, confirmando os recentes pedidos de compra de 60 aeronaves, com opção de mais 50. Os executivos da SkyWest temem que o tarifaço atrase as entregas. O CEO da empresa norte-americana, Chip Childs, afirmou que a companhia "não pretende pagar a tarifa de 50% sobre jatos da Embraer". A declaração foi dada durante a conferência em que apresentou os resultados da companhia no 2º trimestre de 2025. A SkyWest opera mais de 200 E175 e deve chegar a 300 unidades até 2028. A empresa já pagou 10% de tarifa em entregas recentes e alertou "que não aceitará um possível aumento para 50%". Embraer é peça chave O executivo da SkyWest foi enfático ao declarar: "Temos forte relacionamento com a Embraer e nossos parceiros para buscar soluções sustentáveis". E acrescentou: "Se as tarifas forem implementadas, adiamos os pedidos até uma resolução. A Embraer é peça-chave em nossa estratégia de longo prazo". No segundo trimestre deste ano, a SkyWest reportou receitas de 1 bilhão de dólares (+19% ante o segundo trimestre de 2024), com lucro líquido de 120 milhões de dólares. A empresa também anunciou que está reativando 25 aviões CRJ, com o objetivo de atender a alta demanda em comunidades menores, onde a procura por voos regionais está no maior patamar histórico. Promo App PÚBLICO BrasilUma app para os brasileiros que buscam informação. Fique Ligado! tp.lisarbocilbup@solecnocsavsolrac Carlos Vasconcelos