A GALP ESTÁ A ACELERAR ? TRANSIÇÃO ENERGÉTICA EM PORTUGAL COM SOLUçóES INOVADORAS PARA CARREGAR CARROS ELÉCTRICOS E PARTILHAR ENERGIA ENTRE COMUNIDADES Galp está a mudar a forma como se carrega um carro eléctrico em Portugal, aproveitando a infraestrutura que já existe nas ruas. O projecto chama-se EV Massification e tem como principal ideia transformar postes de iluminação pública em pontos de carregamento para veículos eléctricos, sobretudo para quem não tem garagem ou acesso fácil a uma tomada. Na prática, aproveitam-se as ligações eléctricas quejá alimentam os candeeiros de rua para instalar Os carregadores. Desta forma, evita-se construir novas redes eléctricas e poupa-se tempo na instalação. Além disso, o avanço da tecnologia LED, que consome menos energia, liberta capacidade nos postes para alimentar estes novos carregadores. De acordo com a Galp, «a expansão da mobilidade eléctrica exige soluções rápidas, escaláveis e com menor impacto na infraestrutura urbana. Ao estudar diversas opções tecnológicas, identificámos os postes de iluminação pública como uma solução particularmente eficaz: são uma infraestrutura eléctrica existente, bem distribuída e próxima dos lugares de estacionamento. o principal desafio técnico foi o espaço físico limitado para instalar os carregadores, que resolvemos através do desenvolvimento de versões compactas e optimizadas do sistema de carregamento da Galp.» Os primeiros ensaios já arrancaram com quatro unidades , duas na refinaria de Matosinhos e duas em Carcavelos , e há municípios interessados em aderir ainda este ano. A ambição é clara: multiplicar os pontos de carregamento para reduzir a ansiedade de quem pensa comprar um carro eléctrico, garantindo que há sempre uma solução perto de casa. Como ponto de situação destes pilotos, a Galp afirma que «tanto em Matosinhos como em Carcavelos temos assistido a uma utilização muito relevante dos carregadores, com mais de 600 sessões registadas em cada local. As taxas de ocupação superaram as expectativas para uma fase piloto, validando a viabilidade e aceitação da solução por parte dos utilizadores.» A Galp encontra-se ainda numa fase piloto da expansão dos carregadores em postes de iluminação pública, dando prioridade à experimentação da tecnologia em diferentes contextos urbanos. A definição dos locais tem sido feita em articulação com as autarquias, que indicam as zonas com maior potencial de utilização. A informação reunida nestes primeiros testes servirá de base para alargar o projecto a outras cidades nos próximos meses. A Galp assegura que a interoperabilidade está garantida, uma vez que todos os carregadores instalados estão integrados na rede pública Mobi.e, tal como acontece com os restantes pontos de carregamento convencionais. Assim, qualquer motorista pode utilizar o serviço através do cartão ou aplicação de qualquer Comercializador de Electricidade para a Mobilidade Eléctrica (CEME). A empresa energética refere ainda que esta solução reduz de forma significativa os custos e os prazos de instalação, acelerando assim a densificação da sua rede de carregamento. Este projecto é considerado um contributo directo para atingir a ambiciosa meta de duplicar a infraestrutura de carregamento na Península Ibérica, com especial foco na proximidade e conveniência para os utilizadores. Esta abordagem minimiza a intervenção na via pública e reduz os impactos na mobilidade urbana durante o processo de instalação, segundo explica a Galp. Além disso, promove o carregamento de proximidade, o que representa uma solução prática para os utilizadores que não dispõem de garagem ou carregador próprio. Para as autarquias, é uma alternativa mais simples e económica, com menos burocracia e menor tempo de instalação. SISTEMA PARTILHADO DE ENERGIA Além de apostar na mobilidade, a Galp está também a inovar na gestão colectiva de energia através de um outro projecto inovador que envolve a instalação de uma bateria comunitária no âmbito do Caxias Living Lab, considerado pioneiro a nível europeul. A ideia consiste em criar um sistema partilhado de armazenamento de energia para cerca de 30 a 40 familias que produzem electricidade através de painéis solares, permitindo-lhes guardar a energia gerada de forma colectiva. Espera-se que esta solução possibilite uma redução na factura de eletricidade para os utilizadores, apesar de o impacto económico precisar de ser confirmado após um período de testes. A Galp refere que este projecto se encontra numa fase avançada. Já foi formalmente constituída uma Comunidade de Energia e a instalação da bateria comunitária foi concluída. Actualmente, estão a ser testadas várias plataformas digitais que visam optimizar a produção, o consumo, o armazenamento e a partilha de energia entre os membros dessa comunidade. Relativamente à bateria comunitária descentralizada, que integra mais de 200 painéis fotovoltaicos e tecnologia V2H, a Galp explica que o sistema funciona de forma inteligente, como se estivesse distribuído por cada membro da comunidade. Este modelo permite optimizar os custos e maximizar a utilização da energia produzida localmente. A gestão do armazenamento e da partilha dos excedentes de energia entre os participantes é realizada por um sistema de controlo automático que ajusta estas operações conforme a necessidade. Com base nos dados actuais de produção solar e armazenamento, a Galp confirma que os valores estimados para a redução do consumo eléctrico da rede em 30% e a diminuição de 20 toneladas de co, no primeiro ano estão a ser alcançados. Estes resultados evidenciam o impacto directo das soluções descentralizadas e colaborativas na gestão do consumo energético e na redução das emissões. A aceitação por parte dos moradores, das instituições e da escola envolvidas no projecto tem sido muito positiva, de acordo com a Galp. As poupanças registadas são significativas e os membros mostram grande interesse em experimentar novas tecnologias e em acompanhar de perto as iniciativas. A participação activa e o envolvimento da comunidade são apontados como factores essenciais para o sucesso deste modelo. A Galp indica que está a instalar sistemas avançados de gestão de energia em habitações da comunidade, com o objectivo de aumentar a eficiência no consumo e reforçar a resiliência da rede. Além disso, estão a ser testadas novas tecnologias de comunicação e soluções de inteligência energética, consideradas fundamentais para garantir a escalabilidade do modelo no futuro. A energética afirma que ambos os projectos , o EV Massification e o Caxias Living Lab , ocupam um lugar estratégico no seu pipeline de inovação, ao darem resposta a desafios concretos relacionados com a mobilidade eléctrica, a produção descentralizada e a partilha de energia. Estes projectos funcionam como plataformas de teste para novas tecnologias e demonstram a capacidade da empresa para liderar a transição energética, apostando em soluções diferenciadoras e orientadas para as necessidades reais dos utilizadores.« I COM BASE NOS DADOS ACTUAIS, os VALORES ESTIMADOS PARA A REDUçãO DO CONSUMO ELêCTRICO DA REDE EM 30% ESTãO A SER ALCANçADOS MOBILIDADE A EXPANSãO DA MOBILIDADE ELêCTRICA EXIGE SOLUçõES RãPIDAS, ESCALãVEIS ? COM MENOR IMPACTO NA INFRAESTRUTURA URBANA A PARTICIPAçàO ACTIVA EO ENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE SàO APONTADOS COMO FACTORES ESSENCIAIS PARA O SUCESSO DESTE MODELO