Presidente da CCP quer projeto a garantir competências e resultados no terreno Vinte meses depois de ser apresentado publicamente o projeto "Acelerar o Norte", os números impressionam: foram percorridos mais de dez mil quilómetros, impactando milhares de empresários, com o objetivo de transformar a relação das pequenas empresas do Norte com o digital. Com um investimento de 19 milhões de euros e dois anos de duração, esta iniciativa, promovida pela CCP, AEP, AHRESP e ACEPI, visa impulsionar a transição digital de mais de oito mil micro, pequenas e médias empresas (MPME) da região. A operação arrancou no terreno em março de 2024, com o primeiro encontro do Roadshow para a Digitalização do Norte, em Braga. Desde então, foram realizadas mais 53 ações de sensibilização e 180 sessões de capacitação, que reuniram mais de cinco mil participantes. No total, foram cerca de 500 horas de capacitação prática e especializada, orientadas por profissionais experientes em temas como ferramentas digitais, comércio eletrónico e marketing digital. Para o consórcio promotor, o balanço é positivo. "Os resultados mostram um impacto significativo na promoção da transição digital das empresas na região Norte", destaca João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), entidade que lidera o consórcio. "Ficou claro que há uma grande vontade de mudança por parte dos empresários, e o nosso trabalho é garantir que essa vontade se traduz em competências e resultados." O número de empresas interessadas também comprova essa tendência: mais de oito mil manifestaram vontade de aderir ao projeto, refletindo uma forte procura por soluções digitais adaptadas aos seus contextos. O projeto cobre as oito sub-regiões do Norte de Portugal - Alto Minho, Cávado, Ave, Alto Tâmega, Área Metropolitana do Porto, Tâmega e Sousa, Douro e Terras de Trás-os-Montes - através de uma rede de 16 Aceleradoras de Comércio Digital, uma estrutura que conta com 40 profissionais. Cada uma delas funciona como um polo de apoio e transformação, com equipas no terreno a contactar diretamente com os empresários, garantindo que nenhum negócio fica para trás. A abrangência territorial só é possível graças à articulação com mais de uma centena de parceiros locais, entre câmaras municipais, associações empresariais e organizações privadas. "Estamos a falar de uma verdadeira megaoperação de digitalização, que só é possível com uma rede de colaboração muito sólida a nível regional", reforça João Vieira Lopes. "O tecido associativo, juntamente com as autarquias e outras entidades locais, tem desempenhado um papel fundamental para levar o projeto onde é mais necessário." A estrutura do projeto assentou em dois grandes eixos: o Roadshow para a Digitalização do Norte, que visava sensibilizar e motivar os empresários para a mudança, e que foi concluído em abril deste ano; e o Roadshow de Capacitação do Norte, que ofereceu ferramentas concretas para a ação. O acompanhamento das empresas intervencionadas no âmbito do projeto abrange ainda a realização de um diagnóstico de maturidade digital, seguido de um plano de transição digital e da atribuição de vouchers de até 2.000EUR para acesso a serviços digitais. Como complemento, o projeto Acelerar o Norte lançou a Academia Digital Acelerar o Norte , uma plataforma online gratuita que oferece cursos e conteúdos em áreas fundamentais da presença digital e do comércio eletrónico. Desenvolvida para ampliar o alcance do programa de capacitação, a academia foi pensada especialmente para gestores, empresários e colaboradores que não puderam participar nos workshops de capacitação realizados. Ao mesmo tempo, permite a quem já participou nestas ações revisitar os conteúdos programáticos, reforçando aprendizagens. O objetivo da Academia é garantir que todos tenham acesso às ferramentas necessárias para fortalecer a presença digital das suas marcas e negócios. "A digitalização é para todos os negócios, do maior ao mais pequeno. Queremos mostrar que a transformação digital não é um luxo, é uma necessidade - e que os pequenos negócios podem beneficiar tanto ou mais do que os grandes", conclui João Vieira Lopes.