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DA REVOLUÇÃO DE PIERRE BOULANGER À RECRIAÇÃO DE DEJAN HRISTOV

NotíciasLX Online

2025-07-28 21:04:47

- Publicidade - A proposta de Dejan Hristov encerra a essência do Citroen 2CV: é verdadeiramente a sua recriação, modernizado, mas suficientemente minimalista que honra o modelo original. Dificilmente se poderá desenhar um novo Dois Cavalos do século XXI tão familiar e concordante com os propósitos fundacionais. O Citroen 2CV poderá estar de volta, embora a marca do grupo Stellantis, não confirme esta aposta industrial. De qualquer modo, a acontecer se configuraria num design retro modernista na continuidade da recriação de Dejan Hristov. Aconteça ou não, a proposta do designer da Macedónia do Norte encerra a essência do modelo: é verdadeiramente a recriação de um 2CV, modernizado, mas suficientemente minimalista que honra o modelo original. Dejan Hristov teve a audácia de recriar o modelo homenageando algumas combinações de cores que celebrizaram o modelo durante os 42 anos da sua produção. Uma certeza: Dificilmente se poderá desenhar um novo Dois Cavalos do século XXI tão familiar e global aos propósitos fundacionais, apesar dos actuais empresários do campo - os agricultores - utilizarem sobretudo veículos das gamas comerciais e grandes furgões. O 2CV do desenhador Dejan Hristov poderia juntar-se a outros cinco modelos retro: o Fiat 500 e ao Dodge Charger Daytona (o novo modelo que substitui o Challenger agora 100% eléctrico), do Grupo Stellantis; ; O novo Renault R5, particular a anunciada versão Turbo 3E (100% electrificada); O novo, mas velhinho Ford Mustang; O modelo Porsche 911, embora este último surja influenciado por soluções estéticas mais globalizadas. O modelo Mini já está na linha limite que separa os carros modernistas do grupo dos automóveis nostálgicos. Hristov notabiliza-se por algumas propostas para a industria automóvel: O redesenho do Cybertruck da Tesla, o Lamborghini Aurochs, Ferrari CascoRosso, Aston Martín Vanteon, Jeep Renegade BEV e os interessantes exercícios para a gama da marca Yugo, que se acredita possa ressurgir na Sérvia ou na própria Macedónia do Norte. Investimento avultado precisa-se, mas Citroen tem eleições motrizes para além da electrificação 100%: motorização híbrida, que abrange híbridos leves (MHEV) e híbridos plug-in (PHEV). Ou seja, tecnologia Hybrid 48V, opções híbridas plug-in e proximamente a motorização Hybrid 100, com foco nas deslocações urbanas em modo elétrico que incorpora motor a gasolina 1.2 PureTech de 3 cilindros que debita 100 CV, combinado com um sistema híbrido leve de 48V com um motor-gerador (BSG) Da criação da Citroen em 1966 à recriação de Dejan Hristov divulgada em 2025. O desenhador macedónio reinventa a versão 2CV Club que se apresentava pintado em duas cores e nas opções bordeaux e negro e amarelo e negro. Foi indubitavelmente a versão mais elegante - (fotografia da versão de 1966 é do Conservatoire Citroen) Agora, as perguntas chave: A Citroen será capaz de arriscar num projecto deste género que será inicialmente destinado a um nicho de mercado? E a direcção da marca francesa conseguirá entusiasmar os executivos do grupo euro-americano Stellantis que integra? Xavier Chardon - actual director executivo da Citroen que substituiu recentemente Thierry Koskas - reabre o debate se será boa ideia trazer de volta o modelo emblemático 2CV, num momento em que, por exemplo, o novo R5 se torna num sucesso de encomendas, apesar da sua opção única de 100% eléctrico. O 2 cavalos do século XXI" juntava-se ao modelo Fiat 500 como maior potencial de afirmação de viaturas populares únicas dentro do conglomerado. Também demonstraria a audácia num investimento - avultado é certo - que pode perfeitamente ter retorno comercial num momento em que a indústria se encontra demasiado globalizada em todos os sentidos. É provável que a maioria dos profissionais da automação desejem fazer diferente, numa era em que a indústria europeia atravessa enormes dificuldades por decisões ideológicas. A proposta de Dejan Hristov encerra a essência do Citroen 2CV: é verdadeiramente a sua recriação, modernizado, mas suficientemente minimalista que honra o modelo original. Pensado ao mais ínfimo detalhe: do tejadilho de abrir, agora em vidro, às jantes com um desenho absolutamente retro. Tecnologia também é sinonimo de simplicidade. O Citroen 2CV - produzido entre 1948 e 1990 - foi tecnicamente revolucionário: tracção dianteira; suspensões independentes às quatro rodas; motor de dois cilindros opostos refrigerado a ar para ser fácil de manter: tejadilho em lona; janelas laterais fixas com portinholas para arejamento e bancos do tipo "deckchair", para poderem ser retirados, para aumentar o volume de carga ou simplesmente servirem de assento fora do veículo. Pierre Boulanger, director-geral da construtora de 1937 a 1950, ambicionou transformar os agricultores franceses em clientes da Citroen: oferecer-lhes um novo meio de transporte para substituir os veículos de tracção animal. O propósito foi imaginado em 1936, mas a guerra mundial adiou a produção em série para 1948. E o "2 CV" acabaria por ser produzido durante 42 anos, precisamente até 199, um fenómeno de vitalidade na indústria automóvel. O modelo tornou-se num culto e continua a motivar alguns dos mais singulares clubes de marcas automóveis em todo Mundo. Foi talvez o caderno de encargos com as ideias mais sucintas que algum dia se podiam imaginar na indústria automóvel que fez nascer o 2 CV: Fabricar um carro que fosse capaz de substituir a carroça; que, por exemplo, conseguisse transportar um cesto de ovos num campo de terra sulcada sem que nenhum se quebrasse, ou seja, capaz de se sobrepor aos solavancos das estradas de terra, mas que fosse confortável ao mesmo tempo.; que fosse capaz de transportar uma pessoa alta de chapéu, barato, fácil de manter e económico. Entre estes dois modelos passaram 55 anos. A aproximação entre os dois modelos é clara: Dificilmente se poderá desenhar um novo Dois Cavalos do século XXI tão familiar e concordante com os propósitos fundacionais - (fotografia do modelo 2CV de 1970, de Catarina Vieira Barreto) A hemeroteca diz-nos que o primeiro motor tinha 375 cm3, com uma potência de 18 cavalos. Experimentalmente teve apenas 8 cavalos e um mecanismo de arranque por manivela. Depois, evoluiu para uma unidade motriz de 602 cm3 com 22 cavalos. Em qualquer uma das circunstâncias era alimentado por um carburador simples invertido. Então, pesava 585 quilos e atingia os 80 Km/h. Em 1979, a Citroen requalificou o motor: passou a ter uma cilindrada mais baixa, de 435 cm3 e 28 CV. A velocidade máxima foi incrementada para 110 km/h. O veículo tornou-se na paixão de universitários, professores, arquitectos, profissionais ligados à cultura e aos meios do espectáculo. - por José Maria Pignatelli (Texto não está escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico). Imagens do 2CV do sec. XXI são as recriações do desenhador Dejan Hristov divulgadas publicamente. Jose Maria Pignatelli - jmpignateli@gmail.com