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ESTE QUADRICICLO TEM UMA COISA FUNDAMENTAL QUE MAIS NENHUM TEM

Razão Automóvel Online

2025-07-28 21:04:01

A experiência foi curta mas suficiente para perceber que o Mobilize Duo é uma evolução face ao Renault Twizy. Mas será que vem para Portugal? A experiência foi curta, mas suficiente para perceber que o Mobilize Duo é uma evolução face ao Renault Twizy. Mas será que vem para Portugal? Estávamos nós em 2012 quando a Renault resolveu pegar no livro das regras dos citadinos, rasgar umas quantas páginas e refazê-lo de ponta a ponta: assim nasceu o Twizy. Era divertido, prático e muito fácil de utilizar. Mas tinha alguns problemas, a começar logo na ausência de portas e janelas, o que tornava difícil (para não dizer impossível) a sua utilização em dias de chuva. Isso nunca me impediu de gostar do Twizy. Mas de todas as vezes que o conduzi, pensei sempre que este pequeno elétrico estava a um sistema de ar condicionado, janelas e portas de ser uma solução realmente interessante: tivemos de esperar mais de 10 anos, mas a Renault resolveu esses problemas com o novo Mobilize Duo. © Renault O Twizy foi lançado em 2012 e vendeu cerca de 30 mil unidades. Desculpe a introdução longa, mas era imperativo revisitar o Twizy. Afinal, é o antecessor deste Duo, que foi desenvolvido e construído pela nova marca de mobilidade do Grupo Renault, a Mobilize. Mais futurista do que o Ami Rival de modelos como o Citroën Ami ou o Microlino, o Mobilize Duo tem boas proporções e uma imagem que não passa despercebida, tal como acontece com os seus rivais. As portas de abertura vertical - à la Lamborghini... - também ajudam, bem como o facto de contar com as rodas bastantes expostas. O Duo parece um Twizy modernizado, mas com um foco ainda maior em termos de sustentabilidade: os para-choques, por exemplo, são feitos a partir de uma única peça de plástico; já as luzes de mudança de direção são todas iguais, para uma redução de custos e componentes. © Mobilize O Duo usa cinco vezes menos peças do que um automóvel convencional, sendo que 95% dos seus componentes podem ser reciclados após o seu final de vida. Contudo, a Mobilize garante que não comprometeu a rigidez do material e do próprio quadriciclo, que recorre a uma estrutura em aço, que depois é decorada com vários painéis de carroçaria em plástico. E já que falamos em segurança, esta é uma boa altura para vos dizer que este é o único quadriciclo do mercado a oferecer um airbag. Além disso, tem um cinto de segurança de três apoios para o condutor e travões de disco nas quatro rodas. Interior simples mas funcional No interior, a evolução face ao Twizy é tremenda. É intuitivo e descomplicado, como se exige a uma proposta deste tipo, que é orientada tanto para particulares quanto para empresas de car sharing. A NÃO PERDER: Este é o Citroën AMI da Toyota e para carregá-lo basta deixá-lo ao sol O volante, bem como os botões físicos que encontramos no interior, são muito familiares, uma vez que são precisamente os mesmos que encontramos nas propostas da Renault e da Dacia. © Razão Automóvel O painel de instrumentos destaca-se pela simplicidade: mostra-nos apenas o básico, como a velocidade e a percentagem da bateria. Sem surpresa, tal como acontece com o Citroën Ami, não há qualquer infoentretenimento. Em vez disso, temos um suporte para colocar o nosso smartphone (à direita do volante), para que possamos usar um serviço de navegação e ouvir música/podcasts. No que toca ao espaço, não abunda, como devem imaginar. Mas quem sofre mais é quem se senta atrás: a configuração é exatamente a mesma que tínhamos no Twizy (1+1). No lugar do condutor não critico tanto o espaço, mas sim o banco. Não é que seja propriamente desconfortável, mas não oferece qualquer tipo de suporte. O tabliê do Duo é simples mas não abdicou de um visual distinto. Outra coisa que também não me convenceu foram as janelas, que lamentavelmente não abrem por completo. Contudo, para quem procura mais conforto, existe sempre a possibilidade de contar com ar condicionado. É um daqueles opcionais que me parecem obrigatórios. Quanto aos materiais, sem surpresa, têm um aspeto e um toque barato. Mas numa proposta deste género, não há milagres. Mesmo assim, graças ao jogo de cores no interior, com o contraste dos elementos em laranja, a Renault conseguiu disfarçar muito bem isso. O Duo oferece cerca de 300 litros de capacidade de carga, quase 10 vezes mais do que o Twizy. Além disso, de cada um dos lados do banco do condutor, é possível colocar uma mala. Motor do Austral e bateria do R5 Antes de lhe dizer como foi conduzir este pequeno elétrico, importa olhar para a base do Duo, que apesar de partilhar 10% dos componentes com o velho Twizy, estreia uma plataforma totalmente nova. Oferece também duas versões distintas, que variam de acordo as ambições que temos para ele. O Duo 45 Neo - limitado aos 45 km/h - é o mais acessível de todos e é um quadriciclo leve (L6e), que em Portugal permite que não seja necessária carta de condução de ligeiros. Basta uma licença AM, que pode ser tirada a partir dos 16 anos. © Mobilize O Mobilize Duo demora 3h50min a carregar numa ficha doméstica dos 20% aos 80%, e 3h15min numa ficha Tipo 2. Já o Duo 80 Evo é um quadriciclo pesado (L7e), pelo que vê a velocidade máxima subir até aos 80 km/h. Porém, para ser conduzido já exige carta de condução de ligeiros (B1/B). Apesar das duas versões, o Duo tem sempre o mesmo motor elétrico, que é precisamente o mesmo que a Renault utiliza no sistema mild-hybrid do Austral. Quanto à bateria, vem diretamente do Renault 5, ainda que o Duo utilize apenas um dos módulos, com 10,3 kWh de capacidade útil. Pode não parecer muito, mas dado o tamanho e o peso deste quadriciclo, é o suficiente para lhe dar uma autonomia de até 161 km, mais do dobro do Citroën Ami. Além disso, o carregamento do Duo pode ser feito através de uma ficha doméstica, localizada no capô, ou opcionalmente, numa Tipo 2, compatível com a maioria dos pontos de carregamento públicos. Condução também convence? Ao volante, a primeira coisa que notamos é a facilidade com que tudo acontece. A direção é bem mais pesada do que o esperado e a suspensão é algo firme, mas tirando isso, tudo é simples e intuitivo. LEIAM TAMBÉM: Microlino ganha importador oficial em Portugal. Todos os preços É certo que não estive muitos minutos ao volante deste quadriciclo - o que justifica a ausência de um veredito -, mas foi suficiente para perceber que a leveza do conjunto faz com que a condução seja mais rápida do que realmente é. Na versão 85, a única que conduzi, não vejo a velocidade ser uma limitação. Muito pelo contrário. É claramente um dos argumentos deste modelo, sobretudo quando olhamos para o rival francês, o Citroën Ami: Infelizmente não tive oportunidade de o testar em nenhuma subida, mas no pequeno circuito que tive à minha disposição, a aceleração pareceu suave. O único apontamento menos positivo é mesmo o ruído do vento, que invade sempre a cabine, independentemente da velocidade a que circulamos. Em distâncias curtas, isto nunca será problema, mas se estiverem a pensar fazer deslocações de 30 km ou 40 km, desconfio que já não será assim. Mais importante do que tudo isto é o facto deste modelo ser muito previsível e progressivo, duas características muito valorizadas para um veículo que será maioritariamente usado por novos condutores. © Razão Automóvel A experiência ao volante do Mobilize Duo foi curta, mas chegou para perceber a tremenda evolução face ao Renault Twizy. Tal como referi acima, a suspensão é algo firme e isso sente-se nos pisos mais irregulares. Até porque os bancos não são brilhantes. A juntar a isso, como já referi, a direção é algo pesada, sobretudo nas manobras mais apertadas . Contudo, o conforto é mais do que aceitável para uma proposta deste tipo, que tem outro tipo de prioridades. E por falar em prioridades, o Duo destaca-se muito pelo equipamento que oferece: entrada sem chave, volante e banco do condutor aquecido, Bluetooth, carregamento via tomada Tipo 2 e USB-C. E mais importante do que tudo isso, é o único quadriciclo no mercado com airbag. Descubra o seu próximo automóvel: Quanto custa? Já disponível para encomendas em alguns mercados europeus, o Mobilize Duo tem preços (em França) que começam nos 9990 euros para a versão 45 Neo e nos 12 500 euros para o 80 Evo. © Mobilize Para quem quer ainda mais conforto, estão disponíveis opcionais como sensores de estacionamento traseiros e ar condicionado. É mais caro do que o Ami, que em Portugal arranca nos 8490 euros, mas é bem mais acessível do que o Microlino (desde 17 990 euros) e do que o XEV Yoyo (desde 17 250 euros). Para já, o Mobilize Duo ainda não está disponível em Portugal, mas é expectável que isso venha a acontecer no futuro. Miguel Dias