O Mustang GT350 R foi apenas um dos frutos de uma ligação nascida em 1962 e que dura até à actualidade. Ahistória de Carrol Shelby seria digna de registo, mesmo que não tivesse existido a gloriosa relação com a Ford. o seu percurso de vida é uma daquelas histórias que nem a ficção supera. Este homem dos sete ofícios foi piloto de aviões durante a Segunda Guerra, mas foi também um criador de galinhas fracassado. Foi no seu hobby, iniciado em 1952 aos comandos de um MG TC, que encontrou a rampa de lançamento para uma vida absolutamente extraordinária. Ainda em 1952 percebeu o fascínio de um automóvel leve com um motor pujante, quando venceu uma prova do campeonato SCCA (Sports Car Club of America) aos comandos de um Allard J2. O seu sucesso imediato na competição foi de tal modo notado que, em 1954, John Wyer, então à frente das operações da Aston Martin na competição, viria a oferecer-lhe um contrato. Após várias provas e brilhantes performances com o construtor inglês, atingiu cedo o auge da carreira de piloto, em 1957, ao vencer as 24H de Le Mans, fazendo equipa com Roy Salvadori aos comandos de um DBR1. Contudo, estas emoções fortes exigiam um coração forte e, em 1961, Carroll seria diagnosticado com uma insuficiência cardíaca crónica que inviabilizava a continuação da carreira desportiva. Mas, por esta altura, o texano já estava completamente imerso no mundo automóvel, tendo aberto em 1957 a “Carroll Shelby Sports Cars”, em Dallas, onde se dedicava ao comércio. Pouco depois, mudava-se para a Califórnia, tomando conta da Goodyear Racing Tires e fundando a Carrol Shelby School of High Performance Driving. No entanto, Shelby ambicionava mais e queria criar os seus próprios modelos desportivos e de competição. Cedo soube que o motor seria o então novo Ford “small block”, mas faltava um chassis adequado. Foi nessa altura que a Bristol deixou de fabricar os motores de seis cilindros que moviam OS AC Ace e surgia assim a oportunidade perfeita. O AC Ace, desenhado pelo luso-descendente John Tojeiro, além de belo, era ágil. O motor Ford 260ci , e posteriormente O 289ci = era potente e também muito leve.com uma receita infalível, não tardou a que o Cobra (assim baptizado por Shelby), fosse a máquina dominadora nas provas da SCCA e dando um ar da sua graça em provas internacionais, nomeadamente com um sétimo da geral nas 24h de Le Mans de 1963. Contudo, vencer a prova francesa não estava ainda ao alcance do Cobra e, por isso, nasce o Shelby Cobra Daytona Coupé de 1965, um modelo desenhado para se bater com o Ferrari 250 GTO, e do qual foram produzidas apenas seis unidades. Em Le Mans, não foi além de um honroso quatro lugar, mas nesse ano a Shelby American tornar-se-ia no primeiro e último construtor americano a vencer o campeonato Internacional para carros de GT. Paralelamente ao Daytona Coupé, a Shelby American havia sido encarregada pela Ford de um novo e entusiasmante projecto, o do Mustang GT 350 de que falaremos mais adiante, e que se tornou na grande rampa de lançamento comercial da marca, de mão dada com a Ford. Com alicerces sólidos no sucesso dos dois projectos, nascia então o megalómano projecto do GT40, movido pelo despeito de Henry Ford II relativamente a Enzo Ferrari. Sem olhar a custos, o gigante Ford colocou Carrol Shelby aos comandos de uma equipa que reunia os melhores, começando por Eric Broadley, da Lola, passando por John Wyer (ex-Aston Martin e mais tarde responsável pelo sucesso do Porsche 917) e muniu-se dos melhores pilotos. A história do duelo Ford VS Ferrari é sempre contada como se a Ford fosse o “underdog”, o vencedor improvável. A verdade é que Shelby dispôs de um orçamento astronomicamente superior aos dos italianos e, mesmo assim, só conseguiu que o GT40 batesse a empobrecida Ferrari à terceira tentativa. Em todo o caso, escreveu-se um capítulo que muito orgulha os americanos e que potenciou uma relação histórica e inabalável entre a Shelby American e a Ford, que perdura até aos dias de hoje. Ensaio SHELBY MUSTANG GT350 R Espaço de ensaio a automóveis clássicos. O 2Shelby Cobra com O motor 289 foi a base de uma duradoura. ComoCobrat Daytona Coupé; Shelby conquistou o título euro peu de GT. Jochen Neerspach amealhou várias vitórias na classe GT na Euror Pa F?i já Sob: a insígnia Ford que Shalby O Shelby GT350 de 2025, 60 anos epois do