pressmedia logo

A APP PORTUGUESA QUE QUER SER O AIRBNB DO ESTACIONAMENTO

Público

2025-07-25 06:00:07

A GoParkly estreia-se em Lisboa, Madrid e Paris com solução para arrendar lugares de estacionamento privados entre particulares e promete reduzir emissões O caos do estacionamento nas grandes cidades é um problema antigo, mas a resposta pode muito bem vir de uma ideia nascida da frustração. A GoParkly é uma nova plataforma tecnológica made in Portugal, que se propõe a reduzir o tempo perdido (e o stress) na procura de lugar para estacionar, através de um sistema que permite arrendar lugares privados entre particulares. A plataforma, que já aceita o registo de proprietários (anfitriões), terá um lançamento gradual em Lisboa, Porto e Faro, com a data de arranque para os condutores marcada para 8 de Agosto, dia em que também ficará disponível em Madrid. A proposta é simples e promete ser eficaz: qualquer pessoa que tenha um lugar de estacionamento privado seja uma garagem, um espaço atribuído num condomínio ou até a entrada de uma moradia pode colocá-lo à disposição de outros condutores, arrendando-o à hora, ao dia ou ao mês. Da frustração nasceu a ideia A ideia nasceu de uma experiência bem real do fundador, Fábio Martins, um empreendedor de 38 anos. Conforme contou ao PÚBLICO, a inspiração surgiu após “horas a olhar para lugares de estacionamento no Rock in Rio Lisboa”. Este momento de frustração despertou o seu espírito empreendedor, que o acompanha desde os 14 anos, quando já trabalhava num mercado de fruta antes de ir para a escola para alimentar o seu desejo de criar negócios.com uma carreira na hotelaria, que o levou do Algarve ao Alasca e ao Brasil, e uma passagem recente pela indústria do vinho, Fábio sempre manteve a ambição de lançar um projecto próprio. “Eu acredito que o mundo avança graças àqueles que acreditam no poder de uma boa ideia e a GoParkly é a prova disso”, afirma. A ideia acabou por ganhar forma com a ajuda dos co-fundadores Matt Bamber e Sharon Truman. A plataforma funciona ligando condutores e proprietários em tem-po real. Os utilizadores podem pesquisar, reservar e pagar pelo estacionamento antecipadamente, enquanto os anfitriões de fi nem a disponibilidade e recebem os pagamentos de forma automatizada. Relativamente ao modelo de negócio, os fundadores explicam que o preço é definido pelo proprietário, que será aconselhado por um “chatbot de IA, o Felix, que o ajudará com os preços médios com base nos dados de localização”. A receita da startup virá de uma taxa cobrada ao condutor no momento da reserva. “A GoParkly cobra uma taxa de reserva ao condutor, tal como o Airbnb cobra ao inquilino”, esclareceu Sharon Truman, salientando, com humor, “menos as taxas de limpeza, claro”. Questionados sobre a legalidade, nomeadamente em condomínios, os responsáveis admitem que “não há uma resposta única” e que a situação é semelhante à que o Airbnb enfrentou. O anfitrião “precisa de ter a propriedade total e a permissão da administração do prédio antes de anunciar qualquer coisa e isso também se aplica ao estacionamento”. Segundo a GoParkly, cerca de 30% do trânsito nos centros urbanos é gerado por condutores à procura de estacionamento. Ao rentabilizar espaços subutilizados, a pla-taforma acredita poder ajudar a cortar significativamente esse desperdício e, com isso, reduzir também as emissões, um dos pilares da sua missão. Só em Lisboa, estima-se uma poupança potencial de “dezenas de milhares de toneladas de dióxido de carbono por ano”, afirma a startup em comunicado. Numa fase inicial, a solução estará disponível numa versão web concebida para funcionar como uma aplicação, podendo ser guardada no ecrã principal do telemóvel. A aplicação nativa para iOS (iPhone) e Android está em desenvolvimento e deverá ser lançada no final de 2025. Sobre isto, Sharon Truman explicou que a GoParkly vai contratar dois programadores para acelerar o processo de desenvolvimento. A solução já começou a dar nas vistas. A GoParkly foi distinguida com o segundo lugar no Urban Shark Tank, competição de startups integrada no Portugal Smart Cities Summit, o que lhe valeu um convite para o Smart City Expo World Congress, em Barcelona, o principal palco internacional dedicado a cidades inteligentes. Fábio Martins exibe a aplicação que criou Sérgio Magno