JORGE FARROMBA jorgefarromba@gmail.com A Mercedes sempre soube construir viaturas que se mantêm por muitos anos na memória dos consumidores, fruto de um desenho apelativo e intemporal, o que resulta muitas vezes na criação de autênticos clássicos. O CLE Coupé (e O Cabrio) repete essa história de sucesso, onde a marca bebeu muito da sua inspiração nos coupés criados há vários anos e que oferecem uma frente de grandes dimensões, terminando numa elegante porta traseira da bagageira, através de linhas esculpidas com o traço evocativo da marca da estrela. O CLE combina, pelo menos exteriormente, elegância e requinte neste seu desenho, ao qual se adiciona uma aura de desportividade. Se há uns anos a Mercedes era reconhecida como uma marca que fazia bons automóveis, mas com um interior algo “cinzento” e muito tradicional, há muito que essa situação deixou de se colocar. Entrar, atualmente, em qualquer modelo da marca é aceder a um ambiente que conjuga requinte com desportividade, elegância e jovialidade , por exemplo, com as várias saídas de ar quase circulares e não integradas no tablier, com o painel de instrumentos de grande qualidade e com um ecrã central de grandes dimensões, vertical, conjugado com materiais de qualidade entre plásticos moles, pele sintética e alguns apontamentos similares a carbono na consola central. Por tudo isto , e muito mais O CLE cativa, por exemplo, quando falamos da ergonomia, da posição de condução ou dos envolventes bancos cinéticos. E esta importância de onos sentirmos integrados no interior ajuda-nos a identificar facilmente com o modelo. Em termos dinâmicos, possui um motor 2.0, ao qual se junta um motor elétrico, permitindo uma potência comhio a 212 cv, sendo que a autonomia real em modo elétrico supera os 90 quilómetros bem perto do valor anunciado pela marca, superior a 110 km. Arranca em modo elétrico, e a primeira perceção é o cuidado colocado na insonorização do modelo, seja nos ruídos aerodinâmicos, seja no ruído das suspensões e dos pneus. Os mais de 300 cv surgem de um modo suave, apoiados numa caixa automática que dispensa o uso das patilhas atrás do volante tal é a correção com que as passagens são efetuadas. Para tirar o maior partido do modelo, utilizando o modo de condução Sport (aqui com mais presença audível do motor), somos brindados com um automóvel que conjuga eficácia, desempenho, comportamento e conforto , algo que se nota principalmente na abordagem das curvas em estradas nacionais, onde também a direção tem um papel importante, pois tem o peso ideal e transmite uma leitura correta da estrada. Em resumo, a Mercedes conti-nua a saber como desenhar bons automóveis, mas sobretudo a demonstrar porque continua a ser uma referência em termos de engenharia e comportamento. Com preços a partir dos 65.000EUR para a versão menos potente até aos 80.000EUR da versão diesel. JORGE FARROMBA