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DOIS BLOCOS ECONÓMICOS A DUAS VELOCIDADES NA INOVAÇÃO E NO MARKETING

Executiva Online

2025-07-14 21:04:51

A economia mundial é moldada, em larga medida, pela dinâmica de dois grandes blocos: o G7 e os BRICS+. Enquanto o G7 representa as economias mais avançadas, os BRICS, com novas adesões em discussão, assumem-se como o contrapeso emergente, com crescimento económico robusto e influência crescente. O G7 continua a liderar em termos de PIB ... No terceiro episódio da quarta temporada de The Bear, há uma cena que me ficou na cabeça. Uma das personagens está no hospital porque o pai teve um ataque cardíaco e, no meio daquela confusão, diz algo simples, mas marcante: que o pai sempre foi a consistência da vida dela. Era ele que atendia o ... As últimas semanas fizeram-me perceber de que no meio da ambição profissional, de trabalhar em projetos que criam impacto, de dar o meu melhor como líder e mãe, e das mil coisas nas quais estou envolvida, me esqueci do mais importante de tudo: have fun! A verdade é que de nada nos serve levar a ... Acabo de chegar de uma tertúlia organizada pela Executiva, onde me sentei à mesa com mais 13 mulheres com diversas funções, áreas de trabalho e responsabilidades. Um almoço, nada formal, mas profundamente significativo. Falámos de liderança, de escolhas difíceis, de como ainda hoje esperam de nós determinadas decisões e percursos, da rapidez da mudança, do ... Durante décadas, "vendas" foi sinónimo de sucesso. Quanto mais se vendia, melhor se dormia. O problema? Há empresas a dormir descansadas enquanto vendem... prejuízo em vez de lucro. Àqueles que lideram uma equipa comercial ou de marketing deixo um desafio: na próxima reunião, pergunte quantos dos seus clientes, produtos ou campanhas são, de facto, rentáveis. ... De há duas semanas a esta parte, os meus dias têm sido de uma loucura estonteante. Se sou frenética, nome que até dei ao blog e que inspirou a designação da minha empresa, há momentos da minha vida que eu tenho de me repetir várias vezes: "já chega, não achas Inês? Até para ti isto ... A economia mundial é moldada, em larga medida, pela dinâmica de dois grandes blocos: o G7 e os BRICS+. Enquanto o G7 representa as economias mais avançadas, os BRICS, com novas adesões em discussão, assumem-se como o contrapeso emergente, com crescimento económico robusto e influência crescente. O G7 continua a liderar em termos de PIB nominal, representando cerca de 43% do global, embora o seu peso tenha vindo a decrescer. Já os BRICS+ têm um peso de 30% na produção de riqueza mundial. Todavia, em paridade de poder de compra (PPC), isto é, ajustando o custo de vida e o poder de compra real em cada país, os BRICS+ representam 44% e ultrapassaram o G7, sobretudo através do crescimento acelerado da China e da Índia. Um exemplo prático desta mudança: em 2000, o PIB da China representava apenas 12% do PIB dos EUA. Agora representa cerca de 65% e em PPC já o ultrapassou. A Índia, por sua vez, já é a quinta maior economia mundial e no domínio digital uma das mais dinâmicas. No domínio da inovação tecnológica e inteligência artificial encontramos algum paralelismo. O G7 através de marcas como Apple, Google, Microsoft, Amazon, Siemens ou Toyota moldaram o mundo digital e industrial. Mas hoje a China é líder em inteligência artificial aplicada à vigilância, reconhecimento facial e plataformas de e-commerce. A Índia, por seu lado, é considerada o "back office digital do mundo", com milhões de engenheiros de software e plataformas como a Infosys ou Tata Consultancy Services a dominar o outsourcing global. Curiosamente, muitos serviços tecnológicos dos G7 são operados por talentos oriundos dos BRICS: é o caso da Google, onde grande parte do suporte é feito por equipas que operam na Índia. É uma interdependência silenciosa, mas profunda. Já se nota aquilo a que podemos chamar convergência competitiva: os BRICS+ estão a criar centros de investigação, universidades de topo e ecossistemas tecnológicos, procurando reduzir a dependência do G7 neste domínio. A IA, os semicondutores e a computação quântica são áreas onde a colaboração (como padrões internacionais) pode conviver com a competição feroz. Noutra perspetiva, as empresas dos G7 apresentam um elevado grau de maturidade organizacional, forte capacidade de internacionalização e marcas consolidadas. Porém, os BRICS, historicamente mais associados a produção e volume, têm vindo a afirmar-se igualmente no campo das marcas globais. Um dos exemplos mais emblemático é o da TikTok, que em poucos anos se tornou uma das redes sociais mais influentes do planeta, desafiando gigantes do G7 como a Meta ou YouTube. Outros exemplos incluem a Huawei e Xiaomi na tecnologia e telecomunicações, Tata Group na indústria automóvel, Embraer na aviação regional, BYD na mobilidade elétrica ou OYO Rooms no setor de hospitalidade digital. É verdade que, apesar do progresso, estas marcas ainda enfrentam desafios em termos de perceção de qualidade, proteção de propriedade intelectual e confiança do consumidor ocidental. Muitas marcas dos BRICS+ ainda dependem de mercados internos ou regionais, mas essa realidade está a mudar com a aposta em design, inovação e marketing. Há a consciência de que, para competir globalmente, precisam não só de bons produtos, mas de marcas fortes, com narrativas, valores e propósito. E o investimento em marketing estratégico está a crescer como nunca. Todos sabem que as novas gerações atribuem cada vez mais valor à sustentabilidade, ética, inclusão e tecnologia. E todos já perceberam que as marcas fortes se tornam veículos de influência cultural e económica. O futuro da competição entre os blocos não será apenas medido em PIB ou tecnologia, mas também em influência simbólica, através da perceção da imagem de marca. O G7 e os BRICS+ não são apenas blocos económicos: perfazem cerca de ¾ da riqueza mundial e são representações de duas formas distintas de crescer, inovar e influenciar. O futuro, ainda que esteja a ser desenhado com laivos de confronto, irá ser moldado pela interdependência estratégica, onde empresas, governos e profissionais terão de saber navegar entre polos, construir pontes e evitar dependências excessivas. A literacia económica, tecnológica e de marketing será uma ferramenta essencial neste novo xadrez global. Leia mais artigo de Pedro Celeste aqui