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TECNOLOGIA - "O SOCIAL COMMERCE SERÁ A NOVA NORMA DO E-COMMERCE

Grande Consumo

2025-07-11 21:04:56

fotografia SHUTTERSTOCK O comércio digital está a mudar e a Bloop quer estar na linha da frente dessa transformação, surgindo com uma proposta ousada: reinventar a forma como compramos e partilhamos. Fundada por Francisco Rodrigues, a startup portuguesa quer democratizar a influência e devolver aos consumidores o protagonismo no processo de recomendação. Tudo isto através de uma plataforma que combina produtos, experiências e serviços.com mais de 1,5 milhões de euros angariados até à data, a Bloop prepara o lançamento oficial em setembro. A Grande Consumo, o CEO e fundador, Francisco Rodrigues, explica como nasceu a ideia, o que torna o modelo de social commerce da Bloop verdadeiramente inovador e como a plataforma pretende transformar o “boca-a-boca” digital num motor de valor real para todos. A startup portuguesa Bloop quer transformar cada compra numa partilha e cada recomendação num valor real.com um modelo inovador e mais de 1,5 milhões de euros angariados em investimento até à data, prepara-se para lançar a primeira rede social de compras do mundo” Fundada por Francisco Rodrigues, a startup propõe-se a democratizar a influência” e transformar o “boca-a-boca” digital num verdadeiro motor de valor. Tudo através de uma plataforma que junta produtos, serviços e experiências num só espaço e recompensa diretamente os utilizadores pelas suas recomendações. A génese da Bloop está intimamente ligada ao “desconforto com os modelos atuais de social shopping, quase sempre dominados por influenciadores com grandes audiências e plataformas que retêm grande parte das comissões de vendas. “Quisemos inverter essa lógica. A Bloop nasceu para ser uma plataforma inclusiva, onde qualquer pessoa independentemente do número de seguidores , pode beneficiar com a partilha das suas compras com a comunidade”, explica FrancisCO Rodrigues. Em vez de seguir o modelo tradicional de marketplace, a Bloop decidiu entregar as comissões diretamente aos utilizadores, criando um sistema mais justo e democrático, onde todos ganham da mesma forma”. O resultado é um ecossistema onde a partilha se transforma em recompensa, graças a um programa de incentivos totalmente inovador”, com créditos diretos e imediatos utilizáveis em futuras compras na própria plataforma. Mas a ambição vai mais longe: a Bloop é a primeira plataforma a unir, num só lugar, produtos, experiências e serviços, desde moda e tecnologia até restauração, bem-estar ou viagens ”, afirma o fundador. “No fundo, a Bloop é mais do que um marketplace: é uma rede social de compras que alia comunidade, partilha e benefício real para todos” “Democratizar a influência” Se há conceito que norteia a missão da Bloop é o de devolver às pessoas comuns o poder de influenciar. “Para a Bloop, democratizar a influência significa tirar o poder exclusivo das mãos de grandes influenciadores e colocá-lo ao alcance de qualquer pessoa”, afiirma Francisco Rodrigues. A Bloop nasceu com esse propósito: tornar acessível a qualquer utilizador a possibilidade de ser relevante, partilhar as suas escolhas e, com isso, ganhar. Independentemente do número de seguidores ou da sua rede de contactos, todos podem participar e beneficiar do nosso sistema de recompensas. Esta abordagem elimina barreiras à entrada e cria um espaço onde qualquer pessoa pode influenciar e ser influenciada de forma genuína. Acreditamos que a recomendação entre amigos e comunidades próximas é a forma mais autêntica de influência e a Bloop existe precisamente para a amplificar”. Com um sistema de recompensas “imediato e transparente”, os utilizadores ganham créditos de cada vez que uma partilha gera uma nova compra. o nosso modelo de incentivos permite aos utilizadores ganharem até 10% do valor da compra em créditos na carteira Bloop, ao fazerem uma publicação recomendando o produto, e até 5% por venda gerada através de referências”, detalha. Estes créditos podem ser utilizados para comprar outros produtos ou serviços na plataforma, reforçando a ideia de um ecossistema de consumo circular. “Cada interação pode traduzir-se num benefício concreto, sem exigir esforço extra ou um grande número de seguidores”. O novo “boca-a-boca” vive no digital A autenticidade é outro dos pilares da Bloop. Ao contrário de muitas campanhas pagas ou estratégias artificiais de marketing de influência, a plataforma aposta numa lógica de partilha genuína e espontânea. “Ao criarmos um ecossistema onde qualquer utilizador pode partilhar as suas compras com a sua rede, de forma voluntária e natural, e não apenas em função de campanhas pagas, estamos a digitalizar o boca-a-boca de forma genuína”, sublinha Francisco Rodrigues. Esse compromisso é visível na forma como a Bloop está a ser construída desde a base. “Começámos com uma comunidade beta composta por pessoas próximas, com interações reais, criando uma base de conteúdo orgânico e autêntico”. Além disso, há uma garantia adicional de autenticidade, já que os utilizadores só podem partilhar a sua opinião após efetuarem uma compra e receberem efetivamente o produto, esclarece Francisco Rodrigues. Com uma oferta que cruza diversas categorias, a Bloop quer ser muito mais do que uma loja online. “o nosso objetivo é que cada utilizador possa transformar os seus consumos do dia a dia em recomendações úteis para a sua comunidade e, com isso, acumular valor real . A multiplicidade de opções reforça a relevância da plataforma no quotidiano e permite que os créditos ganhos numa área sejam usados noutra, criando uma experiência de consumo mais rica, contínua e integrada”. Enfrentar o peso do e-commerce tradicional Na visão de Francisco Rodrigues, o e-commerce tradicional tornou-se demasiado centralizado e impessoal. “ Tende a ser transacional, impessoal e concentrado em grandes players que centralizam as comissões e os dados dos clientes . Por isso, a Bloop quer devolver o poder às pessoas”, tornando a experiência de compra mais "social, transparente e democrática”, ao “transformar recomendações em valor real e ao promover a conexão entre pessoas, marcas e experiências”. Mas o caminho não é isento de desafios. o que esperamos que seja o maior desafio é educar o público para um novo comportamento digital, em que comprar é também interagir e partilhar”, antecipa Francisco Rodrigues. Paralelamente, e do ponto de vista técnico, a equipa da Bloop tem de garantir que o modelo é "sustentável, escalável e simples de usar”. Desde março que a Bloop está em fase beta com uma comunidade restrita e estratégica de utilizadores: familiares, amigos, investidores e apoiantes da primeira hora. “Este grupo foi fundamental para recolhermos feedback real, validarmos a experiência e contribuirmos para a criação de conteúdos orgânicos e autênticos . A partir de maio, essa base começou a crescer com a inclusão de nano influenciadoras alinhadas com os valores da marca. A fase beta conta agora com 200 influenciadores convidados, milhares de utilizadores e mais de 100 vendedores ativos. “Esta abordagem por fases permite-nos crescer de forma orgânica, garantir que a plataforma evolui com base em dados reais e preparar o terreno para um lançamento público robusto e diferenciador em setembro . Até lá, os objetivos estão bem definidos: “queremos consolidar uma comunidade ativa e engajada, otimizar a experiência do utilizador com base no feedback resultante da fase beta e ampliar a oferta de produtos e serviços disponíveis na plataforma”. Comércio social atingirá um bilião de dólares até 2028 A ascensão do comércio social , impulsionado sobretudo pelo live streaming , tem sido meteórica. Esta combinação entre redes sociais, vídeos em direto e compras online conquistou centenas de milhões de consumidores, ao permitir uma experiência mais interativa, com perguntas, respostas imediatas e compras feitas diretamente nas aplicações. De acordo com a Statista Market, o mercado global de comércio social cresceu mais de 750% desde 2018, passando de 81 mil milhões de dólares para 688 mil milhões em 2024. Apesar de se prever uma desaceleração do crescimento nos próximos anos, o sector continuará a expandir-se de forma robusta, somando cerca de 100 mil milhões de dólares por ano e ultrapassando o bilião até 2028. A quota deste segmento no e-commerce global também está a crescer: de menos de 5% em 2018 para 16,7% em 2024, com uma previsão de atingir quase 20% até 2028. A tendência é clara: cada vez mais consumidores recorrem às redes sociais como ponto de partida para comprar produtos e serviços. A China continuará a dominar o panorama global, representando dois terços do mercado com receitas estimadas em 824 mil milhões de dólares em 2028. A América do Norte atingirá os 148 mil milhões (mais 55% face a 2024) e a Europa crescerá 77%, alcançando os 48 mil milhões. Também a base de utilizadores continuará a crescer de forma expressiva. Em 2023, 1,38 mil milhões de pessoas fizeram pelo menos uma compra através das redes sociais mais 100 milhões do que no ano anterior. Até 2028, esse número deverá ultrapassar os 1,7 mil milhões de utilizadores a nível global. Da Península Ibérica para o mundo Com 1,5 milhões de euros angariados até à data , incluindo 850 mil em 2024 via business angels, 410 mil via crowdfunding privado com 126 investidores e 250 mil em 2025 com cinco novos investidores, entre eles dois administradores da Microsoft , a Bloop prepara-se agora para escalar rapidamente. Atualmente, está em curso uma bridge round de até 500 mil euros, com o objetivo de reforçar a fase de validação, e prepara-se uma seed round de, pelo menos, cinco milhões de euros até ao final do ano, que permitirá viabilizar a expansão internacional já no próximo ano. O plano começa na Europa, com foco em mercados com “grande maturidade digital, elevada taxa de penetração de e-commerce e forte cultura de recomendação social”. Países como Espanha, França, Itália ou Alemanha estão õno radar, mas a escolha será orientada por dados de mercado, potencial de escalabilidade e capacidade de adaptação ao modelo. “Procuramos comunidades digitais com um espírito colaborativo e uma boa predisposição para testar novos formatos de consumo”, refere. Para 2027, está prevista a entrada no mercado norte-americano, um dos mais exigentes e competitivos do mundo. “Prevemos ajustes na linguagem, nos parceiros estratégicos, no suporte técnico e até na forma como os incentivos são comunicados”, antecipa FrancisCO Rodrigues. “Estamos a considerar apostar em equipas locais e parcerias com criadores de conteúdo que entendam o contexto americano” O futuro é social O mercado de social commerce está a crescer a ritmo acelerado. Segundo dados da Statista Market, O sector já representa 16,7% das vendas online globais e deverá ultrapassar um bilião de dólares até 2028. A Europa, onde a Bloop se quer afirmar, é uma das regiões com maior potencial de crescimento. Francisco Rodrigues acredita que esta será a nova norma. os consumidores estão cada vez mais exigentes, querem confiança, recomendação e envolvimento. O conteúdo vai ser tão ou mais importante do que os próprios produtos ou serviços”. A visão é ambiciosa, mas clara: “queremos que a Bloop se torne a plataforma de referência mundial para quem valoriza a partilha, a recomendação e a recompensa , afirma. “Imaginamos um ecossistema global onde qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, possa comprar, partilhar e influenciar de forma simples e justa. o nosso sonho é criar uma comunidade viva e interligada, onde as compras não sejam apenas transações, mas também momentos de conesxão. Mais do que uma plataforma, queremos construir uma nova forma de pensar no e-commerce”. Até 2026, os objetivos da Bloop passam por alcançar dois milhões de utilizadores ativos, atingir 40 milhões de euros em faturação e movimentar mais de 300 milhões de euros em vendas. E depois? Continuar a escalar, sem perder de vista a promessa original: fazer do consumo uma experiência social, justa e transformadora. “Acreditamos que a recomendação entre amigos e comunidades próximas é a forma mais autêntica de influência e a Bloop existe precisamente para a amplificar” “Imaginamos um ecossistema global onde qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, possa comprar, partilhar e influenciar de forma simples e justa. O nosso sonho é criar uma comunidade viva e interligada, onde as compras não sejam apenas transações, mas também momentos de conesão. Mais do que uma plataforma, queremos construir uma nova forma de pensar no e-commerce” BÁRBARA SOUSA