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“PEQUENA” DELIVERY EXPRESS CRESCE 50% AO ANO A ENTREGAR ENCOMENDAS DAS “GRANDES”

Negócios Online

2025-07-09 21:07:40

Startup fundada em 2018, que oferece soluções de “last mile”, faz 170 mil entregas por mês para clientes como CTT e DHL ou Continente e Auchan. Vendas online puseram-na na rota do crescimento e no radar de investidores. Francisco Castanheira queria investir num negócio, mas não sabia em quê. “Andava à procura de algo” até que numa viagem pela Europa “as mochilas verdes que via por todo o lado” captaram a sua atenção. Entra em contacto com o Uber Eats, faz uma parceria em Portugal e arranca com um serviço “chave na mão”. Com o tempo surgiriam outros clientes e um mundo para lá da restauração. Hoje, aos sete anos, a “pequena” Delivery Express, que faturou 4,8 milhões de euros em 2024, faz a chamada “última milha” para uma série de grandes empresas, cresce mais de 50% ao ano e já desperta interesse de potenciais investidores. “Durante três anos só trabalhamos como cliente o Uber Eats”, que acabara de estrear em Portugal o serviço de entregas de comida. “Nós fomos uma das empresas parceiras que o ajudou a lançar o serviço e a fazer a distribuição nacional”, já que, numa primeira fase, não só “ainda não era conhecido como não tinha frota nem pessoas para conseguir responder aos pedidos. Praticamente abrimos 12 cidades com eles”, conta o cofundador, coproprietário e CEO da Delivery Express, em entrevista ao Negócios. Um ganho de experiência que permitiu à startup, com sede em Sintra, tomar o risco de acelerar para outros segmentos: “Começámos a perceber que podíamos fazer mais, ir a outros setores, explorar outros mercados e, portanto, fizemos um shift no negócio.” Esta mudança levou-a por uma rota de crescimento, com cada conquista a ser vista como um “marco”: Francisco Castanheira elenca da expansão ao Porto, onde também têm escritório, em 2019, até à entrada na Madeira, em 2024, mas também não esquece a estreia ao serviço de supermercados e nem mesmo a viatura número 100. Atualmente, com uma frota de 250 veículos, de diferentes tipologias, a Delivery Express emprega 280 trabalhadores, dos quais “90% a tempo inteiro”. O objetivo para este ano é crescer 50%, “mantendo a média anual dos últimos cinco” e atingir um volume de negócios acima de 7,2 milhões de euros. “É um desafio muito grande, mas acho que estamos no bom caminho”, diz o empresário ligando, em parte, o desempenho da empresa à explosão do comércio eletrónico em Portugal: “As vendas online também cresceram muito e nós fomos atrás.” Com “uma média de 170 mil entregas por mês”, o equivalente, contas por alto, a 5.600 por dia, a Delivery Express presta atualmente serviços de distribuição a empresas de sete áreas de atuação. As encomendas do comércio eletrónico e o retalho alimentar - ambos com uma quota de 45% - são as que mais pesam no negócio da Delivery Express que, na carteira de clientes, tem “players” como os CTT e a DHL, o Continente e a Auchan. Os restantes 10% advêm das receitas com as entregas para empresas de outros setores, da restauração às indústrias farmacêutica e automóvel (entrega de medicamentos e de peças).  170Entregas Delivery Express, que oferece soluções de “last mile”, faz, em média, 170 mil entregas por mês. Nas contas, o segmento B2C (“Business-to-consumer”) representa, por isso, a fatia de leão, “cerca de 95%”, e as perspetivas são animadoras: “Todas as marcas querem entregas para o consumidor final que exige cada vez mais que sejam rápidas e eficientes, o que leva a uma procura muito grande por soluções como a nossa. Até 2028 a Europa prevê duplicar o número de entregas, o que revela a necessidade de se criar respostas para o mercado.” A Delivery Express está presente “em mais de 40 localidades”, avançando no mapa “conforme as necessidades dos clientes”. “Temos vindo a ser desafiados para zonas fora dos centros, mais remotas, o que também tem sido interessante explorar”, afirma Francisco Castanheira, dando o exemplo de Portalegre, Peniche ou Odemira. Apesar de na rua poder estar, muitas vezes, anónima, atendendo a que, “por norma”, veste literalmente a camisola dos clientes na hora das entregas, a startup, detida por Francisco Castanheira e pelo sócio Alexandre Paixão, já aparece no radar de quem anda às compras, com o CEO a atestar que já recebeu propostas de aquisição - tanto de fundos de capital de risco como de outras empresas: “Temos vindo a ter algumas conversações. Poderá ser um caminho.” Diana do Mar dianamar@negocios.pt Diana do Mar