PS disponível para entendimentos com o Governo que reforcem dotação orçamental da Defesa - mas pedindo que esse reforço beneficie empresas sediadas em Portugal. Montenegro tinha assumido que iria chamar os dois maiores partidos da oposição PS e Chega O primeiro-ministro marcou para esta quarta-feira reuniões em São Bento com a liderança do PS e com o Chega. Tema: o aumento da dotação orçamental da Defesa ainda este ano para 2% do PIB, no cumprimento de exigências da NATO. Luís Montenegro tinha referido na tomada de posse que ia chamar tanto o PS como o Chega, os encontros com André Ventura e com Carlos César acontecerão quarta-feira. Em relação ao PS, os contactos foram feitos pelo gabinete do primeiro-ministro com o secretário-geral interino, Carlos César, o qual sugeriu ir acompanhado por José Luís Carneiro, virtual novo líder do partido (é candidato único a secretário-geral nas eleições diretas que foram marcadas para os próximos dias 27 e 28). O encontro foi marcado para o final do debate do Programa do Governo, algures entre as 12h15 e as 12h30. Depois Carneiro voará para os Açores, no âmbito da campanha interna das eleições diretas. O que estará em causa é a necessidade de aumentar ainda este ano a dotação orçamental da Defesa num valor que pode ir de 1300 milhões de euros (se as contas forem feitas com o PIB de 2024) até aos 1500 milhões de euros (se forem com o PIB que o Banco de Portugal projeta para este ano). O PS já várias vezes se disponibilizou para entendimentos com o Governo nesta matéria, incluindo durante a liderança de Pedro Nuno Santos, sintonizado que está com a necessidade de os países europeus da NATO reforçarem a sua autonomia face aos EUA e também com as necessidades do apoio ao esforço de guerra da Ucrânia. Porém, os socialistas, como de resto esta manhã José Luís Carneiro disse no debate parlamentar do programa do Governo, querem que esse reforço da dotação orçamental portuguesa seja canalizado para empresas em Portugal do complexo industrial-militar (em vez de ser canalizado para importações de material militar). Referem-se, nomeadamente, à unidade da Embraer em Évora, a uma fábrica de munições em Viana do Castelo e uma fábrica de drones em Ponte de Sor (a Tekever). Esta terça-feira de manhã, no Parlamento, Carneiro falou na disponibilidade do PS para "consensos democráticos", nomeadamente no campo da Defesa, dizendo que o reforço do investimento deve "resultar na constituição de um plano industrial-militar mobilizador do Estado, do nosso sistema científico nacional e das empresas de pequena e média dimensão nacionais, promovendo uma economia mais inovadora e um território mais coeso". NOTA: Artigo atualizado às 16h51 com a informação que também o Chega terá reunião em São Bento na quarta-feira. E novamente às 17h58, com a informação de que a reunião com o PS será esta quarta-feira algures entre as 12h15 e as 12h30. João Pedro Henriques Jornalista João Pedro Henriques