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UM ADAMASTOR FURIA ELETRIFICADO? "SÓ POR IMPOSIÇÃO LEGAL" DIZ CEO

Razão Automóvel Online

2025-06-16 21:05:31

Numa altura em que quase todos os supercarros rendem-se à eletrificação, há um projeto português que vai noutra direção: o Adamastor Furia. A eletrificação parece inevitável no futuro da indústria automóvel. Nos últimos anos, temos assistido à aposta crescente em motorizações parcialmente ou totalmente eletrificadas, mas será que esse caminho tem de ser obrigatório para todos? Foi com esta pergunta que recebemos Ricardo Quintas, fundador e diretor-executivo da Adamastor, em mais uma sessão do Auto Talks, o novo formato editorial da Razão Automóvel, estreado no ECAR Show 2025. O Furia depende apenas e só de um motor V6 biturbo para a propulsão. Por isso quisemos saber se faz sentido lançar um supercarro só a combustão em plena transição energética e se chegaram a considerar algum tipo de eletrificação. A escolha foi intencional A decisão de não eletrificar o Adamastor Furia, o supercarro português, não foi uma hesitação ou uma resposta às circunstâncias do mercado; foi uma escolha de base. Segundo Ricardo Quintas, o Furia foi idealizado desde o início para ser movido exclusivamente a octanas. E mais do que isso, foi idealizado "para ser emocional". "O som do carro faz parte da emoção da condução. Um supercarro sem som perde toda a piada". Ricardo Quintas, CEO da Adamastor "Quando perguntámos aos nossos clientes se estariam interessados numa versão eletrificada, a resposta foi: não", revelou o CEO. © Razão Automóvel Ricardo Quintas, CEO da Adamastor (à esquerda) e Diogo Teixeira, publisher da Razão Automóvel (à direita) Leveza, emoção e fiabilidade Mais do que seguir tendências, a Adamastor quis ser fiel ao conceito base do Furia: leveza, emoção e fiabilidade. Mesmo a eletrificação parcial - híbrido -, foi colocada de parte: "A hibridização ia acrescentar peso, custos e o risco de perda de fiabilidade. Só a consideraríamos por imposição legal." Ricardo Quintas, CEO da Adamastor Não obstante, Ricardo Quintas não abandona a hipótese de, no futuro, recorrer a soluções alternativas. De acordo com o responsável português, a escolha do motor V6 biturbo de origem Ford teve em conta a sua compatibilidade com combustíveis sintéticos - uma tecnologia que poderá garantir ao Furia alguma margem de manobra num futuro pós-combustão . Primeiras unidades chegam em 2026 Com a entrega das primeiras unidades previstas para 2026, o Adamastor Furia será lançado em duas versões: uma homologada para estrada e outra destinada à competição. As diferenças entre ambas prometem ser significativas, em performance e até no número de unidades produzidas. O CEO da Adamastor garante que o Furia promete desafiar o segmento de alta performance: "a eletrificação pode ser tendência, mas este supercarro português quer provar que ainda há espaço para emoção, leveza e som". Miguel Nascimento