A companhia low-cost poderá anunciar novo contrato de 100 aeronaves no Salão Aeronáutico de Paris, com o A220 a ganhar vantagem sobre os E2 da Embraer A AirAsia, uma das maiores transportadoras low-cost do Sudeste Asiático, está prestes a diversificar a sua frota com a introdução de jactos regionais, numa encomenda que poderá ser oficialmente anunciada no Salão Aeronáutico de Paris, a realizar-se no final do segundo trimestre. Fontes próximas das negociações indicam que a empresa está em conversações com a Airbus, para os A220, e com a Embraer, para os E2, sendo que os A220 parecem estar em vantagem. Segundo a agência Reuters, as discussões com a Airbus já se encontram numa fase avançada, com uma possível encomenda de 100 aeronaves em cima da mesa. Nova aposta estratégica Até agora, a AirAsia tem operado exclusivamente aeronaves Airbus, com uma frota composta por 69 A320-200, 29 A320neo, 3 A321-200 convertidos para carga e 8 A321neo (NX). A empresa tem ainda 331 A321neo e 36 A321XLR encomendados. Esta potencial aquisição de jactos regionais marca uma nova fase na estratégia da companhia, que visa melhorar a conectividade com cidades secundárias e destinos de menor densidade no Sudeste Asiático. Esta movimentação surge em resposta ao sucesso da Scoot, subsidiária da Singapore Airlines, que começou recentemente a operar jatos Embraer E190-E2 em rotas regionais semelhantes às da AirAsia, com resultados promissores. Oportunidade para a Embraer? Apesar da vantagem atual da Airbus, a Embraer mantém-se ativa nas negociações e vê nesta operação uma oportunidade para reposicionar aeronaves E2 inicialmente destinadas à SKS Airways, operadora malaia atualmente inativa. A fabricante brasileira continua a explorar alternativas para colocar essa frota. Contexto financeiro da empresa A concretização do negócio dependerá dos termos de financiamento, tendo em conta que a Capital A, empresa-mãe da AirAsia, continua sob o estatuto PN17 da Bursa Malaysia - classificação atribuída a empresas consideradas em dificuldades financeiras. A Capital A encontra-se a desenvolver um plano de reestruturação financeira, condição essencial para sair dessa classificação e viabilizar novos investimentos estratégicos, como esta aquisição. Aposta comedida na expansão Para o setor da aviação, este possível contrato representa mais um sinal da retoma progressiva do mercado asiático, sobretudo no segmento regional, que promete menor consumo, melhor flexibilidade operacional e acesso a novos nichos de mercado. Caso se confirme, esta encomenda marcará a entrada da AirAsia no competitivo segmento dos jatos regionais, com potencial para redefinir a sua rede e consolidar a sua presença em mercados atualmente subexplorados.