AO VOLANTE - O PANAMERA DA BYD
2025-05-22 21:06:18

Denza Z9GT Ao volante. Denza é a marca de prestígio da BYD. Existe há 15 anos na China e tem lançamento no mercado europeu programada para o final do ano. Este Z9GT é só o primeiro membro de gama que inclui diversos Sport Utility Vehicles (SUV). Trata-se de "shooting brake” quase à imagem” do Panamera Sport Turismo. O Porsche é o “alvo” de automóvel que tem tecnologia diferenciada e cerca de 1000 cv! Avice-presidente da BYD disse-o na apresentação à Imprensa europeia da marca e do automóvel, em Milão, Itália. “E verdade. O Z9GT terá 1000 cv”, afirmou Stela Li, que caracterizou a Denza como “a primeira marca premium especializada em NEV [New Energy Vehicles], que junta elétricos a híbridos Plug-In e pretende cobrir todos oS segmentos”, acrescentou a vice-presidente do fabricante chinês. No encontro em Milão, os executivos da BYD falaram com algum detalhe nos dois assuntos, escudando-se apenas a antecipar o preço do Z9GT, automóvel que terá duas motorizações, 100% elétrica e híbrida Plug-In, mas as dimensões, o formato e as “perfor-mances” posicionam-no como adversário do Porsche Panamera Sport Turismo, precisamente o modelo que a Denza adotou como referência (e o “alvo") para o desenvolvimento do desportivo. Os responsáveis da marca asiática também falaram pouco nas características do Z9GT, automóvel já à venda na China. Razão: as especificações das versões para a Europa não estão "fechadas", mesmo anunciando-se níveis de potência: 900 cv para híbrido Plug-In, 1000 cv para o elétrico. Também por isto, o primeiro contacto com este automóvel foi fora do normal, devido à impossibilidade de conduzi-lo na estrada, por falta de homologação. Assim, foi possível apenas testar a aceleração máxima numa reta de uma pista de testes e fazer uma curva ligeira entre cones e a alta velocidade, mais as duas curvas nos extremos da reta e, também, a prova dos nove à atuação da travagem automática, realizada contra a maqueta de um carro! O sistema de travagem atuou perfeitamente, parando este Denza Z9GT a cerca de 1 metro do obstáculo. A manobra iniciou-se à velocidade estabilizada de 50 km/h, sem intervenção do condutor. As rodas traseiras variam o ângulo de convergência para aumento da estabilidade. O poder de aceleração impressionou, mesmo se o teste foi realizado com o PHEV: 0-100 km/h em 3,6 segundos. Para a versão 100% elétrica, a Denza anuncia 3,4! Mas, nesta brevíssima experiência de condução, o que mais “intrigou” foi mesmo a atuação do sistema de quatro ro-das direcionais.. No Denza, ao contrário do que acontece na maioria dos automóveis com tecnologias semelhantes, que admitem rotações de apenas 2,5 graus das rodas posteriores, e a baixa velocidade, sempre na direção oposta ao movimento das anteriores, atingem-se uns desconcertantes 10 graus! Numa das curvas mais fechadas e usando o modo de condução Sport+, o Z9GT ainda protagonizou uma deriva de traseira ao melhor estilo de um carro de tração traseira, mesmo contando com quatro rodas motrizes. Outras impressões registadas foram a boa insonorização próximo dos 200 km/h, a velocidade que se atingia no final da reta, e o conforto da suspensão num troço com piso irregular. o volante e a direção das rodas dianteiras pareceram muito bem coordenadas com a direção das rodas traseiras, para mais estabilidade na curva de alta velocidade, momento em que a rotação das rodas posteriores atinge os 3 5 graus. Nas zonas de travagem, o peso do Denza notava-se, mas o pedal de travão é fácil de dosear e a passagem do modo elétrico para o híbrido faz-se com suavidade. A SOnoridade do motor de 4 cilindros, vulgar, não impressiona... Como em todos os automóveis da BYD, a intensidade da regeneração de energia nas desacelerações e travagens é baixa. Estes foram os aspetos que se puderam confirmar em termos dinâmicos. Qualidade acima da média No interior, entrando para o posto de condução e pressionando o pedal do travão, a porta fecha-se automática e autonomamente... E este é só um dos “truques” de que este Z9GT é capaz. O habitáculo apresenta-se com materiais que aparentam qualidade muito acima da média e tem abundância de espaço, princi-palmente na segunda fila de bancos, mas o piso é alto e, por isso, as pernas ficam apoiadas de forma deficiente. A largura é suficiente para três ocupantes, mas o banco parece-nos desenhado apenas para dois, encontrando-se mesmo frigorífico integrado no encosto do lugar central (enwemnn contra-se outro no apoio de braços dianteiro). A mala é de acesso fácil, devido à quinta porta, mas a marca não comunicou o volume. A posição de condução é baixa. O banco tem todo o tipo de ajustes, o vo-lante está bem posicionado e tem boa pega e comandos físicos. A instrumentação digital lê-se facilmente e está integrada em faixa negra que percorre todo o painel de bordo, à largura. Neste espaço, encontra-se, ainda, o monitor para o passageiro dianteiro e o ecrã do sistema multimédia, que tem 17,3” e organização nada intuitiva. Nele, selecionam-se os programas de condução e os modos individuais da resposta do pedal do acelerador, da assistência da direção, da intensidade da regeneração e, também, a firmeza do amortecimento da suspensão pneumática. Na consola está o punho da transmissão, com acabamento que recorda um cristal e vários botões físicos com aspeto idêntico, que funcionam como atalhos para ativar ou desativar diversas funções do automóvel. Na versão europeia, transmissão comandada em haste na coluna de direção e botões reposicionados sob o ecrã central. Habilidades únicas Grande parte do encontro foi preen-chida com técnicos da Denza a demonstrarem as habilidades do Z9GT, possíveis só por terem explorado os limites do programa de quatro rodas direcionais, trabalho que demorou quase três anos. o mais óbvio é a redução do raio de viragem, que não excede os 9,2 metros. Depois, realizou-se manobra de estacionamento pouco convencional: o condutor entra de frente num espaço que tem apenas mais 11 cm do que o comprimento do automóvel e a roda da frente do lado do passeio é travada, enquanto a outra fica livre. Então, sistema em ação, rodas traseiras a moverem-se em sentidos opostos, o que faz com que o carro entre no espaço do parqueamento. ? o movimento é pontuado pelo cheiro a borracha queimada, devido ao arrasto dos pneus de trás. A terceira experiência foi uma inversão de marcha cumprida de acordo com a mesma fórmula (desenhando um círculo perfeito no asfalto). ? seguiu-se a experiência do tipo caranguejo, com as quatro rodas viradas, até ao máximo de 15 graus, para o mesmo lado. Segun-do a marca chinesa, esta capacidade pode ser-nos muito útil nas mudanças de faixa a baixa velocidade. Se muitas habilidades parecem fúteis, já a última pareceu-nos importante.com o Z9GT a 180 km/h, esvaziando o pneu dianteiro esquerdo, para simulação de rebentamento, a direção às quatro rodas e os três motores elétricos atuam coordenadamente e mantêm o Denza na faixa. Isto permite que o condutor consiga pará-lo em segurança. Ao vivo, a demonstração é impressionante. Plataforma específica A Denza não tem as especificações das versões europeias definidas, mas anuncia mudanças na suspensão, no grupo motriz, na direção e nos travões, e garante que O Z9GT assenta em plataforma exclusiva ("E3"), que foi preparada para receber as duas versões do automóvel (elétrica e PHEV) e tem suspensão independente com amortecedores adaptativos. Esta base utiliza o princípio de integração da caixa da bateria sob o habitáculo, a “cell-to-body” conhecida da BYD. A versão PHEV que experimentámos em Itália é, ainda, a chinesa, mas a europeia não será muito, muito diferente. No Z9GT DM-i, motor a gasolina com 4 cilindros, 2 litros, sobrealimentação turbo e 207 CV. ? somam-se três motores elétricos, um no eixo dianteiro, com 272 cv, e dois no traseiro, ambos com 299 CV. A potência do sistema rondará os 900 CV. A bateria segue o princípio “blade battery”, funciona a 800 v e tem 38,5 KWh de capacidade, o que permite reivindicar autonomias de até 170 km para o programa de condução 100% elétrico. Para o automóvel com cerca de 2740 kg, anuncia-se velocidade máxima de 230 km/h. Na versão elétrica, um motor dianteiro com 313 cv combinado com dois traseiros, ambos com 326 cv, para um total de 965 CV. A bateria é do tipo LFP e tem 100 KWh de capacidade e admite carregamentos rápidos com potências de até 270 KW. Os chineses antecipam uma autonomia WLTP na ordem dos 550 km. A Denza tenta a sorte num segmento dominado pelas marcas “premium” alemãs. Diversas marcas europeias e asiáticas tentaram esta “empreitada” e foram muito malsucedidas, mas, para a BYD, nenhuma missão é impossível. Ao volante 14 Denza Z9GT Elétrica com 1000 cv na estreia europeia da marca de luxo da BYD FRANCISCO MOTA