Braga prepara-se para viver o evento que maior projecção lhe dá a nível nacional e internacional. A Semana Santa celebra-se de 13 a 20 de Abril, contando com muitas novidades, entre as quais um plano B para o caso de a chuva cancelar as procissões A Semana Santa é o evento que maior projecção nacional e internacional dá a Braga. Em 2025, a Comissão da Quaresma e Solenidades da Semana Santa aposta num programa cultural alargado e marcado por algumas novidades, destacando-se um "plano B" para o caso de as condições meteoreológicas não permitirem a saída das procissões nocturnas. Recorde-se que em 2024 as três grandes procissões da Semana Santa de Braga foram canceladas devido à chuva, uma situação inédita que leva agora a Comissão a ter preparados "alguns momentos celebrativos", para o caso de as condições climatéricas não permitirem a realização das procissões, explicou o cónego Avelino Amorim, presidente da Comissão. No ano em que Braga é Capital Portuguesa da Cultura, em parceria com a Braga25, vai ser levada a cabo a iniciativa Da Páscoa ao pentecostes, com passagem pelas Sete Igrejas que fazem parte do devocional da Sexta-Feira Santa, numa dupla proposta de visitas culturais e momentos musicais. As Sete Igrejas são: Sé Catedral, Misericórdia, Santa Cruz, Terceiros, Salvador, Pópulo e Conceição. O cónego Avelino Amorim realçou ainda a evocação do mestre José Veiga, que tantas vezes ilustrou os cartazes da Semana Santa de Braga. O ano de 2025 assinala o centenário do nascimento do mestre Veiga e, como uma homenagem, o cartaz deste ano reproduz o desenho elaborado por José Veiga para a edição de 1998 da Semana Santa. Também no Palácio do Rio, da Misericórdia de Braga, vai estar patente de 4 de Abril a 3 de Maio, a exposição A obra gráfica de José Veiga na Semana Santa de Braga - Observação e Reinterpretação. Entre as novidades, nota ainda para a edição de duas novas publicações: A Semana Santa de Braga, um livro ilustrado por Zita Pinto que retrata as manifestações desta época para o público infanto-juvenil, preparado no contexto da Braga25; e Histórias que nunca te contaram da Semana Santa de Braga, da autoria de Rui Ferreira. Do vasto programa cultural, o cónego Avelino Amorim destacou ainda a exposição Verbo visivo: uma tríade de Giancarlo Pavanello, que estará patente na BLCS, Museu PioXII e zet gallery, e o grande concerto de Terça-Feira Santa, na Catedral, com a Orquestra Filarmónica de Braga interpretando a Missa em Dó Menor de WA Mozart. Já Ricardo Rio, o presidente da Câmara, destacou a "evolução extraordinária" que a Semana Santa de Braga registou nos últimos dez anos, lembramdo que foi reconhecida como Património Cultural Imaterial de Portugal e inserida em várias redes internacionais de colaboração. O edil referiu ainda que se está a trabalhar para evocar a Semana Santa ao longo do ano, através de um ciclo de música erudita com a Sondart e com a criação do Centro Interpretativo da Semana Santa de Braga, previsto para a Torre Medieval do Museu Pio XII, que permitirá "tornar mais perene a ligação entre a cidade e a Semana Santa". Na apresentação do programa participaram ainda Marco Sousa, do Turismo do Porto e Norte; Daniel Vilaça, presidente da AEB; Ricardo Silva, presidente da Junta de São Victor; Bernardo Reis; provedor da Misericórdia de Braga; e Manuel Fernando Rodrigues, provedor da Irmandade de Santa Cruz. Cada entidade apresentou os eventos que vai promover no âmbito do programa religioso e cultural da Semana Santa. Destaque para a inauguração da estátua em homenagem à procissão da Burrinha, que vai acontecer a 12 de Abril, data anunciada por Ricardo Silva. AEB espera impacto de 14 milhões de euros A expectativa da Associação Empresarial de Braga (AEB) é que, este ano, a Semana Santa de Braga tenha um impacto económico a rondar os 14 milhões de euros. A estimativa foi avançada por Daniel Vilaça, o presidente da Direcção da AEB, que partilhou ainda a convicção de que durante a Semana Santa se registe um acréscimo de cerca de 20 mil dormidas face à média semanal que se regista ao longo do ano (que é de 13 mil dormidas). O presidente da AEB aponta para uma ocupação hoteleira na ordem dos 95%. A expectativa da AEB é ligeiramente superior ao impacto económico registado em 2023, ano em que se estima que a Semana Santa tenha tido um impacto que ascendeu a 13 milhões de euros, o valor mais elevado de sempre. No ano passado, devido às condições meteorológicas adversas, que levaram ao cancelamento das procissões, o impacto económico foi 35% inferior ao de 2023. Mesmo assim, Daniel Vilaça realça que a Semana Santa tem sempre "grande relevância para o sector do comércio, da restauração, similares e alojamento". Daniel Vilaça destacou ainda que a Semana Santa marca o início dos grandes eventos culturais e turísticos do calendário da região, "o que anima e entusiasma os agentes económicos, reforça a atractividade e dinamiza o território, representando a abertura da época de maior procura turística no que concerne a alojamento, restauração e comércio". [Additional Text]: Citação Marlene Cerqueira