VIANA ACOLHEU CONFERÊNCIA SOBRE CIDADES DO FUTURO
2025-02-28 22:08:43

Cidade do Futuro foi o tema da conferência que decorreu em Viana do Castelo, no Hotel Flôr de Sal, na Praia Norte. Promovido pelo Eco e Câmara de Viana do Castelo, em debate estiveram temas como a sustentabilidade, mobilidade e inovação urbana. Oevento compreendeu a apresentação aos presentes do projeto Viana STARTS: Ciência + Tecnologia + Artes, que integra a reconversão do antigo Matadouro Municipal. A mesma esteve a cargo de Luís Nobre, presidente da câmara Municipal, e Marta Monteiro, chefe de Divisão de Projeto da autarquia. Antes, no painel “Cidade Sustentável”, marcaram presença: José António Baptista da Costa, CEO da Sextante Motriz; Hermano Rodrigues, Principal da EY-Parthenon; e Pedro Diez Gaspar, Future Business Technology Director no CEiiA. Já o painel “Cidade com Mobilidade” contou com a presença de: álvaro Oliveira Costa, professor da FEUP; Adelino Ribeiro, Comunicação e Formação do Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade; Hélder Rodrigues, coordenador na Direção de Sustentabilidade e Mobilidade na ADENE (Agência para a Energia); e Nuno Lago de Carvalho, CCO na CaetanoBus. A conferência “Cidade do Futuro” terminou com. a participação da secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias, em vídeo, que considerou ser “imperioso ter uma visão comum para a mobilidade que queremos, mais sustentável, descarbonizada, inclusiva”, enaltecendo a importância desta conferência para o debate do tema. Viana é referência no país Aos jornalistas, Luís Nobre referiu que o facto de este ciclo de conferências Cidade do Futuro se ter iniciado em Viana do Castelo, iniciativa que irá decorrer em várias cidades do país, se deve ao facto do município ter “trabalhado com competência e alcançado indicadores que o posicionam como uma referência naregião norte e até no país” “Há um reconhecimentos dos bons resultados e é natural que os players que estão atentos na área económica, vejam Viana do Castelo como uma referência e espaço de reflexão em alguns dos princípios que temos trabalhado e projetado”, considerou, destacando áreas como as da Inovação e Sustentabilidade:Na Inovação, de uma forma transversal, Não estou a falar de equipamentos eletrónicos. ê inovar Onos processos, nas parcerias, na co0peração, na colaboração entre entidades, de vários agentes do território, nomeadamente da investigação, das empresas, da governança. Também no domínio da Economia pura e dura, a Economia Verde e a Economia Azul serão determinantes ê nessas duas dimensões que estamos a trabalhar (Viana do Castelo vai investir nestas, até 2026, cerca de 100 milhões de euros). Complementam-se. A Economia Azul tem mais a ver com a atividade no mar e a Verde com as novas indústrias, as novas atividades que nos interessam e já trabalham no domínio da sustentabilidade. Vejo sempre estes espaços como de reflexão a aprendizagem”, observou. Quanto a Viana no Futuro, o autarca vê-a assente ma modernidade e na capacidade de antecipar. “A mobilidade verde é determinante neste processo. A tendência é global, a da fixação das pessoas na cidade, e isso traz-nos novos desafios. Hoje, no que são as exigências e as necessidades de deslocação, há uma densidade viária muito significativa nas cidades. Temos de devolver a cidade às pessoas. Nessa perspetiva, a decisão de tomarmos, num primeiro momento, a mobilidade na área urbana com veículos com monitorização totalmente verde, elétrica. Darmos aqui um salto gigantesco de afirmação da cidade. Vamos subtrair à cidade um conjunto de veículos, centenas de viagens diárias, de motorização a diesel por elétrica” , garantiu. Aposta na descentralização Ojornalista António Costa, diretor do jornal Eco, justificou à comunicação social esta presença do Eco em Viana do Castelo como uma aposta na descentralização. “o objetivo é conhecer o que é o trabalho das cidades, as suas várias dimensões e, em particular, na área da mobilidade, os números da ONU são avassaladores sobre o que é o peso das cidades na poluição que geramos, é preciso que sejam sustentáveis e o nosso contributo é também dar a conhecer o que se está a fazer em cada cidade e concelho para, de alguma maneira, melhorar a nossa qualidade de vida”, explicou. Justificou a apresentação, durante a conferência, do Viana STARtS à necessidade de dar visibilidade nacional a este projeto. “Estamos muito centrados em Lisboa, sobretudo, e no Porto, mas a verdade é que há muitos concelhos, fora dos dois grandes centros, que fazem projetos que são exemplo até para terceiros concelhos. O nosso objetivo é partilhar o conhecimento que está a ser feito aqui em Viana do Castelo nesta área da mobilidade e da sustentabilidade” O prestigiado jornalista da área de economia considera que o futuro passa pelas cidades médias e não é possível admitir ou antecipar capacidade de afirmação de qualidade de vida destas sem mobilidade. “Falamos muito de habitação e este é também é um problema em Viana do Castelo. Como é nos grandes centros urbanos. Mas também se resolve cormí ordenamento e a mobilidade. Esta está no centro da decisão. A POsição geográfica entre a serra, o rio e o mar, dão uma posição invejável, enorme. Este projeto a que vamos dar visibilidade e acompanhador os resultados, vai permitir também, de alguma forma, perceber o caminho adequado para acentuar e reforçar o papel de Viana como uma cidade média no país.” Transição vai demorar mais tempo O nosso jornal quis ainda saber se o atual modelo económico é sustentável no futuro. “Precisa de ser pago na transição. Essa é a dificuldade. A Europa está num contexto geopolítico difícil com OS Estados Unidos. Apostou há anos, e bem, numa transição energética, ambiental e de qualidade que custa muito dinheiro. O exemplo mais evidente é dos carros elétricos, ainda são muito caros para a classe média portuguesa e há pouca rede de abastecimento. Esse caminho é absolutamente crítico e a Europa, em contraponto aos Estados Unidos, que com Trump vem com o princípio do mais petróleo, mais petróleo, deve seguir o que está a ser feito, mas de forma inteligente. Caso contrário, às tantas, está a impor obrigações aos europeus que tornam os produtos muito mais caros, as empresas europeias muito menos competitivas e muito mais pesada a fatura para o bolso dos consumidores” Reconhece, todavia, ser uma equação que vai demorar tempo. “Convém não sermos ingénuos e idealistas na forma como fazemos esta transição. Tem de ser garantida de forma a salvaguardar de que fazemos esse caminho protegendo quem não consegue fazer essa mudança (pessoas e indústrias), mas garantindo que, sendo protegidas, não são também um impeditivo a que a sociedade mude para essa dimensão. Mas dado o contexto global dos últimos tempos, vai demorar mais tempo que desejaríamos e do que aquilo que esperamos”.