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VINHOS - FAZER DA RAMALHOSA UMA MARCA - ENTREVISTA A MICAEL BATISTA

Marketeer

2024-05-31 21:15:07

Entre a história e o futuro, a Quinta da Ramalhosa, em Tondela, está a investir na moder nização da gama e da produção, até para atrair um segmento mais jovem de consumidores Texto os 14 anos soube o que queria ser e foi tirar o curso de técnico de Produção Agrária. Aos 17, fez o seu primeiro vinho. Hoje, à frente da quinta da família, recuperou vinhas e duplicou a produção. Micael Batista, o herdeiro da Quinta da Ramalhosa, em Tondela, na sub-região de Besteiros, no Dão, é a terceira geração a pegar na quinta, um projecto sempre familiar que fazia vinho para consumo próprio e venda a amigos. Determinado, tem vindo a plantar novos hectares de vinhas, com o objectivo de replicar as existentes, que contam com mais de 40 anos, sendo que, com as novas, a produção irá chegar às 40 mil garrafas anuais, todas elas rotuladas com inspiração na essência desta área e nos elementos que a constituem: as sarapilheiras utilizadas nas apanhas agrícolas, que simbolizam a dedicação de uma família às suas terras. Mais ainda, Micael diz estar focado em conseguir imprimir aos seus vinhos um estilo mais jovem, fácil e com maior capacidade de produção, logo mais escalável. Isto, para ajudar na expansão da marca, olhando essencialmente para dois grandes mercados em crescimento, o dos jovens que estão a iniciar a sua relação com o mundo do vinho, e o dos vinhos com menos álcool e menos extracção, uma tendência mundial. «Na gama Quinta da Ramalhosa queremos manter tudo o que de clássico a região do Dão oferece, como a elegância e frescura, evidenciando o equilíbrio natural da região. Temos os nossos topos de gama, e nesta gama o vinho espera em garrafa o tempo necessário até ir para o mercado. Utilizamos vinhas velhas com mais de 50 anos, e algumas vinhas novas, com castas estrategicamente plantadas, que acreditamos podem ser o futuro da região. A ideia passa por fazer grandes vinhos, como são já o Quinta da Ramalhosa Palhete, Quinta da Ramalhosa Touriga/Alfrocheiro e os Quinta da Ramalhosa Vinhas Velhas Branco e Tinto», explica Micael Batista. Numa conversa com a Marketeer, desenrola trabalhos e ambições, num desenho estratégico de quem sabe o que quer. O que é que o leva, com apenas 14 anos, a ir tirar um curso de técnico de Produção Agrária? Quando é que começou a ir para o campo e acompanhar o seu pai? Nasci e cresci no meio da agricultura. Lembro-me, desde sempre, de ir para as feiras vender flores com os meus pais, de acordar às 5 da manhã nas férias e ir com eles. A escola não me despertava grande interesse, tinha algumas dificuldades de concentração, e o foco nunca era o estudo. Fui um aluno dito normal, consegui sempre alcançar os objectivos propostos.com a janela de oportunidade de fugir ao ensino regular e ir para uma escola profissional, fazer algo que sempre gostei, foi o grande pontapé para iniciar esta que é agora a profissão que me caracteriza - empreendedor! Mas havia algum trabalho ou área que mais o fascinava? Confesso que sempre gostei do mundo empresarial e da área comercial... Gosto de ter contacto com o público, de estar perto das pessoas. E nunca se arrependeu do trajecto que fez até agora? Aliás, em Montemor desenvolve mesmo um projecto de cerveja artesanal... poderia ter seguido outra via e abraçado outros negócios, ou foi só uma plataforma para reforçar o seu lado empresarial? Acho que todos os empresários se arrependem ao começo do dia, mas, na verdade, tudo compensa, ao fim de um copo de Ramalhosa. Sempre utilizei os recursos académicos para perceber melhor qual o caminho que podia tomar. Podemos dizer que foi premeditado. E como é que a família encarou esta sua decisão? Foi pacífico? Sempre acreditaram em mim e o apoio deles tem sido a minha segurança. Claro que sem eles nada daquilo que faço hoje seria possível. Quando regressa a casa, quais os primeiros trabalhos a que se dedica e as primeiras funções que assume? Infelizmente regressei a casa pelos piores motivos, depois dos incêndios de 15 de Outubro. Tive que ser o pilar de uma família devastada. Ser a força e o alento de anos de trabalho destruídos pelo fogo numa noite... A verdade é que, aos 17 anos, faz o seu primeiro vinho. A que é que lhe soube esta conquista? E como foi todo o processo? Até que ponto interferiu e deu o seu cunho? O meu primeiro vinho foi feito com acompanhamento do meu pai, e mais tarde finalizado, aprovado e engarrafado pela enóloga Patrícia Santos. Hoje, sei que foi, de facto, um grande passo pessoal, que francamente não tinha ainda percebido como sendo o derradeiro passo para o início do meu projecto pessoal. Dois anos mais tarde começa então, como conta, a trabalhar com a enóloga Patrícia Santos e desenha toda uma estratégia para a quinta e para a marca. Que trabalho têm vindo a desenvolver desde então? Temos estado atentos às tendências do consumidor nacional e mundial e que, de facto, vai ao encontro do que sempre sentíamos ser o Dão onde crescemos. A elegância e o veludo representam o Dão das minhas memórias, o Dão que quero para o projecto... estando já evidenciado nas referências que temos lançado para o mercado. Quais as maiores dificuldades enfrentadas até à data? Resumindo em poucas palavras... fazendo muito com pouco. Houve grandes aprendizagens! Todos os dias aprendo em variadíssimas áreas. Quanto mais não seja, ser uma melhor pessoa. E em termos de resultados, há já alguns a destacar? Estamos a chegar a vários sítios que ambicionávamos, mas não me posso esquecer que este projecto é bastante recente. Assim como tenho percebido que é necessário consistência para começar a deixar legado. Sabendo que quer conquistar o target jovem - que continua a ser um dos maiores desafios de sempre do sector - o que é que está a fazer nesse sentido e qual a sua estratégia? Sendo eu um jovem com 26 anos, a verdade é que tenho alguma facilidade em perceber a linguagem e as necessidades do público ao qual pertenço. É importante criar uma imagem simples, que tenha fácil leitura, apesar de o principal continuar a ser o produto. Tem que ser um vinho fácil e descontraído, mas também muito versátil, que possa ser consumido tanto numa tarde entre amigos, como ser servido num restaurante de fine dining. Claro que é mais fácil falar, mas o difícil é conseguir fazer estes vinhos mantendo toda a nossa filosofia de minimalista enológica. Que ambição tem para a Ramalhosa? Ser uma empresa de referência nacional e mundial. M BANDIDA EIVI VERSÃO PÊSSEGO Pêssego é o novo sabor da edição limitada de Bandida do Pomar.com um intenso aroma a este fruto, a nova bebida apresenta um teor alcoólico de 4,5%. Este sabor junta-se a outros quatro - maçã, maçãs ácidas, frutos vermelhos e manga - e ao novo formato de 1 litro. «Quisemos dar aos consumidores um sabor que não existe no mercado, muito saboroso e fácil de beber, oferecendo mais opções», afirma Marfim Manoel, gestor de Marketing de Portefólio e Inovação da Central de Cervejas. CAÇA AOS PREÇOS BAIXOS A partir de agora, pode utilizar o smartphone para ler os códigos de barras dos artigos que quer comprar no supermercado e descobrir se está a comprar ao melhor preço. Como? Através da nova funcionalidade da plataforma de comparação de preços de supermercados Kabaz.pt, a Pesquisa por Código de Barras. Com esta nova solução, os utilizadores do Kabaz.pt podem explorar os preços dos produtos de forma directa e rápida, digitalizando, com a câmara do seu smartphone, o código de barras dos artigos que se encontrem nas prateleiras dos supermercados. O serviço abrange mais de 70 mil produtos de supermercado. NUTELLA, AGORA EM GELADO uma das novidades mais aguardadas pelos fãs de Nutella chegou: o gelado oficial da marca Já está disponível em Portugal. Esta sobremesa surge numa caixa que combina três camadas de Nutella com gelado de avelã e cacau. Começa com uma espessa camada de Nutella e logo abaixo encontra-se o gelado de avelã e cacau. A esta combinação juntam-se espirais envolventes e uma nova camada na parte central da caixa. Por último, no fundo, o gelado inclui uma outra camada de Nutella. Esta aposta está disponível em super e hipermercados, pelo valor de 6,69 euros. Dutolk* COMO TUDO COMEÇOU Paulo Batista, pai de Micael e produtor agrícola já de longa data, herdou do pai, Adriano, a Quinta da Ramalhosa, em Tondela, onde em tempos foram plantadas vinhas para, como era tradição na região, fazer vinho em garrafão. Eram assim os vinhos do Dão naquele tempo. Em 2012, o filho, Micael Batista, com apenas 14 anos, decidiu seguir a área de trabalho da família, a agricultura que pais e avós desenvolveram desde sempre, e foi para Montemor-o-Velho tirar um curso de Técnico de Produção Agrária. Foi lá que aprendeu mais sobre a terra e os seus frutos, e desenvolveu o seu trabalho final sobre cerveja artesanal, que lhe valeu dois prémios no concurso da escola - um primeiro lugar a nível regional e um segundo no distrito de Coimbra -, o que não só despertou nele o lado empreendedor, como o fez decidir assumir e investir no projecto de vinho da Quinta da Ramalhosa, com uma visão muito focada em produzir vinhos de grande qualidade, com um posicionamento muito bem definido. E em 2015, aos 17 anos, Micael faz o seu primeiro vinho, que chegaria ao mercado como Quinta da Ramalhosa Field Blend tinto 2015. Em 2017, Micael conhece a enóloga Patrícia Santos, com quem começou a trabalhar no início desse ano, na estruturação da empresa e da produção, tomando as rédeas de um projecto familiar que estava então a renascer das cinzas. A Ramalhosa é um projecto que considera aliciante e que abraça desde logo com o Jovem Micael, e que sente também como seu, por traduzir o que Patrícia e o produtor entendem como sendo o Dão que os define. M.ª JOÃO VIEIRA PINTO