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MINI COOPER SE: FUN, FUN, FUN

Exame Informática Online

2024-05-14 21:16:01

Já conduzimos o novo Mini Cooper, exclusivamente elétrico, um carro que conjuga um design jovial minimalista com efeitos sonoros envolventes e uma dinâmica de condução desportiva Há um novo Mini elétrico e é importante começar por explicar que este Cooper , e sim, Cooper é a denominação de um modelo e não uma versão mais desportiva , é significativamente diferente dos novos Mini Cooper C e S com motor a combustão. Enquanto estes últimos resultaram, essencialmente, de um facelift da geração anterior, o Cooper elétrico é completamente novo, construído sobre uma plataforma criada de raiz para elétricos. No fundo, são carros com uma pele semelhante, mas com órgãos e ossos bem diferentes. Desta vez o Mini manteve as dimensões exteriores, apesar de ter mais espaço interior O novo Mini elétrico está disponível em duas versões: o Cooper E (a partir de EUR34.800) e o Cooper SE (a partir de EUR38.400), a versão que conduzimos em Barcelona, na apresentação à imprensa internacional. As diferenças principais entre estas versões estão na potência e capacidade da bateria. No Cooper E, a bateria tem uma capacidade útil de 36,6 kWh e o motor tem uma potência de 135 kW (184 cavalos). No SE, a bateria cresce para 49,2 kWh de capacidade útil e a potência sobe para 160 kW (218 cavalos). O que significa que o SE anuncia uma maior autonomia (402 vs 305 km) e melhor capacidade de aceleração dos 0 aos 100 km/h (6,7 vs 7,3 segundos). Ambos os modelos apresentam um tempo de carregamento rápido de 28 minutos dos 10 aos 80%. Mas, tratando-se de baterias de diferentes capacidades, é fácil perceber que o Cooper SE carrega mais quilómetros de autonomia em menos tempo, graças à potência de carregamento máxima de 95 kW , a potência máxima de carregamento da versão E é de 75 kW. Não são velocidades de carregamento impressionantes considerando a atualidade, mas acabam por estar em linha com o que é habitual para estas capacidades de bateria. Este é um carro muito dinâmico, que envolve o condutor de várias formas, incluindo através do som Minimalista Como acontece desde o primeiro Mini da era BMW, não houve disrupção a nível do design. É uma evolução na continuidade. Aliás, para um olhar menos conhecedor, será difícil perceber as diferenças na frente, onde as grandes óticas redondas, com luzes LED dinâmicas, dão uma certa personalidade ao Cooper. Na traseira, é mais fácil notar as mudanças, sobretudo nas óticas LED intricadas. Como no mais recente Countryman, que também já conduzimos, há várias assinaturas de luz e os LED animados tanto funcionam como luz de presença, como mudam para luz de indicação de mudança de sentido ou de stop. O design minimalista encaixa muito bem no espírito Mini. Por baixo do têxtil que cobre o tablier há retroiluminação LED É no interior que se notam mais as evoluções. Foi seguida a ideia de um minimalismo funcional, recorrendo a diferentes tipos de materiais sustentáveis. Boa parte dos painéis estão cobertos por têxteis com alguns detalhes apelativos, como as fitas que estão no tablier, na porta e no volante. Esta última fita cria um terceiro raio num volante que, na realidade, é de dois raios. Um volante mais pequeno e mais espesso que na geração anterior. O que permite um agarrar mais desportivo. Não há painel de instrumentos, visto que está tudo concentrado num generoso ecrã OLED redondo. Este formato e o posicionamento permitem uma boa visibilidade da informação principal, e há mesmo muitas funcionalidades para explorar , a isso já vamos Há botões físicos q.b., incluindo um interruptor que simula a chave Ninguém espera muito espaço num Mini Cooper, mas até se consegue sentar dois adultos, desde que não espadaúdos, no banco traseiro. O mais difícil é mesmo o acesso, já que, claro, o Cooper é um carro de duas portas. À frente, vamos bem com bancos envolventes q.b., embora, considerando o dinamismo do carro, gostaríamos de ter um pouco mais de apoio lateral. Não se vai muito mal atrás. Pior é entrar e sair Os materiais usados nos bancos, os têxteis já referidos e vários elementos de design ajudam a criar a ideia de sofisticação. No entanto, há muitos painéis rígidos e alguns dos plásticos despidos estão longe de ter um toque premium. Um grande ecrã! O grande ecrã OLED tátil, com 24 cm de diâmetro, ganha ainda mais destaque por ser o único ecrã no carro e pelo formato redondo , o Head-Up Display está disponível como opcional. Um ecrã que já conhecíamos do novo Countryman, que também impressiona pelo número de apps e funcionalidades disponibilizadas. Há um assistente digital pronto para ouvir e responder aos nossos comandos, mas fica longe das capacidades dos assistentes digitais da Google ou da Apple. Felizmente, estes também são suportados via Android Auto e Apple CarPlay. Infelizmente, estes sistemas não se adaptam bem ao formato redondo do ecrã, aparecendo numa janela mais pequena ao centro. Ou seja, quando usamos o Android Auto ou o Apple CarPlay, lá se vai a vantagem do grande ecrã. O ecrã OLED redondo com 24 cm de diâmetro apresenta uma interface gráfica apelativa e dinâmica Quanto à interface, tem uma disposição lógica, sendo possível filtrar as muitas apps por áreas, como recém-utilizadas, veículo e infoentretimento. Há, ainda, atalhos, tipo barra das apps mais utilizadas nos smartphones, e podemos correr pelos widgets com movimentos de swipe. A interface é rica, graficamente apelativa e está bem adaptada ao ecrã redondo. Mas pode ser um pouco complicada (demasiada informação apresentada) e exige um período alongado de habituação. Por exemplo, não é evidente a diferença entre as apps e os widgets e parece-nos que a Mini poderia ter feito um melhor trabalho na hierarquização e contextualização das funcionalidades. Há alguns botões físicos diretos para as funcionalidades mais usadas, mas muito menos botões e interruptores que na versão anterior. Gostámos do equilíbrio conseguido entre o minimalismo do design e a funcionalidade, mas acreditamos que alguns condutores vão sentir falta de comandos físicos. Continua a haver um botão para iniciar o carro, que se roda como se fosse uma chave. Um dos muitos pormenores deliciosos que há para apreciar no Cooper E. A personalização é uma das características chave e é visível em vários pormenores, como a possibilidade de se mudar a imagem de fundo (papel de parede) do sistema. Até podemos usar, através da app da Mini, uma foto nossa. Também as “experiências” são personalizáveis. Referimo-nos aos diferentes modos disponíveis que, além da condução, afetam a interface gráfica, as cores dos LED que estão por baixo dos têxteis que cobrem o painel, e os sons. Confessamos que não somos fãs de sons artificiais a bordo de um elétrico. Sobretudo aqueles que imitam os motores. Uma das vantagens dos elétricos é, precisamente, a ausência de ruído. Mesmo a nível de condução mais desportiva, considerando que não há caixa de velocidades, não faz grande sentido controlar o motor de ouvido . Pelo contrário, a ausência de ruído de motor permite-nos ouvir melhor o pisar do carro e ganhar outro tipo de perceção, nomeadamente ajudar a perceber os limites em função do ruído dos pneus sobre a estrada. Dito isto, os sons produzidos pelos técnicos e artistas da Mini, associados aos modos Experiência, estão mesmo muito bem conseguidos. O Classic foi, segundo nos disseram, baseado no som do motor original do Mini. Mas só se nota alguma semelhança com o som de um motor nas rotações iniciais, já que o som depois progride para algo mais parecido com o ruído de uma nave espacial num filme de ficção científica. Talvez o mais entusiasmante seja o Go Kart, que puxa pelo condutor. Como referido, estes modos incluem várias personalizações. Por exemplo, o ecrã quando usar o Classic faz lembrar o mostrador analógico dos Mini originais. E o modo Go Kart tem um look bem mais desportivo. Há muito para explorar no sistema infoentretimento do sistema operativo V9 e, acreditamos, que depois de alguma habituação, a interface até se torne simples de usar. Mas é pena que o grafismo rico em alta definição, com muitas animações, se revela, em muitas situações, pouco fluido. Este sistema merecia um processador mais rápido ou um software mais otimizado, já que muitas vezes se nota alguma lentidão de resposta. App completa Para quem valoriza a tecnologia, a app da Mini é um trunfo. É uma das mais completas que já vimos. Além de funcionar como chave digital e de dar acesso remoto a várias funcionalidades, disponibiliza muita informação para quem gosta de controlar tudo, como dados estatísticos sobre carregamentos e sobre viagens. Permite planear viagens, identificar postos de carregamento e também dá acesso ao ecossistema de carregamento do grupo BMW, onde se inclui, por exemplo, condições de acesso favoráveis à rede de carregamento ultrarrápido Ionity. Preços de carregamento que podem ter grandes descontos se o utilizador optar por uma subscrição, que é gratuita no primeiro ano. Primeira opinião Conduzimos o Cooper SE durante algumas horas em estradas feitas à medida deste carro: muitas curvas e bom piso. Condições onde o Cooper SE deixou-nos com um sorriso de orelha a orelha. O comportamento dinâmico é envolvente e, não menos importante, previsível. A suspensão é um pouco para o dura , mas até lida bem com lombas. Gostámos da forma como a Mini afinou os sistemas de controlo eletrónico, que nos pareceram entrar de modo progressivo. Ao contrário do que tantas vezes acontece, não sentimos o cortar imediato da potência quando abusámos do acelerador em curva. Dá, até, para algumas escorregadelas controladas quando se configura os diferentes parâmetros disponíveis para Sport , o que pode ser feito no ecrã do sistema de infoentretenimento. O Mini Cooper da era BMW nunca foi um carro para quem valoriza a praticidade nem, tão pouco, para quem tem um orçamento limitado. É um carro egoísta no sentido em que está muito virado para o condutor. Pode, se necessário, transportar até quatro pessoas, mas foi desenhado para um ou dois. Quanto ao preço, é exagerado até porque o valor base é enganador. O configurador já está disponível e, para termos acesso a muitas das funcionalidades do SE que conduzimos, o preço ultrapassa facilmente os 40 mil euros , a versão Classic do Cooper SE custa EUR44.410. Por outro lado, o design, a tecnologia e, sobretudo, a envolvência na condução oferecidas pelo novo Cooper elétrico são, sem dúvida, pontos fortes para atrair condutores jovens, ainda sem filhos. Mas, também, condutores com responsabilidades familiares, que procuram um segundo carro para tornar as viagens do dia-a-dia mais interessantes. Tome Nota Mini Cooper SE , Desde EUR38.400 mini.pt Características Potência e binário 160 kW, 330 Nm ? Acel. 0-100 km/h: 6,7 s ? Vel. máx. 170 km/h ? Bateria: 54,2 kWh (49,8 kWh usáveis) ? Autonomia WLTP 402 km ? Potência de carregamento: 11 kW em AC e 95 kW em DC ? 1,756×1,460×3,858 m (LxAxC) Global: 4,1 Sérgio Magno Exame Informática