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INVESTIGADORES DA UMINHO ALERTAM PARA FALTA DE PARIDADE DE GÉNERO NAS FUNDAÇÕES PORTUGUESAS

RUM

2023-03-22 19:23:39

RUM - Rádio Universitária do Minho Mais transparência, paridade e planeamento. Estas são algumas das recomendações que resultaram do estudo "Boas práticas de Governo no setor fundacional" que poderá contribuir para a atualização do Código de Boas Práticas (2008) do Centro Português de Fundações. A sessão de apresentação dos resultados de um ano de trabalho, que decorreu esta terça-feira, no auditório dst da Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho (EEG), foi também uma forma de homenagear a colega Lúcia Lima Rodrigues que faleceu em 2022. As conclusões resultam de uma análise aos vários sites das fundações e inquéritos realizados. A equipa de investigadores da UMinho examinou as melhores práticas de fundações nacionais, como a Gulbenkian, e internacionais, caso da Ingka ou Nestlé, para construir manuais que incitam à reflexão sobre a orgânica interna das estruturas e, consequentemente, alertam para a importância de uma mensagem clara sobre a sua missão. A independência dos vários órgãos de governo assim como práticas de gestão mais claras são algumas das sugestões frisadas por Cláudia Simões, presidente da EEG e uma das investigadoras responsáveis pelo estudo. Quando o tema é paridade de género, o professor do Departamento de Economia, Paulo Reis Mourão, dá o exemplo da Universidade do Minho, sendo que infelizmente ainda existe um grande "desequilíbrio" entre homens e mulheres nas estruturas das fundações portuguesas. Recorde-se que a instituição de ensino superior minhota é uma fundação pública com regime de direito privado desde 2015. O trabalho em rede com outras instituições nacionais e internacionais é outra das recomendações dos investigadores da UMinho, visto que poderá ser um caminho para conseguirem mais "oportunidades de financiamento" que também ele poderá ser mais diversificado. Já Isabel Macedo, professora do Departamento de Ciência Política, esteve responsável pelo questionário relativo às práticas de Governo e Gestão das fundações. À RUM, adianta que algumas fundações têm dificuldades em separar estas áreas, o que poderá levar a "tensões". "Deve haver uma separação destes poderes", frisa. A sessão contou com a presença da diretora da Fundação Casa de Mateus, Teresa Albuquerque, que considerou este estudo como um "ótimo começo". No caso da EEG e do Centro Português de Fundações darem continuidade a este trabalho, a convidada sugere um maior foco na falta de abertura das fundações à sociedade, acompanhados de mecanismos para alterar esta realidade, assim como recomendações sobre instrumentos de governo mais diversos, de modo a chegar não só às fundações de maior dimensão como às mais pequenas. O livro "Boas práticas de Governo no setor fundacional" pode ser consultado a partir do Centro Português de Fundações. Vanessa Batista