COLÓQUIO DE OUTONO HOMENAGEIA O FUNDADOR, FALECIDO O ANO PASSADO - UMINHO REVISITA E AGRADECE LEGADO DO PROFESSOR VÍTOR AGUIAR E SILVA
2023-11-24 07:32:04

A vida e obra de Vítor Aguiar e Silva está a ser revisitada e debatida no XXV Colóquio de Outono na Universidade do Minho (UMinho), em homenagem a este reconhecido professor e investigador na área da Literatura, falecido em 2022, e que culmina amanhã com a cerimónia de entrega do Prémio Camões atribuído em 2020 a Vítor Aguiar e Silva. Na sessão de abertura, o reitor recordou os vários papéis desempenhados por Vítor Aguiar e Silva na UMinho e agradeceu o legado deixado pelo professor que fundou os Colóquios de Outono que, disse, tornaram-se num «evento maior» entre as realizações científicas promovidas na academia. «O professor Vítor Aguiar e Silva emprestou muito do seu saber e da sua inteligência à nossa Instituição e, em particular, na área dos Estudos Humanísticos aqui na UMinho. Foi um brilhantíssimo professor e intelectual com um papel decisivo na configuração e reconfiguração dos Estudos Literários, dos Estudos Camonianos, mas também nas áreas relacionadas com a Língua e o Ensino do Português», realçou. O reitor saudou a Escola de Letras, Artes e Ciências Humanas (ELACH) e o Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho (CEHUM) pela «resistência» na realização dos Colóquios de Outono, pelos quais já passaram nomes de «grande relevo» ao lone go de 25 anos. No ano em que se comemoram os 50 anos da UMinho, Rui Vieira de Castro recordou também o «papel fundamental» de Vítor Aguiar e Silva na construção desta Instituição de ensino superior de que o professor foi vice-reitor durante vários anos. «Ele é para nós um exemplo de compromisso inteletual e também um exemplo de compromisso efetivo para com uma Instituição que ajudou a criar, a crescer e alcançar sucesso», acrescentou. A sessão de homenagem contou ainda com intervenções da vice-presidente da Câmara de Braga, Sameiro Araújo, do presidente da ELACH, João Rosa, do diretor do CEHUM, Vitor Moura, do presidente da dst, José Teixeira, e de Isabel Pinto Mateus, representante da Comissão Organizadora. Sameiro Araújo, em representação do Município de Braga, felicitou a organização pela «nobre e justa homenagem» a Vítor Aguiar e Silva, «professor, pensador, escritor humanista» que «dedicou sua vida ao estudo e à promoção das letras, da linguagem e da cultura». «É de toda a justiça estarmos aqui reunidos para homenagear o imenso legado de Vitor Aguiar e Silva, uma personalidade ímpar, que marcou a sua era e sempre foi reconhecido pela enorme capacidade intelectual, especial sensibilidade social e disponibilidade para o próximo», disse. Vítor Aguiar e Silva foi galardoado com a medalha de mérito Grau Ouro da cidade em 2014. Sameiro Araújo destacou a capacidade do professor de «unir conhecimento e humanidade, influenciando gerações de estudiosos» e o seu contributo para a «defesa da língua portuguesa, da cultura e do ensino superior», mas também dos «valores humanos, a importância da educação e o papel crucial das humanidades na construção de uma sociedade mais justa e bondosa». «Num mundo que muitas vezes é desumano, que erradamente subestima o papel das humanidades, Vitor Aguiar e Silva lembra-nos da necessidade vital de cultivarmos a mente, mas também o coração. As suas ações enfatizam a importância da empatia, da compreensão e da comunicação entre pessoas e comunidades na transformação do mundo», acrescentou a autarca. Homenagem a um homem com legado «marcante» O presidente da Escola de Letras e Artes e Ciências Humanas, João Rosa, referiu-se ao professor Vítor Aguiar e Silva como uma «referência intelectual» e «figura marcante» da UMinho, que deixou uma «marca forte» entre os seus alunos e colegas. O diretor do Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho recordou também as funções que Vitor Aguiar e Silva desempenhou na academia minhota e o importante legado que deixou, nomeadamente no campo literário, pelo qual, disse, será sempre lembrado. Vitor Moura recordou também os vários prémios recebidos por Vitor Aguiar e Silva e assinalou que a sua obra é fonte de inspiração. O presidente da dst, grupo que patrocinou uma escultura em homenagem a Vítor Aguiar e Silva e teve este intelectual durante 27 anos como presidente do seu prémio literário, destacou a atenção que o professor dava aos jovens e à educação e a sua preocupação pelo «ensino da curiosidade», na Literatura, nas Humanidades. «Ele vivia para ensinar», disse o empresário. Isabel Pinto Mateus, representante da Comissão Organizadora, referiu que este colóquio pretende «manter viva» a memória de Vítor Aguiar e Silva, revisitando ao longo de três dias o «imenso legado» do professor nas áreas da Literatura, Língua Portuguesa, Estudos Camonianos, política da Língua, Ensino da Lituratura ou dos desafios das Humanidades. Culmina amanhã com a entrega do Prémio Camões 2020, a título póstumo, à família de Vítor Aguiar e Silva, numa cerimónia, às 12h00, na Reitoria. O Prémio Camões é o mais importante prémio literário no universo da lusofonia. Celebramos a sua carreira, mas sobretudo a pessoa. A sua capacidade única de unir conhecimento e humanidade. Sessão de abertura dos XXV Colóquios de Outono prestou tributo a Vítor Aguiar e Silva JORGE OLIVEIRA
