PEUGEOT E-408 VERDADEIRO CARÁCTER
2025-12-05 22:09:00

Com a sua transformação num automóvel elétrico, o Peugeot 408 aproxima-se mais do conceito de “grande turismo”, capaz de oferecer prazer de condução sem sacrificar o conforto, providenciando um requinte futurista através da tecnologia de bordo que torna as viagens mais satisfatórias para todos os ocupantes. Dentro da família Peugeot, o 408 era talvez o mais difícil de definir.com uma forma e função algures entre o exuberante e o desportivo, faltava-lhe um ingrediente que o tornasse atrativo e diferenciador. Agora que está disponível como elétrico, o Peugeot E-408 tem finalmente uma personalidade própria, assumindo o papel de sucedâneo com características muito aproximadas de certos modelos de marcas premium, mas com um preço mais acessível. Quando foi lançado, o 408 não tinha um motor que combinasse com a sua imponência. Agora tem dois, um híbrido plug-in ao lado deste elétrico. E embora o híbrido seja ligeiramente mais potente, o elétrico parece mais descomplicado o suficiente, tornando-se a escolha mais lógica (também é mais barato). Assim, com 213 cv de potência máxima, em modo desportivo, o 408 finalmente tem um motor capaz de lidar com o seu peso, sem dificuldades. Mesmo em modo Eco, quando está limitado a 170 cv, a resposta continua a ser rápida e imediata, até quando é preciso fazer uma manobra de ultrapassagem.com uma bateria de capacidade útil de 58,2 kWh, não é difícil atingir ou ultrapassar os 450 km de autonomia anunciada, mas para isso é necessário passar grande parte do tempo em modo Eco. Nestas circunstâncias, é possível atingir consumos energéticos abaixo dos 15 kWh por cada 100 km, enquanto em modo normal estes raramente conseguem baixar dos 16 kWh/100 km. Ainda assim, o E-408 não precisa de circular mais tempo na cidade para conseguir consumos baixos, já que, mesmo em estrada aberta, e recorrendo às patilhas no volante para regular a força de travagem, também é possível manter os consumos energéticos sob controlo. Falando em estrada aberta, o E-408 é surpreendentemente apropriado para grandes viagens, até porque a bateria à compatível com carregamentos a 120 kW. Junte-se a isto o planeador de viagens do sistema de navegação, e é possível explorar novos caminhos sem preocupações com a falta de tempo ou a procura por pontos de carregamento. Assim, em estradas nacionais, o condutor e os passageiros só precisam de preocupar-se em manter o conforto, e aí a suspensão é eficiente o suficiente, mesmo com uma configuração de eixo de torção na traseira. O desempenho em curva também não tem grandes falhas a apontar, pois o centro de gravidade baixo, consequência da posição da bateria, serve para contrariar a tendência natural do eixo traseiro e manter a carroçaria estável. Existe, no entanto, alguma interferência do mundo exterior sobre asfalto de pior qualidade. Sem sacrifícios Num automóvel com uma carroçaria crossover-coupé, esperamos encontrar um habitáculo pensado para um condutor ocupar uma posição de destaque e controlo, e o Peugeot E-408 não desilude, destacando-se o acesso ao ecrã central de 10 polegadas, virado para o condutor, com botões separados para várias funções, e um menu fácil de navegar. Existe, no entanto, alguma dificuldade em colocar o volante numa posição ideal para poder visualizar o painel de instrumentos, independente da posição da coluna de direção ou do banco do condutor. A habitabilidade traseira beneficia da generosa distância entre eixos (quase 2,8 metros), mas também deixa uma boa impressão pela posição ligeiramente elevada dos bancos traseiros, melhorando a visibilidade para os passageiros. Mais impressionante é que a Peugeot conseguiu fazer isto sem sacrificar o espaço para a cabeça, algo difícil de fazer com este tipo de carroçaria. A bagageira da versão elétrica é mais pequena que com o motor base, caindo dos 536 para os 471 litros de capacidade. No entanto, com a abertura ampla do portão traseiro, ainda é possível ter um bom aproveitamento do espaço disponível. A variante GT é a melhor equipada, mas por 42.555 euros fica acima da barreira psicológica dos 40 mil euros, ao contrário da versão com o nível de equipamento Allure, oferecida por 39.195 euros. A diferença de preço ainda é considerável, até porque este último já inclui sistema de infoentretenimento com comandos vocais, bancos aquecidos, câmara de estacionamento e ar condicionado de dupla zona. No entanto, o E-408 GT poderá ser a opção mais apropriada não só pelas pequenas alterações visuais, mas também pequenos equipamentos que ajudam na segurança, adicionando faróis matrix (LED adaptativos), sensores de estacionamento dianteiros (o Allure só tem sensores atrás), acabamentos em alumínio, iluminação ambiente no interior e assistente de manutenção na faixa de rodagem. Paulo Manuel Costa (texto) FICHA TÉCNICA PEUGEOT E-408 GT Motor elétrico, tipo síncrono Bateria 58,2 kWh Potência 157 kW / 213 cv Binário 343 Nm Tração dianteira, caixa de relação única Suspensão tipo McPherson (frente), eixo de torção (atrás) Comprimento 4687 mm Largura 1848 mm Altura 1490 mm Bagageira 471 litros Peso 1879 kg Consumo 14,9 kWh/100 km (testado) Autonomia 455 km (anunciada) Acel. 0-100 km/h 7,2 segundos Velocidade máx. 160 km/h Tempos de carregamento 6h15 , 11 kW AC (0-100%) 0h37 , 120 kW DC (10-80%) PREÇO desde 42.555EUR , E-408 GT desde 39.195EUR , gama E-408 Paulo Manuel Costa