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COCKPIT - FURTO DE CABOS ELÉCTRICOS

Diabo (O)

2025-10-24 21:07:34

Em Portugal, os condutores de carros eléctricos enfrentam um desafio inesperado: o roubo de cabos de carregamento. Mas o fenómeno não é exclusivo de Portugal. Adetenção de dois homens suspeitos de mais de uma centena de furtos de cabos de carregamento eléctrico em várias regiões do país, trouxe à luz um facto que há meses preocupa autoridades e operadores da rede pública. A investigação da Guarda Nacional Republicana permitiu identificar um padrão de actuação comum: furtos nocturnos, executados com ferramentas eléctricas portáteis, em postos de carregamento situados em locais | isolados e com pouca vigilância. Os cabos de carregamento para o funcio- namento dos postos rápidos e ultra-rápidos, contêm cobre e outras ligas metálicas de valor comercial. Este facto torna-os um alvo apetecível para quem procura rendimento rápido no mercado paralelo. Segundo fontes do sector, cada cabo fur-tado pode render entre 17 e 25 euros numa sucata pouco escrupulosa. Contudo, o custo de reposição de um único cabo, incluindo instalação e certificação, pode ascender a vários milhares de euros, sem contar com o prejuízo causado pelo tempo em que o posto permanece inoperacional. Os operadores da rede pública enfrentam, assim, um duplo desafio: o impacto económico directo e a perda de confiança dos utilizadores. Para muitos condutores de veículos elétricos, sobretudo os profissionais que dependem da mobilidade diária, como motoristas de TVDE ou frotas de distribuição urbana, encontrar um posto vandalizado é mais do que um incómodo; é uma ameaça à sua atividade. O encerramento temporário de dezenas de postos origina filas e tempos de espera mais longos nos que continuam operacionais, criando novas fontes de tensão entre utilizadores. As empresas gestoras da rede já começaram a reagir. Estão a reforçar a segurança física e digital dos postos com sistemas de videovigilância, alarmes, sensores de corte e iluminação adicional. Alguns operadores testam mesmo novos tipos de cabos com blindagem metálica e sistemas de fixação que dificultam a sua remoção. Ao mesmo tempo, as autoridades intensificaram as acções de vigilância e investigação. A GNR e a PSP confirmam estar a colaborar com associações do sector e a monitorizar zonas de maior risco, enquanto a APOCME, Associação Portuguesa dos Operadores e Comercializadores da Mobilidade Eléctrica, defende penas mais pesadas e o reforço da fiscalização das sucatas e centros de reciclagem. Mas este fenómeno não é exclusivo de Portugal. O furto de cabos de carregamento eléctrico está a ganhar dimensão europeia e já é acompanhado pela Europol. Alemanha, França, Reino Unido, Espanha e Países Baixos têm registado incidentes idênticos, geralmente em áreas afastadas dos centros urbanos, parques de supermercados ou zonas industriais pouco vigiadas. A motivação é sempre a mesma: o valor do cobre, alumínio ou latão contido nos cabos. A Europol está a seguir a pista de redes transnacionais que atuam em vários países, explorando as diferenças de legislação e fiscalização. Em resposta, os operadores europeus estão a adoptar medidas semelhantes às aplicadas em Portugal, como cabos mais robustos, sensores anti-corte e monitorização remota em tempo real. www.cockpitautomovel.com