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VOLKSWAGEN PASSAT UMA CARRINHA PARA LÁ DAS MODAS

Público

2025-10-06 08:10:08

Renascido apenas como carrinha, o Passat ultrapassou a meia centena de anos e chegou à nona geração apto a concorrer com automóveis deste tempo, mas mantendo a personalidade intacta. Carla B. Ribeiro a Lançado em 1973 sobre a mesma plataforma do afamado Audi 80, o Volkswagen Passat passou a barreira dos 50 anos decidido a manter-se actual. Para isso, descartou a variante berlina e concentrou-se na carrinha, que, sem se render ao formato da moda dos SUV (sport utility vehicles), se apresenta capaz de conquistar pela versatilidade e pela muito generosa habitabilidade, além de incluir uma eficiente variante híbrida de ligar à corrente, capaz de uma esticada autonomia. Em termos de design, o Passat é o que sempre foi, como de resto a maioria dos Volkswagen: algo conservador. A vantagem será que difi# cilmente passará de moda. Por isso, se a ideia for pavonearmo-nos com a última tendência, o melhor será procurar noutro lado. Claro que, o que para alguns poderá ser uma fraqueza, para outros esta característica entra facilmente na coluna das mais-valias: não será automóvel para se destacar em parte alguma, mas dificilmente alguém o categorizará como feio ou ultrapassado. Espaçoso e funcional Se por fora, as linhas limpas e a postura mais colada ao asfalto do que qualquer crossover agrada, por dentro dá cartas o espaço: afinal, o Passat foi desenvolvido como irmão do “gigante” Skoda Superb. Por isso, não é de admirar que seja a maior alguma vez comercializada: tanto em termos de espaço a bordo, com uma enorme distância entre as duas filas de bancos, sobrando espaço para as pernas dos passageiros traseiros, mas também com uma bagageira de respeito. A mala arruma até 690 litros e, mesmo na mais acanhada variante PHEV, que a Fugas conduziu, há 510 litros para ocupar.com a segunda fila de bancos rebatida, o espaço de carga cresce até aos 1770 litros. Além de um habitáculo espaçoso, que apenas pode não ser um bom argumento para quem se senta no lugar do meio do banco traseiro, o interior destaca-se por detalhes que privilegiam a funcionalidade: é o caso de uma consola central, desenhada para conseguir arrumar praticamente tudo, sem que sirva apenas de depósito. Isto foi conseguido pelo facto de o selector de velocidades ter passado para a coluna de direcção, libertando espaço entre os dois ocupantes dianteiros. A complementar, há dois pequenos compartimentos para serem usados como suportes para copos ou para objectos mais pequenos, como uma pequena carteira ou umas chaves, que têm a vantagem de trazerem uma tampa deslizante. Quem se senta aos comandos consegue uma boa posição de con-dução facilmente, graças aos ajustes, que, no nosso caso, incluíam eléctricos (como para levantar e baixar o banco) e manuais, para acertar a posição longitudinal. E, entre os mimos, há massagens de série, o que podem representar um bom alívio para a zona lombar após umas centenas de quilómetros; a funcionalidade também está disponível para quem assume a posição de navegador. Se os pequenos detalhes parecem ter sido pensados para uma utilização intuitiva, o pacote tecnológico foi engordado. O ecrã digital para a instrumentação é de série, assim como um ecrã táctil para o infoentretenimento com 12,9 polegadas, onde se concentra a gestão da maioria das funcionalidades. No entanto, ainda leva algum tempo a nos habituarmos à arrumação dos menus, algo apenas colmatado pelo facto de se poder incluir atalhos rápidos para as funções mais usadas. Ainda assim, os botões físicos fazem falta. Um PHEV como estrela O Passat está disponível como mild hybrid, com mecânica Diesel e como PHEV, que é a estrela da gama, unindo um 1.5 TSI de 150cv a um sistema eléctrico de 116cv, que conta com uma bateria de 19,7 kWh úteis para uma notável autonomia oficial eléctrica de 127 quilómetros, o que, na prática, significa que, numa utilização diária estritamente urbana, poder-se-á cumprir uma semana de trabalho sem se gastar praticamente nenhuma gasolina.com uma vantagem: aceita carregamentos rápidos até 50 kW de potência, algo que ainda é pouco comum entre os plug-in. A potência combinada de 204cv, apoiada por um binário máximo de 350 Nm, num automóvel de quase 1900kg, torna-o capaz de acelerações confiantes, sobretudo se posicionarmos o selector de velocidades no S de Sport (cumpre os 0 aos 100 km/h em 8,1 segundos), estando a velocidade máxima fixada nos 220 km/h. Em cidade, é comum sentirmos o seu peso no pára-arranca, assim como ouvir as acelerações, mas, em auto-estrada, depois de atingida uma espécie de velocidade cruzeiro, o silêncio é a nota dominante. Não será, porém, o mais suave, ainda que revele um comportamento constante e estável. Já os consumos depois de esgotada a bateria não são assustadores, até porque são várias as vezes em que nos apercebemos da entrada em funcionamento do sistema eléctrico. No caso da versão que conduzimos, com equipamento Business, é de salientar ainda o descanso que se torna o sistema que, automaticamente, ajusta a velocidade e a distância de acordo com o tráfego e o percurso da estrada, funcionando mesmo sem cruise control activado e até com o assistente de faixa desligado. Veredicto O Passat aumentou os seus níveis de versatilidade, apostando num formatofamiliar ex aequo como Superb, ganhou o prémio de melhor da classe dos familiares do Euro NCAP, o organismo independente que avalia a segurança dos automóveis comercializados na Europa , ao mesmo tempo que continua a piscar o olho ao tecido empresarial. E surge, simultaneamente, mais refinado e pragmático. É certo que dificilmente suscitará paixões, mas tem o pacote completo para agradar a um variado leque de condutores. i VW Passat 1.5 TSI 204cv PHEV Business Motor: PHEV (Gasolina + Eléctrico) Tracção: Dianteira Potência: 150 kW (204cv) Binário: 350 Nm Ac. 0-100 km/h: 8,1s Velocidade Máxima: 220 km/h Consumo: 0,4 l/100 km?* Autonomia eléctrica: 127km* Lugares: 5 Bagageira: 510 litros Preço: 57.403EUR (desde) Carla B. Ribeiro